quinta-feira, setembro 29, 2005

I'm ashamed and I apologise

Toda e qualquer derrota é muito difícil de digerir, sem dúvida. Se a derrota em Glasgow tinha sido difícil, esta foi inúmeras vezes mais e por razões óbvias: o adversário é um ilustre desconhecido e os visitados estão confiantes pelo futebol praticado e por jogarem no seu reduto.

Pois bem, contrariamente ao que toda a gente diz, eu acho que o problema do FCP está no ataque e passo a explicar: 65% de posse de bola, 28 remates contra 6, 13 cantos contra 1, entre outras estatísticas, mostram bem do poderio e do esmagamento que esta equipa provocou mas que não conseguiu evidenciar no resultado final. A filosofia do treinador do FCP é a mais correcta, tenho a certeza, e ele não tem culpa que os seus jogadores falhem 2, 3 e 4 lances isolados frente ao guarda-redes. Sinceramente, há muitos anos que penso que só se ganha marcando mais golos que o adversário, sejam eles os que forem precisos, mas o que é facto é que nunca deixei de admirar também o futebol alemão ou o futebol italiano. Numa análise mais fria e seguindo esta linha de pensamento, é de culpar a defesa por esta hecatombe, até porque desde a pré-época e face à análise do treinador quanto aos jogadores escolhidos para titulares, eu já tinha posto aqui o risco que se corria a jogar assim, e curiosamente realcei o facto de que eram maiores os riscos para o campeonato nacional. Por várias vezes transmiti aqui que Jorge Costa é titular indiscutível nesta equipa, e tanto mal disseram de Sonkaya que é ver todos os adeptos agora com a insatisfação que Bosingwa proporciona. Sempre disse também que César Peixoto está muito confiante e tem feito boas exibições, mas que era preciso ter cuidado porque ainda não tinha apanhado nenhum bom extremo pela frente, não é que tivesse acontecido ontem, mas na 1ª parte andou completamente perdido. Em suma, já aqui tinha dito que a defesa é muito vulnerável, mas contrariamente aos outros anos, é completamente nova e ainda está, penso eu, à experiência, resta saber até quando. Eu penso que será até Dezembro. 10M€ por Kromkamp era de facto muito por um lateral direito, mas ficar órfão, ou quase, nessa posição não é de saudar, principalmente para as aspirações o FCP. Outro defeito que encontrei ontem foi o claro abrandamento de Jorginho, e há 3 jogos a esta parte, este jogador merece ir descansar para o banco, pois tudo o que faz parece em esforço.

Há a realçar pela positiva a extraordinária primeira parte produzida pelo FCP. O adversário era fraco, mas devido a isso é que talentos emergentes nesta equipa do FCP se podem mostrar, afirmar e deliciar quem gosta de futebol, e estou a falar de Diego. Pena é que ainda não encare o jogo todo com a mesma atitude, mas estou certo que quando isso acontecer e quando ele se libertar mais da pressão da responsabilidade, o talento vai andar à solta em cada milímetro do campo. Os golos do FCP premeiam os dois melhores jogadores da equipa, pelo menos da 1ª parte.

Resumidamente, o resultado foi desastroso, triste, humilhante e injusto, e por este último facto é que não há qualquer tipo de contestação, pelo menos da minha parte. O treinador continua com todo o crédito, e só espero que estes resultados sirvam para o técnico rever recuperações, movimentações e compensações dos jogadores.

Para terminar a análise a este pesaroso jogo, eu tenho toda a convicção que o FCP da maneira que joga corre riscos na defesa, por esta não ser tão experiente, mecanizada e talentosa como os outros sectores das equipa, mas com a mesma convicção afirmo que também tem equipa para ganhar, sim, porque para ganhar é preciso marcar golos, a qualquer equipa do mundo.

Aparte do jogo, deixo aqui a equipa que, neste momento e devido às impossibilidades de outros, eu gostaria de ver a actuar no FCP: Vítor Baía, Pepe, Bruno Alves, Ricardo Costa, Marek Cech para ver o que vale, Lucho, Ibson e Diego, Quaresma, Lizandro e Hugo Almeida.

Em dia de aniversário, ter um presente de que não gostamos causa-nos um certo embaraço, pelo que devemos tomar uma de duas opções: Arrumar simplesmente o presente ou vê-lo de uma perspectiva diferente para que o possamos utilizar.

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