quarta-feira, janeiro 10, 2007

"The Academy of Football" , um viveiro de talentos

The Academy of Football é um dos nomes pelos quais é conhecido o clube Londrino West Ham United.
Longe do sucesso de outros clubes britânicos, os “Hammers” não contam no seu currículo com a conquista de um título de campeão Inglês, no entanto, não é só de títulos que vive a história de um clube, como tal o West Ham é internacionalmente reconhecido por outros feitos, feitos esses que têm contribuído imenso para o aumento qualitativo do Futebol Inglês.

The Academy of Football foi uma “alcunha” criada pela imprensa britânica que caracteriza e reconhece a enorme reputação que os Hammers gozam em relação á formação de talentosos jogadores ingleses, assim como o futebol agradável e de pé para pé que sempre caracterizou este clube Londrino ao longo da sua história.

Na realidade, um dos grandes orgulhos dos adeptos do West Ham é o facto de possuirem uma das melhores e mais afamadas escolas de formação do Reino Unido, fama essa que permite, hoje em dia, serem reconhecidos como uma referência internacional na formação de talentos.

História


O termo foi pela primeira vez usado, no reinado de Ron Greewood como treinador do West Ham (1961-1974). Nessa altura, três jogadores que haviam sido formados no clube estavam a ter grande sucesso na Selecção Inglesa: Bobby Moore, Geoff Hurst e Martins Peters, atletas esses que acabaram por fazer parte da “armada” Inglesa que venceu o Mundial.
Moore capitaneou a selecção (Pélé, anos mais tarde, afirmou que o Ingles tinha sido o melhor defesa contra quem já tinha jogado), Hurst apontou um hattrick na final contra a Alemanha, e Peters apontou o outro golo.
O feito destes três atletas valeu ao West Ham uma enorme fama, que iria perdurar por muitos e bons anos.


Nos 30 anos seguintes, o clube continuou a produzir, na sua Academia, jogadores que acabariam por se tornar “notáveis” do Futebol Inglês.
Frank Lampard Senior e Sir Trevor Brooking, os quais conquistaram a FA Cup em 1975, conseguindo o feito de ser o único clube a conquistar o troféu com uma equipa composta apenas por jogadores Ingleses.

Paul Ince, que viria a conquistar vários troféus ao serviço doMan Utd, estreou-se no futebol profissional com a camisola do West Ham em 1986.

Dez anos mais tarde, na “youth team” dos Hammers brilharam nomes como Rio Ferdinand e Frank Lampard jr.
Nesse ano o West Ham chegou á final da FA Youth Cup perdendo frente ao Liverpool, então liderada pelo fantástico avançado Michael Owen.

Em 1999, o West Ham volta a produzir talentosos jogadores, os quais venceram a FA Youth Cup frente ao Coventry. Brilhavam então com a camisola dos “Hammers” Joe Cole, Michael Carrick e Jermaine Defoe.

Recentemente, os mais sonantes jogadores lançados pela “Academy of Football” foram Anton Ferdinand, Glen Johnson, Elliott Ward e Mark Noble.


A importância da Academia

Hoje em dia a Academia é uma parte importante da identidade do clube e uma fonte de jogadores para a equipa profissional.
Com a descida de divisão em 2003, o West Ham entrou em colapso financeiro e só a venda das grandes estrelas formadas na sua Academia evitou a falência do clube. Muitos analistas e comentadores futebolísticos crêm que se o West Ham tivesse tido capacidade para manter essas estrelas, seriam, hoje em dia, um dos melhores clubes de Inglaterra.

Com a subida de divisão em 2005, o West Ham voltou ao patamar maximo do Futebol Inglês, e para tal feito, três jogadores da sua Academia foram fundamentais: Anton Ferdinand, Elliot Ward e Mark Noble.

“Hammer Baby´s” alvo do assédio dos grandes clubes Ingleses

Em Inglaterra é quase considerado um “casestudy” – os atletas do West Ham são alvo de um assédio constante por parte dos grandes clubes Ingleses.
No fundo, o West Ham é visto como uma fonte de jogadores de qualidade, como tal os grandes Ingleses não se imiscuem em pagar fortunas por algumas das jovens “pérolas” formadas no clube Londrino.

Este “casestudy” tem o seu início com a venda de Rio Ferdinand ao Leeds Utd em 2000. Desde então mais 6 “Hammer Baby´s” foram vendidos entrando nos cofres do clube Londrino qualquer coisa como 50 milhões de libras (incluindo a venda de Rio Ferdinand por 18 que mais tarde se viria a transferir por 30 para o Man Utd).
É sem dúvida uma soma de dinheiro muito superior á que o clube gasta para se reforçar, e a verdade é que os atletas que têm saído da Academia têm conseguido alcançar grande sucesso em clubes como Liverpool, Chelsea ou Man Utd.

Contudo, e apesar do assédio dos clubes citados, o clube está a operar uma diferença na sua política. Está em marcha uma tentativa de salvaguarda das jovens estrelas do clube tais como Dean Ashton, Etherington ou Nigel Reo Cocker, assim como os “filhos” do clube: Mark Noble ou Anton Ferdinand, assim como jovens que vão cintilando na “youth team”: Hogan Ephraim e James Tomkins.

Também a Selecção Nacional Inglesa “sente” a eficiência do trabalho realizado na Academia do clube Londrino.
Rio Ferdinand, Paul Konchesky, Michael Carrick, Frank Lampard, Joe Cole e Jermaine Defoe, são alguns dos jogadores formados nos “Hammers” que regularmente ou a espaços fazem parte da principal selecção Inglesa.

Principais “graduados” da Academia

Bobby Moore – Capitaneou o West Ham na conquista de uma FA Cup e de uma Taça das Taças, assim como a conquista de um Campeonato do Mundo por parte da Inglaterra.
Foi estrela do clube durante os anos 60.

Sir Geoff Hurst – Mantem-se como o único jogador a conseguir um Hattrick numa final de um Mundial de Futebol, tendo sido decisivo na conquista do Mundial de 66.
Nomeado Sir em 1988, apontou 252 golos em 499 jogos pelo West Ham.

Martin Peters – Foi também ele decisivo na conquista do Mundial de 66, apontando um dos golos da final. Atleta do clube Londrino durante os anos 60, transferiu-se numa soma record para o Tottenham já nos anos 70.

Frank Lampard Sr – Conquistou a FA Cup pelo clube em 1975 e 1980, actuando em 660 jogos pelos “Hammers”.

Sir Trevor Brooking – Actuou em mais de 600 partidas pelo clube, entre 1967 e 1984, conquistando duas FA Cups.
Em 2003 foi nomeado como Director do futebol de formação na Football Association.
Em 2004 foi nomeado Sir.

Paul Ince – Actuou em 72 partidas pelo clube até se transferir em 1989 pelo Manchester Utd por 1 milhão de libras. No Man U, alcançou um grande sucesso e diversos títulos, como dois campeonatos, uma Taça das Taças, uma Supertaça Europeia, etc.

Rio Ferdinand – Alcançou a sua primeira internacionalização em 1998, e em 2000 tornou-se no mais caro defensor do Futebol Inglês na sua transferência para o Leeds.
Em 2002 tornou-se no mais caro futebolista Britânica, assim como no mais caro defensor do Mundo, ao transferir-se para o Man Utd.

Frank Lampard jr. – Estreou-se pelos Hammers em 1999, transferindo-se para o Chelsea em 2001, numa transferência orçada em 11,5 milhões de libras.
Hoje em dia é considerado um dos melhores jogadores Mundiais.

Joe Cole – Na Academia foi considerado um dos mais talentosos jogadores que já haviam passado pela mesma, criando uma grande expectactiva nos dirigentes e adeptos. O seu talento não passou despercebido ao Chelsea que o contratou em 2003 por 7 milhões de libras.
Depois de alguma irregularidade, que quase lhe valeu um empréstimo ao Spartak Moscovo, é sob a liderança de Mourinho que Joe Cole acabou por esplanar todo o seu talento.

Michael Carrick – Depois de demonstrar muita qualidade no West Ham, transferiu-se para o Tottenham antes de se transferir para o todo poderoso Man Utd, já em 2006.

Jermaine Defoe – Defoe começou a sua carreira no Charlton transferindo-se para o West Ham em 1999, com 17 anos de idade. Em 2003 rumou ao Tottenham numa transferência avaliada em 7 milhões de libras.

Outros famosos

Algumas outras estrelas britânicas passaram pela Academia do West Ham, sem contudo terem chegado a jogar pela equipa principal.
Nomes como Kieron Richardson, John Terry ou Sol Campbell experimentaram a maestria e qualidade do trabalho da Academia.

A certeza que fica é que no futuro iremos falar de mais jogadores de nível internacional, uma vez que a aposta do clube na sua Academia é contínua e o trabalho efectuado não deixa margem para dúvidas: é excepcional.
Se é verdade que o futebol tecnicista e de pé para pé já não é uma característica apenas sua, devido sobretudo á "latinização" do Futebol Inglês, uma coisa é certa: nenhum outro clube Britânico tem uma escola de formação com a qualidade e os resultados da dos "Hammers".

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