Depois de quatro vitórias e um empate nos cinco primeiros jogos de preparação, o Beira-Mar, finalmente, apresentou-se aos seus sócios e simpatizantes, que por sinal viraram as costas ao primeiro jogo em casa, rotulado como sendo de apresentação e que no final redundou numa derrota pouco agradável, mas em relação à qual não há muito a contestar, a não ser, o reconhecimento de que falta encontrar dois jogadores de referência, um «10» organizador de jogo, e um «matador», nem que seja ao estilo do tosco mas mexido «Tanque» Silva, que abandonou o clube. Eis uma primeira conclusão de um jogo que raramente foi bem jogado e que mais uma vez foi desagradável ver o Beira-Mar perder na sua própria casa, um hábito que já vem de longe.
Para este jogo, Augusto Inácio apresentou Pavel Srnicek, Ricardo, Jorge Silva, Alcaráz, Tininho, João Pedro, Luís Vouzela, Cheik, Zé Roberto, Roma e Didi para enfrentar um adversário que se deu ao luxo de fazer alinhar duas equipas e ainda mais um 23º jogador, sendo que na primeira parte o Valladolid terá jogado com a formação secundária, a qual, ainda assim, foi segurando a igualdade sem golos e até não marcou aos 43 minutos porque Srnicek, com uma defesa monumental, desviou para canto o remate de Mateo. Antes, por volta dos 25 minutos, Didi, que a espaços se revelou um jogador de boas capacidades técnicas, teve o golo na cabeça, mas a bola saiu ligeiramente ao lado. O estilo de 4x3x3, em que Zé Roberto era a «muleta» de Roma e Didi, não conseguiu partir a defensiva contrária, que soube resguardar a sua cidadela sem grandes sobressaltos.
Para a segunda parte, enquanto o treinador do Beira-Mar optava por manter a equipa inicial, o seu homólogo espanhol não hesitou e meteu nada menos do que 11 novos jogadores, que pelo tempo fora se viria a perceber que constituíam a «artilharia pesada» de uma equipa que teve a seu favor a felicidade e a arte de marcar logo aos 23 segundos deste período, com Llorente a aproveitar bem uma bola metida na frente para bater Srnicek. Grande tónico para uns e um «soco no estômago» para outros, sendo que aos 55 minutos Capdevila acertou com estrondo no poste direito da baliza defendida pelo checo do Beira-Mar, mas logo Didi voltava a cabecear em grande estilo, mas agora a bola subiu para além da barra. O contra-ataque planificado dos espanhóis voltou a fazer estragos irreparáveis aos 78 minutos, quando, após trocas sucessivas de bola, esta foi parar aos pés de Carmona, que iludiu os opositores e rematou certeiro para o segundo golo. O treinador do Beira-Mar preferiu retirar ilações acerca das capacidades físicas e mentais dos seus jogadores e apenas trocou Ricardo e Diakite (futebolisticamente Sheik), por Ribeiro e Nicolas. Já para lá dos 90 minutos, quando os espanhóis estavam em inferioridade numérica, Roma soube «ler» o local exacto da queda da bola metida na frente e com um remate certeiro fixou o resultado final, que se aceita, em função da produção global das duas equipas. Arbitragem complicada por alguma excessiva dureza dos espanhóis, mas também é verdade que o árbitro principal, a dado passo, pareceu menos criterioso quanto à igualitária visão dos lances faltosos, irritando assim os jogadores do Valladolid.
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