
Local: Londres
Estádio: Emirates Stadium
Assistência: 60 000 espectadores
Árbitro: Martin Atkinson (Inglaterra)
Visão Portuguesa:
Londres foi o cenário escolhido para um jogo amigável entre dois países irmãos. Um encontro entre portugueses e brasileiros cria sempre muitas expectativas, e aqui não foi excepção. Sem Ronaldinho Gaúcho, as atenções centraram-se no nosso Ronaldo.
Na selecção portuguesa as principais novidades eram as inclusões de Quaresma e Postiga no onze inicial. Pelo lado do Brasil, a principal curiosidade, nesta bem organizada equipa por Dunga, era a terceira internacionalização de Helton, guarda-redes do F.C. Porto.
Às 20 horas em ponto, hora de Lisboa, o senhor Martin Atkinson dava início à partida.
Entraram melhor os canarinhos, mais descontraídos, a jogar um futebol bonito. Por outro lado, a equipa de todos nós entrou nervosa, havendo uma evidente descoordenação quer no ataque quer na defesa.Portanto, não admira que as melhores oportunidades pertencessem aos brasileiros: logo aos 5 minutos, um livre de Elano, que todos esperavam que fosse um cruzamento, acabou por ir directo à baliza, valendo a atenção de Ricardo. Oito minutos depois, Sóbis, a quem chamam o Beckam brasileiro, aproveita um mau corte de Petit para se isolar na área, mas Ricardo acabou por, felizmente, levar a melhor.
Portugal tentava responder através da velocidade de Quaresma e Ronaldo, contudo havia sempre problemas no último passe. Porém, aos 21 minutos tudo foi perfeito; Tiago isolou Postiga que, só com Helton pela frente, não consegue levar a melhor.
O jogo foi prosseguindo com nítidas melhoras da selecção das quinas e com boas jogadas de parte a parte, com destaque para um remate Lúcio à trave da baliza de Ricardo, após um livre de Elano, pouco antes do descanso.
Ao intervalo, com um resultado, a meu ver, injusto, adivinhava-se mudanças nas duas equipas. No caso português era visível que Caneira estava em dificuldades, e Scolari optou por deixar o jogador do Sporting no balneário e colocar Paulo Ferreira no seu lugar. No Brasil, Dunga resolveu colocar, o nosso bem conhecido, Luisão e Adriano, para os lugares de Juan e Sóbis, respectivamente.
Os comandados de Felipão entraram com outra atitude e beneficiando da alteração táctica elaborada por Dunga. Foi um Portugal mais determinado aquele que jogou no segundo tempo no Emirates Stadium. A jogar em contra-ataque, os lusos exploravam a velocidade dos alas, só que continuavam a pecar no último passe.
O jogo foi prosseguindo, a um ritmo mais rápido do que o da primeira parte, com substituições pelo meio, como é costume em jogos particulares, onde destaco a entrada, pela selecção brasileira, dos nossos conhecidos Diego e Tinga. Pelo lado português, Deco e Ronaldo, as principais figuras da actual selecção, deram, respectivamente, o lugar a Hugo Viana e a Simão Sabrosa.
Aos 65 minutos, houve um momento de mau futebol que manchou a festa que se criou em volta do jogo. Antes da execução de um lançamento, Lúcio arremessa a bola contra Quaresma, sem razão aparente. Para o bem do espectáculo, o árbitro interveio prontamente para e serenou os ânimos entre os dois jogadores.
Não obstante o bom ritmo a que o jogo prosseguia, chegou a uma altura que dava a entender que as duas equipas estavam conformadas com o empate. No entanto, quando já poucos esperavam, Portugal, num lance de contra-ataque, muda o rumo dos acontecimentos. Numa jogada de progressão de Quaresma pelo lado direito, que assiste magistralmente Simão que, à meia volta, inaugura o marcador.
Estava dado um novo rumo ao jogo e Dunga parecia estar a antever a sua primeira derrota como seleccionador do escrete. Os brasileiros mudaram de atitude e foram atrás do prejuízo. Porém, o adiantamento e a cabeça perdida dos brasileiros só criaram mais espaços e possibilitaram o segundo golo da selecção portuguesa, desta feita por intermédio de Ricardo Carvalho, depois de mais um cruzamento de Hugo Viana.O jogo acabava pouco depois, sem antes se ouvir “olés” sempre que a selecção nacional fazia um passe.
Melhor em campo:
Quaresma – Melhor na segunda-parte do que na primeira. Embora tenha entrado nervoso, aos poucos foi ganhando confiança e esteve nos dois golos. Este foi, sem réstia de dúvida, o seu melhor jogo com a camisola das quinas. Outros jogadores também estiveram bem, como Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Petit, Paulo Ferreira e Simão, estes dois últimos que entraram muito bem no jogo.Arbitragem:
Martin Atkinson esteve no geral bem. Na primeira parte, assinalou algumas faltas duvidosas, nomeadamente uma falta à entrada da área a castigar falta de Maicon sobre Caneira. No segundo tempo, esteve mais regular, embora houvesse uma jogada duvidosa na área brasileira.
Pontos positivos:
*Um estádio cheio
* O ambiente criado à volta do jogo
* A vitória da nossa selecção frente ao líder do ranking da Fifa
*A atitude de Portugal na segunda parte
* A boa exibição de Quaresma, que se revela como uma mais valia
* Os golos
* Um bom teste, onde Scolari poderá tirar diversas elações
Ponto negativos:
• A falta de emoção do jogo
• A atitude de Lúcio ao arremessar a bola contra Quaresma
• A má entrada da selecção portuguesa no jogo
Conclusão:
Num Emirates Stadium ao rubro, a equipa de todos nós venceu uma sempre favorita selecção brasileira, que apenas foi 5 vezes campeã do mundo. O resultado acaba por ser justo, se tivermos em conta a garra lusa na segunda parte, porém pesado, se tivermos em conta a superioridade brasileira na primeira parte. Podemos concluir que foi um teste positivo para as duas equipas, no qual os respectivos seleccionadores poderão retirar as respectivas elações. Normalmente, nestes jogos o resultado é o que menos interessa; no entanto, vencer o Brasil é sempre uma motivação para os jogos que se seguem, esses, sim, o resultado interessa ( e muito).
P.S. Ontem disse que nunca tinha visto Portugal perder com o Brasil em selecções A e que estava convicto de que iria continuar sem conhecer essa realidade. Pelos vistos, felizmente, a minha convicção estava certa.
Heróis do mar, nobre povo...
[Miguel Pereira]
Visão Brasileira:
Comandados por Felipão, Portugal venceu o Brasil por 2 a 0 em Londres, Inglaterra, e acabou com a invencibilidade de Dunga, que já durava seis jogos. É a segunda vez que Portugal vence o Brasil, desde que Luiz Felipe Scolari assumiu o posto de treinador da Seleção.
O domínio do jogo foi dividido, os brasileiros estavam melhores no início do primeiro tempo, chegando com uma certa facilidade à área de ataque, porém, esbarravam nas mãos de Ricardo e de sua sorte, sempre presente companheira. O toque de bola era eficiente e Portugal apenas aproveitava os erros adversários, mas a partida foi equilibrando-se e caracterizou-se pela forte marcação das Seleções, o jogo truncado no meio de campo.
Na volta do intervalo, Portugal veio com gás novo e partiu para cima da defesa brasileira, mostrou entusiasmo e extrema vontade de marcar gols, aspecto que pareceu-me um pouco ausente à equipe de Dunga.Quaresma fez tudo muito direitinho, caia bem pela direita, dava velocidade ao ataque, armava bem os contra-ataques e se mostrava presente para receber a bola, destaque da partida. Um dos gols, inclusive, teve sua participação direta, após descer pela direita, colocou para o voleio de Simão. O placar foi definido após uma rápida cobrança de falta em que a defesa brasileira ficou parada, Hugo Viana cruzou na área e Ricardo Carvalho desviou do goleiro Hélton.
Acredito que o resultado foi muito merecido, mesmo nos momentos em que não estava tão bem no jogo, Portugal procurava manter o Brasil no meio de campo e buscava o gol em todas as oportunidades, os brasileiros deixaram a desejar nisso, até que chegavam ao ataque, mas o gol não parecia o objetivo principal.Foi importante para testar novos jogadores, adequar os restantes ao novo esquema de jogo “imposto” por Dunga.
Parabéns portugueses, parabéns Felipão.
[Mary]
Sem comentários:
Enviar um comentário