domingo, fevereiro 11, 2007

Não há fome que não dê em fartura

Completar uma caderneta de cromos era uma aventura, um gosto, um desafio e também um bocadinho da nossa educação, porque sem repararmos nisso aprendíamos sempre alguma coisa nova.







No meu tempo - todos os nostálgicos gostam muito de escrever "no meu tempo" -, as colecções de cromos eram a sério, e fazíamo-las com fervor, aplicação e os dedos pegajosos de farinha misturada com água (espécie de cola), entre os trabalhos de casa e os poucos programas que nos autorizavam que víssemos no único canal de televisão existente.





Cá por casa, não se compravam jornais desportivos(ainda), logo a melhor maneira de conhecer-mos "os jogadores" era através das colecções de cromos, pois os nomes eu sabia através da rádio e dos seus detalhados relatos.



Nessa altura práticamente não havia futebol na TV, ai se apanhasse um "joguito" do campeonato inglês ou espanhol como hoje. Tinhamos de nos contentar com a final da Taça de Inglaterra, uma vez por ano e um ou outro jogo da selecção portuguesa. Era quase a escuridão total.



Só mais tarde aos sábados á noite tinhamos o previlégio de assistir aos jogos do nosso campeonato, mas nada dos 3 grandes. Víamos com muita atenção os jogos do Vit. de Setúbal, Varzim, Belenenses, Académica,... e pouco mais.



Agora não são necessarios os cromos, basta ir à internet e está cá tudo. Nem é preciso comprar os cadernos de a Bola.



Agora, cada vez que me sento no sofá em frente à TV, lembro-me desses tempos de "fome de bola" e a chatisse que é... perder tantos e tantos jogos.

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