quinta-feira, novembro 17, 2005

Continuidade: positiva ou negativa?

João Bartolomeu é o único candidato a presidente do União de Leiria, logo vai ser hoje eleito para cumprir o 10º mandato à frente da equipa do Lis. Será esta continuidade positiva ou negativa? A meu ver têm um pouco das duas. Por um lado, a ausência de outros candidatos à presidência do clube reflecte bem o modo como se vive o futebol em Leiria. Os habitantes da cidade não dão o devido valor à equipa, quando ela é um dos símbolos da terra, promovendo-a por todo o país e até fora dele (Taças Intertoto). O Estádio Dr. Magalhães Pessoa é novo, fez parte do cardápio do Euro2004, e está bem localizado (mesmo no centro da cidade). O que falta mais para convencer as pessoas a ir ver os jogos?? Talvez reduzir os preços. E aqui a culpa também tem de se atribuir à direcção, que estipula o preço dos bilhetes. A desculpa é sempre a mesma: "são estratégias"! Toda a comunicação social, e qualquer ser humano, até os menos interessados, comentam que os preços dos bilhetes são exorbitantes. Não fujo à regra e este assunto deixa-me consternado. Apesar de não ser economista ou contabilista, parece-me que um estádio cheio com 30mil pessoas, com bilhetes a 5 euros rende mais aos cofres de um clube do que bilhetes a 25 euros e ter só 2 mil pessoas a assistir a um jogo. Não esquecendo que um jogador (regra geral) sente-se mais motivado ao ver o estádio completo e ao sentir o apoio dos adeptos.
O facto de ninguém concorrer com o Sr. Bartolomeu deixa transparecer algum desamor por parte dos leirienses pelo clube. Ninguém se mexe, e o único candidato vai continuar com as suas políticas, vigentes desde 1987.
Por outro lado, é indubitável que João Bartolomeu tem feito um bom trabalho a nível desportivo. Boas vendas, alguns bons resultados, bons treinadores (excepto José Gomes!) colocaram o Leiria nas bocas da imprensa.
Concluindo: não seria mais saudável haver competição numa corrida presidencial? Os críticos que avancem e se candidatem (leia-se críticos com prestígio)! Depois não se queixem dos preços dos bilhetes e da fraquíssima afluência de público.

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