quarta-feira, outubro 03, 2007

Muito se fala...

Estes últimos tempos deixam irritado o mais pacato adepto de futebol.
São casos atrás de casos e, quando não os há, os media criam algum.

Sem recuar muito, temos o penalty por assinalar no Estrela da Amadora-Sporting, o assinalado no Estrela da Amadora-Benfica, o não assinalado no Sporting-Vitória de Setúbal, o golo do Vitória de Guimarães contra o SC Braga e agora a grande confusão do Benfica-Sporting.

Para ser sincero, das 4 situações do Derby nas quais se diz que o árbitro poderia ter apitado, para mim apenas duas deixam dúvidas:
1. Ronny dá um encosto em Rodriguez dentro da área. O jogador do Benfica cai mas não me parece que haja motivo suficientemente forte para apitar penalty.
2. Romagnoli é rasteirado por Katsouranis. Diz-se que não é penalty porque os jogadores do Sporting não protestaram...ok...bom critério! O jogador do Benfica tentou jogar a bola, nem lá chegou, pelo caminho derruba o 30 do Sporting.
3. Bola bate no braço de Katsouranis. O árbitro auxiliar levanta a bandeirola e chama Pedro Henriques dizendo que tinha sido mão, que era falta, que era penalty. Todos os jogadores ouviram. Não me parece que o grego do Benfica pudesse desviar os braços mais do que ja estava a fazer, com eles colados ao corpo.
4. Adu é rasteirado por Moutinho na área leonina. Penalty, tal como no caso de Romagnoli, no entanto o árbitro manteve o critério. Moutinho não consegue desviar a perna e acaba por obstruir a passagem do norte-americano. Se não considerou a falta de «Katso» sobre o argentino, pela mesma lógica também não assinalou esta.

Muito se disse, mas pouco pode ajudar alguma coisa o futebol português. Duarte Gomes foi criticado por admitir que errou ao aceitar a indicação do seu auxiliar, Pedro Henriques também foi criticado por não aceitar. Se antes concordava com as críticas a Vítor Pereira na questão dos atrasos ao guarda-redes, neste caso acho que não faz sentido comparar os dois jogos e, muito menos, meter Vítor Pereira ao barulho. É sobejamente sabido que a última palavra é do árbitro, que pode aceitar ou recusar a indicaçao do auxiliar. Ambos fizeram o que tinham a fazer. O que não entendi ainda foi uma questão. Afinal Pedro Henriques disse ou não disse que não viu o lance? É que eu li que o «Major» teria dito que não ia assinalar o penalty porque não tinha visto. Nesse caso, o que defendi já aqui em cima cai por terra e, caso não tenha visto o lance, o árbitro tem de confiar no que observam os seus auxiliares.
Algo que também me intriga é o facto de um dos critérios para ser assinalada uma falta ou ser mostrado um cartão seja o comportamento de quem sofre a falta. Vejam-se dois exemplos. Romagnoli e Vukcevic. Estes dois jogadores caem e levantam-se, procuram a bola e, inclusivamente, o Montenegrino chegou a levar um «Amarelo» por protestar com um Árbitro por este assinalar um livre quando o 10 do Sporting já se tinha levantado e corria sozinho pela ala. É esta mentalidade que se deve combater. Os jogadores sempre no chão, sempre a fazer fita... a mim irrita-me. Assim como me irritavam as 10 cambalhotas do Derlei sempre que sofria um toque, assim como me irrita que o Liedson caia sempre que leva um encosto. Porque depois sofrem faltas de verdade e não são assinaladas...

Em jeito de conclusão, vou agora para a verdadeira «Entrada Perigosa».
Toda a discussão na praça pública sobre o comportamento dos árbitros e das palavras dos treinadores sobre os árbitros, as críticas prematuras ao trabalho de Camacho, são como um incêndio que ganha proporções gigantescas tendo como catalizadores os comentadores especializados. Estes especialistas, estes sábios da bola são os que mais contribuem para que haja mais e mais casos no futebol português.

Ao invés de analisarem com serenidade e objectividade e terem em conta a capacidade humana para errar, todos os dias lançam mais lenha para a fogueira.
Miguel Sousa Tavares e Rui Santos são dois magos, dois foras de série. E são-no por uma razão muito simples. Basta pegar no que escreveram e disseram nestas últimas semanas para perceber que usam apenas uma porção mínima dos seus cérebros, o que explica que tenham visões tão parciais e ridículas do futebol. Julgava que fosse impossível conseguir falar ou escrever quando a função cerebral é tão reduzida...
No caso de Rui Santos é comum, por isso não sei se dará para mais, mas MST é um homem inteligente. Não sei o porquê das tão frequentes paragens cerebrais.
Recomendo a leitura da teoria de MST sobre a Cigarra (SLB), o Kalimero(SCP) e a Formiga(FCP) n'A Bola de Terça-feira. Aí sim, vão encontrar uma série de ENTRADAS PERIGOSAS!

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