segunda-feira, julho 10, 2006

Final: França Vs Itália


*3-5 em grandes penalidades


Os Tetra Campeões e a vingança da Bola de Berlim

Como que a prognosticar a vitória dos franceses, este ano, tal como acontecera no Euro 2000, as meias-finais deu-nos um Portugal – França, e a final dava um Italia – França, com a vitória a sorrir aos gauleses.

Tudo parecia correr bem quando a Italia se apurou para a final e de seguida os franceses ganham aos lusitanos, mas... Afinal os italianos também tinham contas a ajustar e o que é perder/ganhar um Europeu com o perder/ganhar um Mundial?


O jogo final, teve então reminiscências de uma final de Campeonato Europeu, uma final "azul".
De um lado uma equipa a quem ninguém tinha marcado um único golo na prova, a Itália, a "Squadra Azzurra", do outro os "reformados e idosos" e campeoníssimos "Bleus", a França.

Foi escalado para este jogo um árbitro de boa memória para Portugal, o argentino Horacio Elizondo, uma vez que tinha sido ele que apitou o jogo entre Portugal e Inglaterra dos Quartos de Final. O que só prova que todo o jogo foi "limpo" e que a expulsão de Rooney foi justa e não a pedidos como querem fazer crer. Portanto parecia correr bem para os adeptos portugueses que queria uma vingança italiana sobre a França.

Estamos nós ainda a sentarmo-nos para assistir à tal "vendetta", quando aos 7 minutos e num fabuloso "mergulho" de Malouda, a rivalizar com o famigerado nadador, tetra campeão olimpico Ian Torpe, um daqueles mergulhos que o treinador Raymond Domenech tanto criticou aos portugueses, mas que deste não disse uma palavra.

Quem não terá pensado, em casa ou no estádio que o jogo terminaria ali? Agora fazem como na meia-final, metem-se a controlar o jogo e ganham novamente por 1-0 de penalty. Seria um mundial horrivel aquele onde o vencedor ganharia a meia-final e afinal com um penalty em cada jogo e se metesse a controlar o mesmo, até ao fim.

Felizmente tal não aconteceu e os "defensivos" italianos partiram para cima dos franceses e 10 a 12 minutos depois, num canto, Materazzi, "carinhosamente" apelidado pelos portugueses de, "Matarratos", empatou, voltando a alegria e a esperança ao povo Romano e a alguns (grande maioria) dos Lusitanos, ansiosos pela derrota francesa.

Até final da primeira parte não há muito a dizer, com dominio de jogo a pertencer quaase por completo aos transalpinos e a França a ver jogar e a controlar. Nesta parte o tempo de posse de bola dividiu-se em 58% para os Italianos e 42% para os franceses..

A segunda parte, pelo contrário, pertenceu quase por completo aos franceses, onde os italianos apenas a espaços, conseguiam uma ou outra jogada de perigo.


Neste periodo a França surgiu mais afoita e conseguiu alguns lances de bom recorte tecnico e algum perigo, quer por Henry, por Ribery, Malouda e pelo "magico" Zidane, ainda assim o lance mais polemico desta segunda parte foi o golo anulado à Italia.

Livre de Pirlo, para a zona onde se encontram Luca Toni (em jogo) e De Rossi (em fora de jogo). Luca Toni sai de trás e cabeceia sendo golo. De Rossi que está no seguimento da jogada mas não toca sequer na bola ou não influi na jogada mas estava em posição irregular tendo com isso a jogada e consequente golo sido mal anulados.

O grande problema é que este árbitro gosta de desempates por penaltys e ganha por tempo de jogo, por isso os jogos que ele apita teem de ter prolongamento e penaltys e como tal mais uma vez isso sucedeu.

Mas pouco mais se viu dos italianos nesta parte. A França dominava o jogo atacante e defensivo e assim acabaram os 90 minutos, o que deu direito a prolongamento.

Para o prolongamento, e estranhamente, só veio uma equipa, a francesa.

Malouda, se bem pensou que poderia repetir o mergulho, que deu penalty na primeira parte, melhor o fez, e novo mergulho saiu para a fotografia, só que desta vez o arbitro não foi na conversa. Pior ficou Gattuso que no lance levou uma cotovelada na cara e teve de sair para receber assistência.

No ultimo minuto do prolongamento, um lance de pura magia de Buffon. Zidane cabeceia na área, completamente isolado, e o guarda-redes italiano, faz uma defesa daquelas que se dizem "impossíveis".

A segunda parte do prolongamento trouxe-nos um dos momentos mais significativos do encontro, logo aos dois minutos.

Depois de um lance entre Materazzi e Zidane, estes dois ficam a conversar um com o outro, com Zidane a afastar-se, mas derrepente dá meia volta e atinge brutalmente o italiano com uma violenta cabeçada no peito.

Ninguém sabe que palavras foram proferidas para tal gesto, mas imagino que tenha sido o seguinte: "Ó Zizou tu és o maior, dá-me um autografo sff", ao que o francês respondeu: "Olha que eu só costumo assinar com a cabeça, tipo carimbo, dá menos trabalho!", o italiano disse que não fazia mal e que lhe assinasse então no peito, e assim sucedeu.

O Elizondo, depois de conferenciar com o auxiliar e com o quarto árbitro, decidiu que aquilo não era altura para autografos e mandou Zidane, ir buscar uma caneta para no final distribuir autografos a todos.

Mas Zidane já não viria, ao que parece só assina com a sua caneta especial, que tinha ficado em casa e lá foi ele a pé até França, para a ir buscar. Deve estar nesta altura a chegar a Berlim para os que ficaram à sua espera e à espera do famigerado autógrafo.

Antes do final e quando todos esperavam penaltys, Wiltord sabendo disso mesmo e cheio de vontade de marcar um penalty, em vez de dar a bola a Trezeguet, que se encontrava sozinho no segundo poste, resolveu dá-la a um apanha bolas que desde o inicio lha andava a pedir.

Seguiram-se então os penaltys.

Pela Italia marcaram:

O melhor jogador em campo, Pirlo.

O "abate-franceses" Materazzi.

Aquele que de futebol pouco percebe mas de cotoveladas percebe bem, De Rossi.

O homem das bolas paradas, porque para mais as pernas já não dão, Del Piero.

E uma das revelações deste Mundial, Grosso.


Pela França marcaram:

Wiltord, aquele que bem quis ir a penaltys.

Trezeguet, este não marcou e é o novo heroi italiano, que vai ser recebido de braços abertos quando voltar a Turim.

Abidal, a nova esperança da defesa francesa.

Sagnol, em "Velhos são os trapos".





Uma arbitragem normal, sem muitos casos ou erros. Pena foi em dois lances ter prejudicado os italianos embora sejam sempre lances dificeis de ajuizar e no fim até não foi influente na "escolha" do campeão.




Andrea Pirlo, encheu o campo de bons momentos de recorte tecnico, e esteve em todo o lado, tanto a atacar como a defender, como na transposição de bola.

Fabio Canavaro, um Senhor na defesa italiana, um verdadeiro "capitão".

Gianluigi Buffon, é maravilhoso ver este homem defender.

Zidane, no decorrer do jogo, um excelente jogo, com momentos brilhantes e mais uma vez poderia ser ele a decidir o jogo, não tivesse pela frente o melhor guarda-redes do mundo. Pessoalmente, foi também positivo quando se fez expulsar, apenas pecando por tardia, uma vez que era o elemento que trazia maior perigo às redes italianas.

Trezeguet, trouxe a infelicidade a um país, mas a felicidade a pelo menos dois, o que no final dá positivo.



A violenta cabeçada de Zidane.

O jogo a passo das duas equipas derivado do cansaço da época e da competição.

Trezeguet, tentou imitar Zidane, achando que também marcava um penalty parecido ou igual, mas afinal Zidane só há um.


Conclusão

Ganhou aquela que mais sorte teve no jogo, mas a que mais pessoas fazia feliz com a vitória, ainda bem.

Raymond Domenech é realmente o francês mais nojento que existe à face da Terra, inclusivé pior que Platini e ambos bem mereceram esta derrota.

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