terça-feira, agosto 09, 2005

Nunca é tarde para se voltar a gostar



Nunca fui grande adepto do futebol italiano mas quando era mais novo gostava um pouco da Juventus e detestava o AC Milan e o Nápoles
Depois, mais tarde, comecei a ver o futebol italiano do AC Milan nos tempos do Gullit e Van Basten e do Nápoles de Maradona e comecei a desgostar mais da Juventus que não tinha figuras por aí alem, embora tivesse bons jogadores, isto sem começar a gostar das equipas que referi. Por esta altura comecei também a aperceber-me que tipo de futebol era o praticado, principalmente o futebol das goleadas de 1-0 ou de 2-1 e comecei a desinteressar-me pura e simplesmente do Calcio. Até o pouco que já gostava da Juventus se desvaneceu.


Entretanto surgiram uns portugueses em Italia, mas como não era ninguem que eu achasse cativante, como jogador, pouca relevancia teve essa partida lusa para terras transalpinas.
Definitivamente é um campeonato que sempre me passou ao lado.

Este ano algo está a mudar, em mim, em relação a esse futebol. Luis Figo é o responsavel, é ele quem faz a diferença, não só como jogador mas principalmente como pessoa, abnegada e que gosta de ajudar o proximo, mais desfavorecido, tendo para isso criado uma fundação.
Há pouco tempo descobri algo mais da historia do Inter Milão e cativou-me um pouco.
A escolha de Figo não podia ter sido a mais correcta, é quase uma junção do útil ao agradável, senão vejamos:

O ex-presidente do Inter Milão, Massimo Moratti, em 10 anos de presidencia e jejum em titulos, gastou nada mais nada menos do que 500 milhões de Euros do propro bolso. De certeza que pensa em ganhar todos os anos em que abre desmesuradamente os cordões à bolsa, mas vê-se que o seu maior prazer é viver a equipa no seu dia-a-dia, como se fosse a sua familia, e que dizem tratar os jogadores como se filhos dele fossem.
Segundo palavras da mulher, Massimo sofre imenso pelo clube. E depois de uma derrota fica a pensar no jogo horas a fio, sem conseguir fazer mais nada.
Mas é no campo social que se vê bem como é este senhor ex-presidente do Internazionale.
O clube tem, em 15 paises espalhados pelos 5 continentes, dezenas de "Inter Campus", onde mais de 20.000 jovens de familias desabonadas com idades entre os 8 e os 14 anos são acompanhados nos estudos ao mesmo tempo que tambem aprendem a jogar a bola e onde teem casa, cama, comida e roupa lavada, por assim dizer.


Se isto ainda parece pouco, Massimo Moratti ainda apoia fundações de solidariedade como a de Javier Zanetti e de Bergomi, e financia projectos de recuperação de jovens deficientes e estropiados no Curdistão, Afeganistão, Iraque... Construiu e equipou um hospital em Panshir, no Afeganistão e subsidia várias casas de caridade e centros de cura para toxicodependentes em Milão.
Parafraseando alguém, permito-me a escrever, " Isto é um clube de futebol ou uma Santa Casa de Misericordia multinacional?"

Estou mesmo a ver que no futuro, Figo terá mais um novo sócio para a sua fundação e será uma excelente aquisição. Ao fim e ao cabo é uma excelente aquisição mútua.

Espero sinceramente que o Inter Milão ganhe o campeonato esta época e todas as competições em que participa, Liga dos Campeões inclusivé.

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