quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Jogador Atacante da Semana: Philippe Senderos


PERFIL DO JOGADOR




Nome: Philippe Senderos

Data de Nascimento: 14/02/1985 (22 anos)

Clube: Arsenal FC

Nº da Camisola: 6

Posição: Defesa Central

Altura: 1,90 metros

Peso: 84 kg

Naturalidade: Meyrin (Genebra) – Suiça

Palmarés:
  • 1 Taça de Inglaterra (2005)



AVALIAÇÃO DO JOGADOR



Philippe Senderos é um jogador particularmente interessante. Joga, como sabem, na posição de defesa central e é, aos 22 anos (feitos exactamente há uma semana), a grande figura da selecção suíça e um dos bons valores do “colosso” Arsenal. Senderos é um atleta bastante corpulento e entroncado, além de alto, o que lhe confere características invejáveis no jogo aéreo. Mas cabecear, por si só, não chega. Algo limitado do ponto de vista técnico, é certo, até revela alguma classe nas saídas com a bola controlada, ainda que isso não seja o seu forte porém, são os seus atributos ao nível da atitude em campo que distinguem Senderos dos demais. Este central costuma ter uma função de marcação do ponta-de-lança adversário, não só porque não é muito rápido e iria jogar pior “indo às dobras” como também graças à sua enorme disponibilidade mental. O suíço apresenta uma grande maturidade e uma capacidade de liderança assinaláveis, fruto da responsabilidade com que há muito se depara, a de ser capitão das várias selecções jovens da Suiça – e agora a principal, como se viu no Mundial – e de ser visto pelo mundo futebolístico do seu país como a grande promessa (ou certeza) e o ícone do desporto-rei helvético. Apesar da tenra idade, não deixa de ser a voz de comando das defesas por onde passa e mesmo no Arsenal é frequente vê-lo com esse espírito, quando actua. Pode dizer-se que Senderos é um jogador raçudo, esforçado, empenhado, bravo, corajoso e extremamente determinado. Quando entra em campo, está concentrado no jogo e só no jogo e dá o litro pela equipa, sendo, também por isso, um exemplo para os seus companheiros. Devido à sua grandiosidade atlética e à Liga onde actua, é notória a sua virilidade e agressividade no ataque à bola. O seu 1,90m e a sua largura de ombros fazem dele uma muralha quase intransponível e quem é marcado por Senderos tem muita dificuldade em desenvencilhar-se, assim como em ganhar uma bola de cabeça. O central suíço caminha a passos largos para se tornar um dos pontos de referência no futebol mundial, especialmente se contarmos com as suas qualidades psicológicas, a sua entrega ao jogo e influência que consegue ter.



BIOGRAFIA DO JOGADOR



Suiça, berço de Senderos...




O melhor é começar pelo seu primeiro dilema: que selecção representar? Se na semana anterior tivemos Viduka com ascendência croata e ucraniana, hoje temos Senderos com pai espanhol e mãe sérvia. Foi, como é habitual, no seu país-natal que Senderos deu os primeiros passos no futebol enquanto jogador profissional de futebol. Nascido em Meyrin, a 6,5km de Genebra, iniciou-se no mundo do futebol com uns míseros cinco anos de idade, o que pode explicar que todo o seu processo de evolução seja algo prematuro. Desde cedo que se evidenciou e o seu carisma permitiu-lhe, aos 13 anos, ser o capitão da selecção nacional de sub-15 por exemplo. Foi sendo sempre capitão de todos os escalões das camadas jovens, nomeadamente nos sub-17, onde foi crucial na conquista do primeiro título de selecções da Suiça. Curiosamente, Suiça e Portugal defrontaram-se nessa competição, por calharem no mesmo grupo, o C. Depois de bater a Ucrânia por 3-1, a Suiça derrotou-nos pela margem mínima, 1-0 e garantiu o primeiro lugar só com vitórias ao ganhar aos franceses por 1-2. Portugal ficou em 3º do grupo, a seguir a helvéticos e gauleses. Nos quartos-de-final, bateram a surpreendente Geórgia por 3-0, resultado que se viria a repetir nas meias-finais, desta vez frente a Inglaterra. Na final, a França voltou a aparecer no caminho e só nas grandes penalidades se decidiu o Europeu, que ficou nas mãos dos suíços. Este campeonato teve lugar na Dinamarca no ano de 2002. Nessa altura, já Senderos estava na equipa principal do Servette, onde fez todo o seu percurso nas camadas jovens. Juntou-se a Dill, ex-jogador do Penafiel e do Aves, que está agora no Famalicão; os suiços Julian Esteban e Alexander Frei do Rennes; o nigeriano Wilson Oruma e ao veterano Johann Lonfat, por exemplo. E se a primeira época só jogou 3 jogos, na segunda actuou por 23 vezes marcando 3 golos, um registo impressionante para um jovem de 17 anos, sobretudo se considerarmos que a posição de defesa central requer maturidade e experiência. Os bons registos deixados nos blocos de notas dos grandes prospectores por toda a Europa, assim como a sua época incrivelmente regular que protagonizou, fizeram com que os “tubarões” tentassem contratar o jovem líder de uma das melhores gerações futebolísticas da Suiça. As sondagens vieram de Itália, onde a Juventus, o Inter e o AC Milan tentaram a sua sorte sem sucesso; da Alemanha, com o Bayern à cabeça e até de Espanha, por intermédio do Real Madrid e de Inglaterra, com equipas como Manchester United e Liverpool a aliciarem Senderos. No entanto, viriam a ser os “Gunners”, que ainda representa, a vencer a corrida pelo passe do suíço.



Aos 18 anos, vai para o Arsenal...



Quando chegou a Londres, para representar o Arsenal, uma série de lesões ameaçaram o jovem defesa central, que o impediram de dar o seu contributo no clube e na selecção. Assim, em 2003/04, não pisou o relvado em nenhum jogo oficial, tanto nas competições internas como europeias. Mais uma vez, “Big Phil” deu mostras da sua maturidade e superou as adversidades. Nessa época, o Arsenal foi campeão inglês mas esse troféu não consta no palmarés do Jogador Atacante da Semana de hoje porque não actuou, precisamente, em nenhum jogo. É pena… Em 2004/05 jogou 13 jogos para o campeonato, o que lhe valeu uma estreia com a camisola da selecção principal em Março de 2005. Foi também nesta temporada que se estreou nas competições da UEFA ao realizar um jogo na Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique. Estas oportunidades surgiram na sequência de uma lesão do grande Campbell. Senderos foi titular na vitória do Arsenal frente ao Manchester United na final da Taça de Inglaterra, numa partida que acabou num desempate através da lotaria dos penalties. Nesse ano, ninguém parou o Chelsea FC mas o Arsenal foi mesmo a equipa que mais próximo esteve de o fazer e finalizou na segunda posição. A época passada, 2005/06, foi, de longe, a melhor época da carreira do suíço apesar de não ter ganho nada. Primeiro, tomou um lugar no eixo da defesa ao lado de Touré e jogou 20 jogos na Premiership, marcando os únicos dois golos da sua carreira com a camisola dos “Gunners” e depois porque esteve presente no Mundial 2006. E, melhor ainda, chegou à final da Liga dos Campeões. No campeonato as coisas não correram da melhor forma. Se o 4º lugar já não é uma posição muito confortável, pior é ocupá-la a 24 pontos do primeiro classificado, mais uma vez os “Blues” de José Mourinho, e foi isso que aconteceu. De resto, Senderos começou a época sendo muito pouco utilizado mas na segunda volta, foram raras as ocasiões em que Senderos não actuou os 90 minutos. Na Liga dos Campeões, as coisas correram melhor que nunca ao Arsenal de Wenger. Na Fase de Grupos, 5 vitórias e apenas um empate diante do Ajax a 0, num grupo constituído pelos holandeses já referidos, o Thun da Suiça, país de Senderos e o Sparta de Praga da República Checa. Nos oitavos-de-final, houve algumas dificuldades para bater o Real Madrid. 0-1 no Santiago Barnabéu e 0-0 no Emirates Stadium fizeram com que o Arsenal seguisse em frente na competição. Nos quartos-de-final, o 0-0 voltou a fazer parte da segunda-mão, desta vez com a Juventus, mas na primeira-mão a vitória sorriu aos britânicos, 2-0. Nas meias-finais a passagem dos ingleses chegou a ser tremendamente injusta. Isto porque os “Gunners” foram a Espanha ganhar ao Villareal por 0-1 mas em Inglaterra, a equipa do submarino amarelo massacrou os arsenalistas que mesmo assim passaram à final. Na final perderam com o Barcelona por 2-1 numa reviravolta fantástica dos catalães. Senderos não saiu do banco num jogo em que todos querem participar. Ainda assim, o jovem central suíço jogou 7 jogos da caminhada fantástica do Arsenal rumo a Paris.



Mundial fantástico e o regresso às lesões...



No fim desta época, Philippe Senderos foi previsivelmente convocado para representar a selecção nacional de futebol da Suiça no Campeonato Mundial da Alemanha. Como não podia deixar de ser, o rapazinho de apenas 21 anos e pouco mais do que uma dezena de internacionalizações era indiscutível no onze titular da equipa e uma das grandes referências da formação helvética. Surpreendentemente, a Suiça conseguiu vencer o grupo G, onde se encontravam a França, sempre a ter em conta nestas competições e que terminou como vice-campeã do mundo e a Coreia do Sul, quarta classificada na edição anterior, além dos estreantes do Togo. O primeiro e único jogo europeu do grupo opôs a França à Suiça e não houve golos, num jogo em que Senderos se bateu bem no eixo da defesa com Patrick Müller a seu lado. Nos dois jogos seguintes os três pontos vieram para a equipa do “Swiss Tony”, primeiro no 2-0 frente aos africanos e depois o mesmo resultado frente aos asiáticos, numa partida em que Senderos marcou, aos 23 minutos, o primeiro dos dois golos e saiu aos 53 para ceder o lugar a Djourou devido a um nariz partido e uma grave lesão no ombro. Nos oitavos-de-final, a Suiça não pôde contar com a sua presença em campo e, após o 0-0, persistir durante os 120 minutos contra a Ucrânia, foram a grandes penalidades. Acabou por ser a equipa se Shevchenko a levar a melhor e a eliminar uma Suiça que, não só não perdeu nenhum jogo, como não sofreu golos durante toda a competição. Apesar de existirem nomes como Pascal Zuberbühler, Ricardo Cabanas, Tranquillo Barnetta, Patrick Müller ou Johann Vogel na selecção de Senderos, é o jogador de hoje que considero a grande figura da equipa, possivelmente formando com os dois últimos um trio de maior prestigio internacional. Esta temporada, as lesões voltaram a assombrar o jogador que não fez a pré-época, tendo voltado aos relvados em Outubro. Leva agora 9 jogos para o campeonato efectuados, assim como 1 na Liga dos Campeões. Está à espreita do grande momento de forma que atingiu no Mundial para retornar à titularidade definitiva e para se afirmar completamente no futebol europeu. A luta pelo título parece ser só entre Manchester United e Chelsea, este ano, e o Liverpool e o Arsenal batem-se pelo último lugar do pódio. Neste momento, a equipa do suíço de hoje está no 4º posto a um mísero ponto dos “Reds” de Liverpool, mas já a 17 dos “Reds” de Manchester. Na Liga dos Campeões, depois de terem vencido o grupo do FCPorto, estão agora nos oitavos-de-final mas ontem perderam por 1-0 frente ao PSV em Eindhoven num jogo em que Philippe Senderos foi titular. Este poliglota (fala seis línguas, incluindo a nossa, o português) tem qualidades futebolísticas para chegar longe a cabecinha bem posta no lugar parece ajudar ao acelerado processo de maturação de que Senderos foi vítima. O futebolista do Arsenal fez 22 anos na semana passada mas já é conhecido por todos os amantes do futebol. Ou quase todos. Os que não o conhecem ainda hão-de ouvir falar dele num futuro próximo pois o ataque à indiscutibilidade no eixo defensivo do Arsenal aconteceu recentemente (foi titular nos últimos 6 jogos da equipa), depois do lugar na selecção estar já reservado ao jovem. Veremos o que irá acontecer...



VÍDEO DO JOGADOR






QUESTÕES SOBRE O JOGADOR



Até onde poderá ir este central em ascensão? Poderá tornar-se um dos melhores do mundo?



Terá potencial suficiente e as características ideais para se tornar no novo “patrão” da linha recuada dos “Gunners”?



De que maneira poderá a Suiça sair beneficiada por contar com um jovem da categoria de Senderos?

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