Agora que está quase a começar mais um campeonato, surge já uma das novidades da temporada, a mudança de nome da própria competição. A superliga Galp energia passará a chamar-se liga betandwin.com segundo se consta, e pelos próximos 4 anos, com um encaixe de 10 milhões de euros com o negócio. Assim sendo, está assegurada a realização desta competição para a temporada 2005/2006, coisa que chegou a ser posta em causa no início do defeso e que não deve ser do conhecimento geral, pela simples razão que ninguém, inclusive a comunicação social, acreditou em tamanha barbaridade, lançada pelo presidente daquele organismo à data. Quem não gostaram foram as entidades que gerem os jogos de apostas em Portugal, como a Santa Casa da Misericórdia. Se bem que nada tem a ver com futebol, e que tal se estas entidades do estado fizessem públicas as contas dos seus exercícios anuais? Era bom ver para onde vai 40% do dinheiro dos apostadores, digo eu!
Quanto à competição propriamente dita, irá ser muito interessante o jogo de abertura entre Sporting e Belenenses, na medida em que a primeira dispensa apresentações quanto às aspirações que tem, e a segunda que na minha opinião, a par do Braga, têm as equipas mais homogéneas deste campeonato, sendo a que melhor se reforçou, dentro das suas possibilidades de mercado.
Interessante será também a visita do campeão nacional ao terreno da académica e o regresso do estrela da Amadora à competição principal de futebol, e logo no terreno do mais caro plantel da mesma. De realçar nesta primeira jornada um Leiria-Braga e de um Boavista - V. Setúbal.
Em jeito de vaticínio eu direi que, sabendo de antemão que há mais um lugar na despromoção (até que enfim), Naval, Gil Vicente, Penafiel, Estrela da Amadora, Setúbal e Académica são à partida os que tentarão fugir a esses lugares. Aguardo com alguma renitência as prestações de Paços de Ferreira e Leiria, e em especial as do Rio Ave e Nacional. Como certezas eu aposto numa luta interessante pelos lugares europeus, entre Boavista, Guimarães, Belenenses e Braga, tendo este último clube a possibilidade flagrante de se intrometer entre os chamados três grandes.
Com a intromissão do Braga ou qualquer um dos outros três que enunciei anteriormente no meio de Porto, Benfica e Sporting, as coisas ficam mais renhidas, mais equilibradas e superiormente niveladas. Quanto ao título, se o Sporting for coerente e constante, é o mais sério candidato, por ter-se reforçado maioritariamente com jogadores que já actuavam em Portugal, mas essencialmente por ter mantido o mesmo treinador. Se algo começar a correr mal a Peseiro, penso também que será a primeiro a abandonar o comando do Sporting, o futebol tem destas coisas. Quanto ao Benfica, vai ser interessante ver a prestação na liga dos campeões e a gestão do esforço dos jogadores nas duas competições, visto que as alternativas são poucas para a capaz revalidação do seu título. Quanto ao Porto e pelo que tenho visto, apresenta o futebol, a par do Sporting, mais do que suficiente para discutirem o título a sós, só que apresentam fragilidades no sector defensivo e também os estigmas do ano passado, ou seja, para uma os jogos em casa e para outra o lutar até ao fim sem obter glória.
O que interessa é que estejamos a apoiar as nossas equipas, que seja um bom campeonato e que desta vez vença o melhor.
Mudando de assunto, o Benfica venceu a supertaça Cândido de Oliveira após 16 anos. Num jogo incrivelmente fraco, no qual não se distinguia quem era favorito, acabou por surgir um golo de Nuno Gomes a dar a vitória aos encarnados. Há duas coisas a realçar no fim do jogo para a imprensa e para mim em particular: Olegário Benquerença fez, segundo o jornal ABOLA, um trabalho com um critério largo e que só teve azar por o golo do Benfica ter sido precedido por falta de Geovanni a Ricardo Chaves (Falta merecedora de cartão vermelho segundo Jorge Coroado). Ora, como ainda não vi ninguém desmentir isto, ou atrever-se a enunciá-lo, presumo que esta seja a versão aceite pela maioria. Devo recordar que toda a gente viu a entrada em questão, o árbitro viu os pitões marcados na perna do jogador, as repetições são inequívocas, mas o critério do árbitro e a sua exibição foi considerada de azarados. Quando foi o lance do famigerado Benfica-Porto, em que ainda hoje não há consenso se a bola entrou ou não na baliza de Vítor Baía, o mesmo árbitro foi crucificado em praça pública, quer pelos dirigentes benfiquistas quer por o jornal em questão, que no dia seguinte a esse jogo publicava na sua manchete, golo mal anulado dá vitória ao FCP. A segunda coisa que quero realçar, é que depois do golo de Nuno Gomes que deu a vitória ao Benfica, este jogador voltou aos golos, ou trocadilhos como Nuno Golos foram usados, como que querendo o jornal dizer aos simpatizantes do Benfica que se ainda não contrataram um ponta de lança não é razão de preocupação, pois o Nuno Gomes está lá. Hoje fala-se do italiano Miccoli. O golo de Mantorras pela selecção quase que chegou a ter a mesma índole, pouco faltou. Enfim, o notável Cândido de Oliveira merecia melhores seguidores.
Outro caso que me leva ao espanto é o que está perto de ser o desfecho do caso Miguel. Está tudo acertado entre clubes e jogador para 5 épocas, e de realçar, veio a público o valor de uma transferência do Benfica ou para o Benfica, e agora está o negócio preso por um pedido de desculpas e arrependimento em pleno estádio da Luz a todos os benfiquistas? Esta para mim dá para rir.
Interessante também a posição de Douala, que em entrevista à Antena 1 disse que se sente indesejado por parte de alguns dirigentes do clube que representa. De facto, para quem há pouco tempo veio para a televisão dizer que queria ir-se embora e que se não fosse o clube teria de dar-lhe melhores condições salariais, deve sentir-se indesejado, mas com razão. Só um aparte em relação a este caso, se há a possibilidade de vender o jogador ao Middlesbrough porque raio o jogador foi utilizado na pré-eliminatória da liga dos campeões frente à Udinese? Para receberem menos dinheiro?
Para culminar, e para não dar azo a que digam que eu só falo dos outros clubes, o FCP, como é do conhecimento geral, fez a proposta a Nuno Valente para que optasse por jogar no clube e preterisse a selecção. Se acho que esta é uma proposta que para um jogador é limitadora e injusta, para o clube é do maior interesse, da maior clareza e da maior justiça. Passo a explicar: O jogador aufere um ordenado muito elevado que é pago pelo clube, está em final de carreira (logo, sem perspectivas de o vender de forma compensadora), foi diagnosticado que não pode ter uma grande sobrecarga de jogos devido ao elevado risco de contrair outra lesão grave, a última lesão que teve foi ao serviço da selecção, o que o atirou para fora dos relvados durante oito meses, sem sequer haver uma compensação de danos causados e depois dos médicos do FCP terem dito que era profiláctico ele não jogar, informação que não foi tida em conta. Enfim, é um sem número de razões que me faz estar do lado do clube, sabendo porém que para o jogador é extremamente restritiva uma situação destas, e que o irá fazer com que ele saia do FCP rapidamente. O mundial está aí à porta, e não tendo o Nuno Valente concorrência à altura em Portugal, estando Portugal em boa posição para lá marcar presença, quem o pode criticar se a sua opção for essa?
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