O FCP entrou com o pé esquerdo neste primeiro combate da liga dos campeões. O combate tinha uma carga emotiva muito grande, senão vejamos: Aquela música no início do jogo arrepia qualquer adepto e imagino que alguns jogadores também, a equipa do Rangers era tida como uma equipa acessível (quer em termos de nomes, quer em historial, quer ainda em resultados obtidos ultimamente), o ambiente era escaldante, com mais de cinquenta mil adeptos a "protestar" pela equipa da capital escocesa, e ainda, por terem todos a noção que um árbitro holandês, de nível muito alto como são todos os árbitros na Holanda, não iria influenciar o jogo, deixando essa questão para as apetências das equipas.
Pois bem, este combate de pesos médios do futebol europeu foi marcado pela rapidez com que o FCP entrou no jogo, imprimindo um ritmo alucinante que deixou o adversário atónito, mas infelizmente só durante um terço do mesmo. Há, a meu ver, uma só razão para a velocidade ter abrandado, e que é estandarte das equipas unidas ao reino de Isabel, ou seja, a dureza imprimida ao jogo. Os únicos jogadores destemidos por parte dos visitantes foram os defesas centrais, como têm de ser e como se exige. O resto dos jogadores entrou com pés de lã, desconfiados, com medo e com uma grande produção supra-renal de adrenalina devido a esse efeito. Contaram também com a permissividade do árbitro, se não em todos, na grande maioria desses lances. Mas, reafirmo, a culpa do FCP ter perdido o controlo do jogo deve-se única e exclusivamente aos seus jogadores e à sua falta de virilidade, ou seja, medo de disputar os lances como se cada um fosse o último.
Para piorar este cenário de perda da posse de bola e do respectivo domínio do jogo, é no final deste período que surge o golo da equipa da casa, sem que nada o pudesse prever, completamente injusto e sem nada que o justificasse. Logo a seguir, Pedro Emanuel saiu lesionado num lance em que são parcas as palavras insultuosas que se possam dizer sobre o jogador croata e avançado dos visitados, mas que demonstra bem o que tinha acabado de dizer, em termos de atitude de uma e de outra equipa na divisão dos lances. O capitão do FCP estava a fazer um bom jogo, mas a mudança de Pepe para o eixo da defesa foi, a meu ver, a pior perda nas intenções do treinador, já que o jogador estava a ser dono e senhor do corredor direito, quer a defender, quer a atacar.
Chegado o intervalo, tive alguns minutos para pensar friamente no que se estava a passar. Cheguei às conclusões que, afinal, pensando bem, o FCP teve muita posse de bola, remates e domínio no terreno, mas que precisava de estar mais vezes mais perto da baliza contrária, e para isso só havia uma solução, a substituição de Sokota por Hugo Almeida (para mim, o titular indiscutível nesta equipa do FCP), a substituição de Jorginho por Lisandro, já que o primeiro parece estar em sub rendimento desde o jogo de sábado. Por último, continuo a pensar que Jorge Costa é titular indiscutível nesta equipa.
Chegada a segunda parte, o FCP entra da melhor maneira com um golo. Mais um canto que deu frutos, com outro jogador que costuma ser suplente. Pepe é um atleta e desde Mourinho que recebe elogios de todos os treinadores que pelo FCP já passaram, incluindo este último. Usou da sua compleição física para se elevar bastante (característica que, juntamente com a velocidade e a juventude, fazem dele uma promesssa para o futuro) e cabecear para o fundo das redes do adversário.
Depois disso chegou o momento do jogo, e nem com a justificação de o avançado ser alto e bom no jogo aéreo, nem com a justificação de que o guarda-redes poderia ter feito melhor, nem com outra qualquer, aquele golo poderia ter sido validado. É falta aqui, na Escócia, em África, no Alasca, mas também o é na Holanda. Mais uma injustiça, quer pela decisão do árbitro, quer para a verdade desportiva.
Noutro canto e noutro bom posicionamento de Pepe, surge o golo com alguma felicidade, é certo, mas mais do que merecido.
A lesão de Sokota condicionou, e de que maneira, os intentos do jogo. Desde a entrada de Hugo Almeida e Quaresma que o FCP aguentou mais a bola e teve mais três oportunidades de desfazer o empate favoravelmente, mas a partir daquele momento o FCP recuou perigosamente no terreno, e acabou por sofrer um golo que tem tanto de fortuito como de injusto, acabando assim com o jogo, dando tempo para um remate de Ibson e sentenciando assim uma derrota amarga.
O resultado não espelha o que se passou no jogo. Quem vir pode pensar que foi um grande jogo, mas os cinco golos marcados não reflectem o que se passou em campo. Para mim, o resultado justo teria sido um empate, o que é muito diferente de uma derrota, principalmente porque pontuar fora e não perder pontos em casa é fulcral para os intentos à passagem para os oitavos de final da competição. Neste caso ainda mais, porque, teoricamente, e sem conhecer a equipa do Artmédia (que no jogo com o Inter pareceu-me não tão fraca como dizem), o Glasgow arrisca-se a ganhar somente mais um jogo, em casa com o Artmedia.
Esperemos pelo próximo combate (neste andamos a fugir do adversário e fizemos o que quisemos até ele nos apanhar; Quando nos apanhou partiu-nos o nariz) para apoiar o FCP noutra noite europeia, com melhor sorte, espera-se.
O FCP precisa de pensar já no difícil jogo de Domingo à noite frente ao Braga, e como disse Mourinho depois da injusta derrota frente ao Milão para a Supertaça Europeia: alguém vai ter de pagar!...(I am special – este apêndice é meu).
Sem comentários:
Enviar um comentário