Foi no passado Domingo à noite o confronto entre Braga e FCP a contar para a nossa liga. O FCP vinha de um resultado negativo da Escócia frente ao Rangers e o Braga de um importante empate frente ao Estrela Vermelha de Belgrado, não confundir com lanterna vermelha de malogrado.
Analisando o jogo, penso que a diferença de dois dias entre os jogos europeus influenciou o mesmo, principalmente o do Braga. A semana europeia trouxe para ambos os lados condicionantes, sendo que as lesões por parte do FCP foram inúmeras e evidentes, apesar de terem sido colmatadas com jogadores do mesmo nível ou até de nível superior. Quanto ao Braga, a lesão de Delibasic e talvez cansaço de João Tomás, deram lugar à surpresa no ataque arsenalista com a inclusão de Maxi Bevacqua. Em suma, em termos de lesões o FCP teve mais azar, mas em termos de cansaço o Braga apresentou-o mais. Para nenhum dos lados estes factores foram condicionantes, a meu ver, já que o FCP fez o que lhe competia, atacar, e o Braga jogou mais numa expectativa activa, ou seja, dando o evidente domínio do jogo mas tentando sempre recuperar a bola através da pressão em todo campo, para lançar o seu mortífero, rapidíssimo e apoiado contra ataque. Foi recorrente ver as iniciativas de ataque organizado do FCP, o desacerto nos remates à baliza de Paulo Santos e o consequente contra ataque do Braga, colocando sempre 3, 4 e 5 jogadores nessas ocasiões.
Logo aos três minutos surge um dos lances do jogo, em que Rossato, o melhor jogador do Braga neste jogo e na minha opinião, isola-se e sofre falta de Alan, merecedora de cartão vermelho, pois o extremo do Braga seguia isolado para a baliza. O árbitro decidiu por mostrar-lhe o amarelo, pois a posição de Ibson deixa algumas dúvidas quanto ao isolamento do adversário. Pois bem, o lance foi anulado, o amarelo voltou para o bolso, a infracção foi marcada ao contrário, pois o ex-Nacional, Porto e Real Sociedad estava em posição de fora-de-jogo. A partir daí o jogo mostrou-se muito rápido, muito disputado, apenas com duas oportunidades de golo flagrantes e para o lado dos visitantes, uma num remate de Diego à entrada da área e outra numa jogada de grande técnica de Alan.
A segunda parte registou um abaixamento de forma nos minutos iniciais, mas logo retomou o ritmo, muito por culpa das iniciativas de ataque do FCP, que só iam sendo contrariadas nos contra ataques do Braga. O FCP teve as melhores hipóteses durante todo o jogo, e se na primeira parte o desacerto na hora do remate não traduziu o domínio em golos, na segunda parte o desacerto continuou, mas desta feita por culpa e sorte também, do guarda-redes do Braga, ao evitar com a perna um desvio de McCarthy e já sobre o cair do pano, um remate de Ibson, numa das melhores jogadas no encontro. De realçar que o resultado, a meu ver, foi totalmente injusto por aquilo que o FCP produziu, procurou produzir e arriscou, com a entrada de 3 homens para o sector avançado, Ivanildo, Hugo Almeida e Quaresma, enquanto que o Braga apenas substituiu um avançado por outro, bem como pelas oportunidades de golo criadas. Não tenho dúvidas em afirmar que o FCP perdeu dois pontos, e se a falta de pontaria e a falta de sorte acabarem, o FCP produz futebol bonito, rápido e suficiente para ganhar em qualquer campo em Portugal e na maioria dos da Europa.
Agora aquilo que quem está a ler pensava que não ia falar. O pénalty de Sonkaya sobre Rossato. É perfeitamente visível nas imagens que o defesa do FCP agarrou os calções do adversário enquanto disputava a bola a par, nem à frente nem atrás deste. Pois bem, fiquei surpreendido quando soube que uma falta deve ser marcada precisamente no sítio onde acaba de ser cometida, e as pessoas que disseram isto, são as mesmas que afirmam a evidência do penalty. Pois bem, na minha opinião, mas também dessas pessoas, a falta começa fora da área e acaba dentro dela. Assim sendo a falta deveria ter sido marcada fora da área, mas tenho a abertura para aceitar o penalty se me confirmarem esta opinião emitida por um árbitro erudito da nossa praça. Bom, relativamente à arbitragem, é curioso que as pessoas que afirmam que a falta começou fora da área e acabou dentro dela, e que por isso é falta para penalidade máxima, sejam da mesma forma peremptórios a afirmar que uma bola rematada de cabeça por Jorginho, bate no peito de Nunes, desviando-a da baliza para canto. Pois bem, podem pular e fazerem o que quiserem, mas as repetições mostradas na televisão não deixam dúvidas quanto ao contacto que a bola teve na mão do defesa do Braga. Podem dizer também que o Nunes não tem intenção de tocar na bola, que não o faz deliberadamente e que está muito perto, mas o que é certo é que a bola ia para a baliza, e isso é indesmentível. Houve casos num passado bem recente que foram marcados penaltys em lances em que a bola também toca na mão, mas que nem sequer iam para a baliza. Mais, relativamente à arbitragem, o erro de mostragem do cartão amarelo a Ricardo Costa, quando devia ter sido feito a Bruno Alves, é evidente. Há quem diga que Bruno Alves deveria ter sido expulso, o que nem sequer me surpreenderia devido à dureza da entrada, tendo somente duas coisas a dizer sobre isso: A única atenuante que ele tem é que toca na bola primeiro, e a segunda, ao contrário do que eu aqui estou a reconhecer, ainda não vi ninguém a fazer o mesmo em relação a jogadores dos seus clubes, e esta não é a primeira vez que o faço. Mais duas considerações sobre a arbitragem: É marcada uma falta a César Peixoto perto da linha, quando é ele que leva um pontapé. Mas esta nem é a situação mais grave. Mais grave é que o guarda-redes Paulo Santos estava lesionado e o árbitro deixou seguir o ataque do Braga, que por acaso até ia dando golo de Hugo Leal se Vítor Baía não defendesse, mas quando o FCP ia seguir para o seu ataque, o árbitro parou o jogo devido à lesão do Paulo Santos. Isto é que é mais grave do que um erro de avaliação, é a premeditação.
Contudo, o jogo foi agradável de seguir, com bastante emoção e entrega dos jogadores. As estatísticas comprovam quem queria a vitória e quem fez por isso, mas o resultado não é desprestigiante para o FCP, já que o Braga é uma equipa muito bem organizada e muito perigosa em contra ataque, mas também em ataque programado, contando com jogadores muito acima da média.
Avizinha-se uma temporada muito difícil para o FCP, quer internamente com Belenenses em casa, Marítimo fora, Benfica em casa, Nacional fora e no meio os jogos da liga dos campeões, e só uma equipa unida, a força dos golos e os adeptos unidos a torcer, poderão fazer o FCP obter sucesso.
Allez Porto Allez, nós somos a tua voz, queremos esta vitória, conquista-a por nós!
Sem comentários:
Enviar um comentário