O futebol enquanto fenómeno social apresenta-se como uma espécie de micro-sistema que engloba um grosso da sociedade, os chamados adeptos. Esses mesmos adeptos são influenciados por uma série de mecanismos que visam “estreitar” essa relação futebol-adepto e vice-versa. Um desses mecanismos e talvez o mais poderoso de todos é a Comunicação Social. Informa, denuncia, antevê, estimula e provoca nos adeptos os mais variados sentimentos.
A televisão continua a ser o meio de comunicação favorito dos amantes do futebol. A grande maioria, face a adversidades (sobretudo violência nos estádios), opta por ficar em casa e assistir aos jogos ao invés de se deslocar aos recintos desportivos. A “caixinha mágica” prende e aliena o espectador: o decorrer da partida, os “flash enterviews”, os resumos alargados. A rádio apesar de ter perdido terreno face ao poder da televisão, não deixa de ter o seu encanto; a voz acelerada e ininterrupta que durante 90 minutos relata o jogo e o momento mágico em que se ouve o “Golooooooooooooooo!”. Na imprensa, os diários desportivos estão colocados entre os que mais se lêem. E é precisamente sobre a imprensa desportiva que vou incidir a minha análise. O jornalismo desportivo e sobretudo a imprensa desportiva têm vindo a conhecer uma franca expansão. Pela lógica um jornal só vende se houver quem compre e só compra quem vê credibilidade e confia no jornal. No entanto é também notório o facto de cada vez mais o público se insurgir contra estes mesmos meios de comunicação, acusando-os de denegrir (ou ajudar a denegrir) a imagem do futebol, dos seus dirigentes e atletas, tudo com um único propósito: vender!
Na deontologia de um jornalista o primeiro e talvez o mais elementar dos deveres do mesmo é o de « relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade.» Mas porque o futebol, assim como os demais desportos mexe com o publico, mexe também com o repórter que tem pecado variadíssimas vezes por não assumir o papel que dele se exige: o de permanecer neutro face ao facto que está a expor. Não estou de forma alguma a defender os que o fazem (e não são poucos), pelo contrário, mostro-me profundamente preocupada com o rumo e com as proporções que a falta de ética jornalística têm atingido. E digo-o também porque acredito que um jornalista, se quiser pode e consegue abster-se de emitir opinião própria sobre os factos. Tentando combater o sensacionalismo, a acusação sem provas, a difamação, a irresponsabilidade e sobretudo assumindo uma postura séria, de rigor e de isenção, tenho a certeza de que o jornalismo desportivo caminhará para um tipo de jornalismo capaz e de referência.
Aproveito e lanço o repto. Aproveitemos este espaço e comentemos o estado do jornalismo desportivo em Portugal. Assumamos uma postura perante um assunto que diz respeito a todos, enquanto público, pois acredito que todos quanto gostam de desporto, futebol neste caso, gostem de estar diariamente informados sobre o que se passa na senda desportiva. É uma boa oportunidade para se debater. Debatamos então!
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