terça-feira, abril 26, 2005

A animação continua

Agora sim, finalizada que está mais uma jornada desta superliga que não nos trouxe nada a que já não estivéssemos todos habituados no topo da tabela, ou seja, perda de pontos por parte de umas equipas favoritas e vitórias suadas das outras, aguardam-se novos desenvolvimentos até ao final do campeonato, que em termos pontuais e classificativos está de facto ao rubro.


Começando pelo jogo do Sporting, do qual só soube o resultado no dia seguinte e após resumo, creio que foi um jogo em que a equipa da casa fez o suficiente para vencer criando inúmeras ocasiões de golo, e que por manifesta falta de pontaria e mérito do guarda-redes adversário, não foram concretizadas em golo. Relativamente à arbitragem deste jogo, fala-se em dois lances principais. O primeiro é um alegado penalti sobre Liedson na primeira metade do jogo. Sinceramente não fiquei com a ideia que fosse, nem vi repetições elucidativas para tal.

O segundo é o lance em que Polga corta a bola com a mão, sendo-lhe mostrado o amarelo. Ontem, ouvi e li comentários e interpretações da lei que rege o futebol, dizendo que o lance de facto é para amarelo simplesmente, mas não consegui perceber porquê ainda, pois ainda ninguém foi clarividente a esse ponto. Para mim é lance para vermelho pois o jogador ficaria isolado, e o argumento de ainda estar longe da baliza parece-me bastante desadequado, para não ser mais duro. Em suma, o resultado favorece a Académica, e penso que foi isso que Nelo Vingada opinou no final do encontro.


Sigo com o jogo do Benfica do qual tenho para dizer o que disse do anterior, somente com algumas alterações. Como já aqui li, na equipa do Benfica notou-se a ausência de Manuel Fernandes, mas principalmente de Miguel, apreciação que eu concordo especialmente neste último caso. Miguel é provavelmente o melhor defesa direito a actuar em Portugal neste momento. Manuel Fernandes é uma jovem promessa, talentoso, com uma margem de progressão grande, mas não faz a diferença e o Benfica adapta-se bem sem ele. Como já aqui tenho escrito, apesar de a equipa do Benfica ter muito pulmão, muita alma e coração, falta-lhes muita razão na hora de jogar futebol. É nitidamente uma equipa motivada e unida, mas que ao mesmo tempo é nervosa e ansiosa, fruto de estar quase obrigada a não falhar uma oportunidade tão flagrante quanto boa para conquistar o título nacional de futebol. Penso que a vitória é justa pelo que fizeram uma e outra equipa, mas não posso deixar passar em claro que, no aspecto simplesmente conjectural, a vitória seria muito difícil a jogar com igual número de jogadores contra a equipa do Estoril.

Não quero com isto dizer que as expulsões são exageradas, incorrectas ou desmerecidas, porque penso que não o são. Ao mesmo tempo que digo isto, constatei que durante este jogo, e principalmente nos minutos iniciais, a razão pela qual eu me insurgi sobre a decisão do Estoril aceitar ir jogar num campo maior e ao qual não estava habituado, verificou-se na totalidade. Passo a explicar: os jogadores do Estoril, que estão a lutar pela permanência e que defrontavam um adversário mais poderoso em todos os aspectos, teve de fechar mais e mais vezes os espaços e recorrer mais vezes à falta para parar os adversários. Penso que isto é óbvio para todos aqueles que jogam, jogaram e sabem ver futebol. Num campo maior, há mais espaço para a técnica e para a velocidade, e aí o Estoril “entregou o ouro ao bandido por meia dúzia de cobres”. Muita gente fala do árbitro, mas apesar de ser a segunda vez que esse senhor põe o Benfica a jogar contra 9, penso que não influenciou o resultado. Relativamente ao jogo, deixo só uma nota muito baixa para o número 9 do Benfica,

que pela atitude que teve perante os adversários, não merece a sorte que tem tido ao resolver os últimos jogos. Atitude muito feia, equiparável a uma agressão, na minha opinião.
Relativamente ao jogo do FCP, penso que no cômputo dos 90 minutos a vitória assenta bem à equipa que mais oportunidades criou.

As ocasiões flagrantes e iminentes de golo foram repartidas e em termos de entrega as duas equipas equivaleram-se. Em suma, penso que foi um bom espectáculo de futebol, entusiasmante e com o resultado incerto durante todo o jogo, embora a pender mais para o lado do FCP. A equipa do Beira-Mar não deve ficar na primeira divisão, embora desde a entrada de Augusto Inácio a equipa tenha mostrado bem o seu valor e o que é capaz de fazer: derrota com o Sporting depois de ter sido visto um golo limpo ser anulado e ter sofrido um golo de ressalto, vitória sobre o Boavista mesmo tendo falhado um penaltie e agora o excelente jogo que fez contra o FCP. Culpados? Provavelmente o presidente do clube e Manuel Cajuda, e com certeza Luís Campos e alguns dos seus jogadores. Estou a pensar adoptar o nome do ex-treinador do Beira-Mar para o utilizar em conotações negativas a dar às frases, do tipo, “é o síndroma Luís Campos”ou “é o efeito Luís Campos”. Sinceramente, estou para ver que clube é que este indivíduo irá enganar a seguir, ou melhor, qual é o presidente de clube que irá ser enganado. Relativamente à arbitragem, penso que de uma forma geral esteve bem, mas com um erro clamoroso que foi não ter assinalado o penaltie sobre o Diego, que a sê-lo e se fosse transformado, tiraria algum do nervosismo aos jogadores.

Eu sei que ao não assinalar a infracção, o árbitro tem de mostrar amarelo ao jogador, ou será assim na maioria dos casos, mas vou só lançar uma apreciação que tem única e exclusivamente a ver com a quantidade de amarelos mostrados neste campeonato, e que é a seguinte: Diego viu pela oitava vez o cartão amarelo durante este último jogo, Petit viu o seu sétimo da temporada, Tiago do Boavista tem outros tantos e Beto do Sporting, quantos tem? Para mim não é muito importante ter este rigor no número de amarelos, até porque nem tenho a certeza dos números, mas acho estranho que um jogador criativo, disciplinado e com funções de ataque, tenha mais amarelos e seja mais castigado do que jogadores que têm unicamente a função de defender. Enfim, tudo está bem quando acaba bem, a ver vamos.

Uma coisa é certa, o FCP está ainda nos lugares cimeiros por mérito dos últimos jogos e porque os adversários não conseguem ser suficientemente convincentes para se destacarem.
Por último o jogo do Braga, em que esta foi a melhor equipa em campo, e só saiu derrotada por manifesta falta de sorte dos seus jogadores.

O Penafiel também não jogou mal, mas limitou-se a esperar por um lance de sorte, como o foi o lance do seu golo na sequência de um canto. Diria que a classificação está ao rubro, as exibições também, e sabendo que o Sporting defronta Benfica e Braga e que daí existirá perda de pontos, resta ao FCP ganhar os seus jogos para assim poder aproveitar o que os outros não conseguirem fazer, já que o campeonato estava perdido e só foi relançado para os azuis e brancos pela ineficácia dos outros.
Gostaria de não deixar passar em claro duas situações que me causam repulsa.

A primeira prende-se com o facto de que António Figueiredo, ex-dirigente do Benfica e actual presidente da SAD do Estoril, disse publicamente que esperava ajudar o Benfica a ser campeão. A segunda prende-se com o facto das declarações de Luís Filipe Vieira insultarem Carlos Xavier e das de José Veiga insultarem o treinador do Estoril.

Se no primeiro caso eu até posso entender a posição pessoal e unicamente pessoal do benfiquista presidente daquela SAD, a segunda é reveladora da estirpe dos dirigentes benfiquistas, que terão mais a perder se o Benfica não for campeão do que a ganhar se o for, e tentam pressionar aqueles que não controlam para atingir os seus objectivos. As declarações destas duas personagens, a postura ao longo do jogo no banco de suplentes, a sua forma de estar que deixa muito a desejar, são de evitar, denunciar, criticar e afastar do futebol. Quem aponta o dedo aos outros deve retratar-se, pois verifica-se que são totalmente falsos os moralismos destas pessoas. Há quem queira fazer-se notar, destacar e vencer, mas desta maneira só se for pela negativa. É esta a grandeza do Benfica, dos seus dirigentes, jogadores e simpatizantes? Para quem critica Pinto da Costa e Reinaldo Teles não estão mal, nada mal aliás!

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