quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Brasil 0 - 2 Portugal


Local: Londres

Estádio: Emirates Stadium

Assistência: 60 000 espectadores

Árbitro: Martin Atkinson (Inglaterra)



Visão Portuguesa:



Londres foi o cenário escolhido para um jogo amigável entre dois países irmãos. Um encontro entre portugueses e brasileiros cria sempre muitas expectativas, e aqui não foi excepção. Sem Ronaldinho Gaúcho, as atenções centraram-se no nosso Ronaldo.

Na selecção portuguesa as principais novidades eram as inclusões de Quaresma e Postiga no onze inicial. Pelo lado do Brasil, a principal curiosidade, nesta bem organizada equipa por Dunga, era a terceira internacionalização de Helton, guarda-redes do F.C. Porto.




Às 20 horas em ponto, hora de Lisboa, o senhor Martin Atkinson dava início à partida.



Entraram melhor os canarinhos, mais descontraídos, a jogar um futebol bonito. Por outro lado, a equipa de todos nós entrou nervosa, havendo uma evidente descoordenação quer no ataque quer na defesa.

Portanto, não admira que as melhores oportunidades pertencessem aos brasileiros: logo aos 5 minutos, um livre de Elano, que todos esperavam que fosse um cruzamento, acabou por ir directo à baliza, valendo a atenção de Ricardo. Oito minutos depois, Sóbis, a quem chamam o Beckam brasileiro, aproveita um mau corte de Petit para se isolar na área, mas Ricardo acabou por, felizmente, levar a melhor.

Portugal tentava responder através da velocidade de Quaresma e Ronaldo, contudo havia sempre problemas no último passe. Porém, aos 21 minutos tudo foi perfeito; Tiago isolou Postiga que, só com Helton pela frente, não consegue levar a melhor.

O jogo foi prosseguindo com nítidas melhoras da selecção das quinas e com boas jogadas de parte a parte, com destaque para um remate Lúcio à trave da baliza de Ricardo, após um livre de Elano, pouco antes do descanso.



Ao intervalo, com um resultado, a meu ver, injusto, adivinhava-se mudanças nas duas equipas. No caso português era visível que Caneira estava em dificuldades, e Scolari optou por deixar o jogador do Sporting no balneário e colocar Paulo Ferreira no seu lugar. No Brasil, Dunga resolveu colocar, o nosso bem conhecido, Luisão e Adriano, para os lugares de Juan e Sóbis, respectivamente.



Os comandados de Felipão entraram com outra atitude e beneficiando da alteração táctica elaborada por Dunga. Foi um Portugal mais determinado aquele que jogou no segundo tempo no Emirates Stadium. A jogar em contra-ataque, os lusos exploravam a velocidade dos alas, só que continuavam a pecar no último passe.

O jogo foi prosseguindo, a um ritmo mais rápido do que o da primeira parte, com substituições pelo meio, como é costume em jogos particulares, onde destaco a entrada, pela selecção brasileira, dos nossos conhecidos Diego e Tinga. Pelo lado português, Deco e Ronaldo, as principais figuras da actual selecção, deram, respectivamente, o lugar a Hugo Viana e a Simão Sabrosa.

Aos 65 minutos, houve um momento de mau futebol que manchou a festa que se criou em volta do jogo. Antes da execução de um lançamento, Lúcio arremessa a bola contra Quaresma, sem razão aparente. Para o bem do espectáculo, o árbitro interveio prontamente para e serenou os ânimos entre os dois jogadores.

Não obstante o bom ritmo a que o jogo prosseguia, chegou a uma altura que dava a entender que as duas equipas estavam conformadas com o empate. No entanto, quando já poucos esperavam, Portugal, num lance de contra-ataque, muda o rumo dos acontecimentos. Numa jogada de progressão de Quaresma pelo lado direito, que assiste magistralmente Simão que, à meia volta, inaugura o marcador.



Estava dado um novo rumo ao jogo e Dunga parecia estar a antever a sua primeira derrota como seleccionador do escrete. Os brasileiros mudaram de atitude e foram atrás do prejuízo. Porém, o adiantamento e a cabeça perdida dos brasileiros só criaram mais espaços e possibilitaram o segundo golo da selecção portuguesa, desta feita por intermédio de Ricardo Carvalho, depois de mais um cruzamento de Hugo Viana.



O jogo acabava pouco depois, sem antes se ouvir “olés” sempre que a selecção nacional fazia um passe.



Melhor em campo:



Quaresma – Melhor na segunda-parte do que na primeira. Embora tenha entrado nervoso, aos poucos foi ganhando confiança e esteve nos dois golos. Este foi, sem réstia de dúvida, o seu melhor jogo com a camisola das quinas. Outros jogadores também estiveram bem, como Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Petit, Paulo Ferreira e Simão, estes dois últimos que entraram muito bem no jogo.



Arbitragem:



Martin Atkinson esteve no geral bem. Na primeira parte, assinalou algumas faltas duvidosas, nomeadamente uma falta à entrada da área a castigar falta de Maicon sobre Caneira. No segundo tempo, esteve mais regular, embora houvesse uma jogada duvidosa na área brasileira.



Pontos positivos:



*Um estádio cheio

* O ambiente criado à volta do jogo

* A vitória da nossa selecção frente ao líder do ranking da Fifa

*A atitude de Portugal na segunda parte

* A boa exibição de Quaresma, que se revela como uma mais valia

* Os golos

* Um bom teste, onde Scolari poderá tirar diversas elações



Ponto negativos:



• A falta de emoção do jogo

• A atitude de Lúcio ao arremessar a bola contra Quaresma

• A má entrada da selecção portuguesa no jogo



Conclusão:



Num Emirates Stadium ao rubro, a equipa de todos nós venceu uma sempre favorita selecção brasileira, que apenas foi 5 vezes campeã do mundo. O resultado acaba por ser justo, se tivermos em conta a garra lusa na segunda parte, porém pesado, se tivermos em conta a superioridade brasileira na primeira parte. Podemos concluir que foi um teste positivo para as duas equipas, no qual os respectivos seleccionadores poderão retirar as respectivas elações. Normalmente, nestes jogos o resultado é o que menos interessa; no entanto, vencer o Brasil é sempre uma motivação para os jogos que se seguem, esses, sim, o resultado interessa ( e muito).



P.S. Ontem disse que nunca tinha visto Portugal perder com o Brasil em selecções A e que estava convicto de que iria continuar sem conhecer essa realidade. Pelos vistos, felizmente, a minha convicção estava certa.



Heróis do mar, nobre povo...



[Miguel Pereira]






Visão Brasileira:



Comandados por Felipão, Portugal venceu o Brasil por 2 a 0 em Londres, Inglaterra, e acabou com a invencibilidade de Dunga, que já durava seis jogos. É a segunda vez que Portugal vence o Brasil, desde que Luiz Felipe Scolari assumiu o posto de treinador da Seleção.



O domínio do jogo foi dividido, os brasileiros estavam melhores no início do primeiro tempo, chegando com uma certa facilidade à área de ataque, porém, esbarravam nas mãos de Ricardo e de sua sorte, sempre presente companheira. O toque de bola era eficiente e Portugal apenas aproveitava os erros adversários, mas a partida foi equilibrando-se e caracterizou-se pela forte marcação das Seleções, o jogo truncado no meio de campo.



Na volta do intervalo, Portugal veio com gás novo e partiu para cima da defesa brasileira, mostrou entusiasmo e extrema vontade de marcar gols, aspecto que pareceu-me um pouco ausente à equipe de Dunga.



Quaresma fez tudo muito direitinho, caia bem pela direita, dava velocidade ao ataque, armava bem os contra-ataques e se mostrava presente para receber a bola, destaque da partida. Um dos gols, inclusive, teve sua participação direta, após descer pela direita, colocou para o voleio de Simão. O placar foi definido após uma rápida cobrança de falta em que a defesa brasileira ficou parada, Hugo Viana cruzou na área e Ricardo Carvalho desviou do goleiro Hélton.



Acredito que o resultado foi muito merecido, mesmo nos momentos em que não estava tão bem no jogo, Portugal procurava manter o Brasil no meio de campo e buscava o gol em todas as oportunidades, os brasileiros deixaram a desejar nisso, até que chegavam ao ataque, mas o gol não parecia o objetivo principal.



Foi importante para testar novos jogadores, adequar os restantes ao novo esquema de jogo “imposto” por Dunga.



Parabéns portugueses, parabéns Felipão.



[Mary]

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