quarta-feira, janeiro 31, 2007

Jogador Atacante da Semana: Santiago Solari



PERFIL DO JOGADOR



Nome: Santiago Hernán Solari

Data de Nascimento: 07/10/1976 (30 anos)

Clube: Inter de Milão

Nº da Camisola: 21

Posição: Médio Esquerdo

Altura: 1,85 metros

Peso: 85 kg

Naturalidade: Rosário – Argentina

Palmarés:
  • 2 Campeonatos Argentinos Apertura (1996 e 1997)
  • 1 Campeonato Argentino Clausura (1997)
  • 2 Campeonatos Espanhóis (2001 e 2003)
  • 2 SuperTaças Espanholas (2001 e 2003)
  • 1 Campeonato Italiano (2006)
  • 1 Taça de Itália (2006)
  • 2 SuperTaças de Itália (2005 e 2006)
  • 1 Liga dos Campeões (2002)
  • 1 Taça Intercontinental (2002)
  • 1 SuperTaça Europeia (2002)




AVALIAÇÃO DO JOGADOR



Santiago Solari, o eterno “Suplente de Ouro”. Este médio/extremo esquerdo é um verdadeiro “suplente de ouro” ou uma “eterna promessa” pois sempre prometeu muito, sempre prometeu vir a tornar-se um dos grandes jogadores argentinos de todos os tempos mas parece já ter passado o “timming” para que tal sucedesse. Agora, com 30 anos, é um bom jogador e o Inter, a sua equipa, deve ser das poucas que, em todo o mundo, não lhe dão a titularidade como garantia. Tem na sua técnica e na sua classe as maiores qualidades futebolísticas, além da grande resistência; dos seus cruzamentos e passes. Usa o seu valioso pé esquerdo em toda a faixa canhota do meio para cima, jogando como médio interior esquerdo ou como extremo. Quem não conhece a classe com que trata a bola? Quem não conhece a sua técnica maravilhosa? Quem não conhece os centros milimétricos que tantos golos oferecem? Quem não conhece a sua qualidade de passe? Quem não conhece a sua capacidade de resistir ao desgaste físico? Quem não conhece aquela tão típica e útil raça argentina? Quem não conhece a sua raça? Quem não conhece o seu espírito batalhador? Quem não conhece a sua inteligência sem bola? Quem não conhece as suas fintas fantásticas seguidas de grandes arrancadas? Quem não conhece as suas diagonais? Quem não conhece as suas idas à linha? E porque não… Quem não conhece Santiago Solari? Todos os amantes do bom futebol já viram jogar, ou pelo menos já ouviram falar neste nome que se associa, como já disse, à tremenda classe em campo, a uma técnica excelente e à sua imortal condição de suplente de luxo.



BIOGRAFIA DO JOGADOR



O Início...




Santiago vem de uma família muito relacionada com o futebol. É sobrinho de Jorge Solari (participou no Mundial de 2006 pela Argentina e foi treinador de futebol), primo de Fernando Redondo (ex-internacional argentino e ex-jogador do Real Madrid), filho de Eduardo Miguel Solari (conhecido ex-jogador argentino e treinador) e irmão de Esteban Solari (jogador do APOEL FC, do Chipre). “El Indiecito”, como é conhecido devido à alcunha do seu tio “El Índio”, começou a sua carreira como profissional nos Newell's Old Boys, em 1994/1995, ou seja, quando tinha 18 anos. Contudo, as oportunidades de jogar, mesmo como suplente utilizado, foram nulas e terminou a época com zero jogos e zero golos. Para ter mais tempo de jogo, para rodar, evoluir e maturar, abandonou o “Parque de la Independência” e foi para o Renato Cesarini (um clube que, entre outros, o seu pai e o seu tio haviam criado em 1978) por empréstimo. Aqui começou a dar os primeiros passos rumo à fama nacional e posteriormente internacional, quando jogou 9 jogos e apontou 1 golo. Foi o bastante para o levar para o grande clube que é o River Plate, o clube que (de longe) possui mais títulos nacionais (e mais segundos lugares, e mais terceiros lugares do que qualquer outro, incluindo o Boca Juniors) num país de fanáticos pelo desporto-rei como este.



No River Plate...



Na altura, jogavam no “El Monumental” craques como Burgos, Bonano, Sorín, Berizzo, Ortega, Gallardo, Júlio Cruz, Pablo Aimar, Almeyda, Crespo, Salas ou o seu grande ídolo, Enzo Francescoli. Em 1996, com a ajuda de Solari, “limparam” tudo, alcançando a vitória no Torneio Abertura um dos os dois campeonatos nacionais argentinos. Entretanto, a chamada à selecção foi inevitável e teve inicio o pequeníssimo seu percurso com a camisola azul celeste. Jogou 24 jogos para o campeonato e marcou dois golos. Ainda em 1996, auxiliou o River Plate a chegar ao ponto mais glorioso dos anos 90 com o triunfo na Libertadores. Na ronda classificatória empataram duas vezes com o San Lorenzo (1-1 e 0-0) mas nos restantes quatro jogos, com o Caracas FC e com o Minervén, a vitória sorriu aos campeões argentinos. Nos oitavos-de-final, os adversários eram os peruanos do Sporting Cristal, que chegaram a assustar Solari e os seus companheiros com uma vitória por 1-2 na primeira-mão, em que apenas Crespo marcou o golo de honra. Porém, na segunda-mão, dissiparam-se todas as dúvidas com um 5-2 favorável a “Los Millionarios”. “La Maquinita”, como já era apelidado o River Plate pela imprensa, continuou o seu notável percurso com um reencontro com os compatriotas do San Lorenzo, que levaram de vencida com um 3-2 no agregado (2-1 e 1-1) e Crespo a marcar nos dois jogos, o que fez com que ficasse 6 jogos consecutivos na competição. Universidad de Chile era o adversário para as meias-finais e na primeira-mão, o 2-2 deixou tudo em aberto. Teria que ser Almeyda, um médio defensivo, a facturar o tento solitário que deu a passagem à tão desejada e ansiada final. O América de Cali, da Colômbia, e que tinha eliminado o Grémio de Porto Alegre, era o “rival” nesta final. Eles possuíam o poderoso Antony de Ávila, que se veio a sagrar o melhor marcador da competição, mas foi impotente perante a máquina que era o River, assim como Óscar Córdoba, o conhecido guarda-redes. Na primeira mão, foram os de Cali a vencer o jogo pela margem mínima, 1-0, mas na segunda-mão, Crespo entrou definitivamente para a história do clube ao bisar na segunda-mão e ao dar ao River Plate a sua segunda Copa Libertadores de toda a história. A senda vitoriosa não terminou por aí e em 1997, Apertura e Clausura foram os títulos ganhos internamente. Venceram ainda a SuperCopa, na sua última edição. O São Paulo foi a vítima, 0-0 na primeira-mão e 2-1 deram mais uma taça para a vitrina do River Plate. Solari chegou ainda a jogar em 1998 ao serviço das “Gallinas”, mas o “salto” para a Europa era inevitável. No total, “El Indiecito” jogou 66 jogos e marcou 13 golos com esta prestigiada camisola.



Europa e Atlético de Madrid...



Em Janeiro de 1999, Santiago Solari apresentava-se na capital espanhola para assinar pelo Atlético de Madrid, onde a concorrência não se esperava fácil. A começar em Baraja, passando pelo jovem Luque e pelo sul-africano Quinton Fortune, e a terminar no brasileiro Juninho Paulista, já para não falar de Jugovic e de Valerón. “Los Colchoneros” acolheram-no muito bem e teve imediata integração no seio da equipa. A prova disso é que, em meia época, jogou 12 partidas para a Liga e chegou a estrear-se como marcador no campeonato espanhol. Só na Taça UEFA, onde actuou por 7 vezes, não conseguiu marcar. Nessa edição da Taça UEFA, de resto, o Atlético de Madrid só foi parado pelo Parma nas meias-finais quando os italianos venceram a competição. Nesse ano, o clube finalizou o campeonato com um inesperado e desprestigiante 13º lugar, quando nos dois anos anteriores havia acabado no 5º posto e três anos anos conseguira uma dobradinha, acabando com a hegemonia do Real Madrid e do Barcelona. Em 1999/00, depois da contratação do português Hugo Leal, aconteceu o impensável, o ponto mais negro da história do Atlético de Madrid: a descida de divisão. “Los Rojiblancos” ficaram no penúltimo lugar da classificação geral da Liga, em 19º, e os 34 jogos e 6 golos de Solari foram insuficientes para alterar o rumo da negridão que se apoderava do Vicente Calderón. Santiago Solari era um jogador de qualidade demasiado grande para se sujeitar ao insucesso que ele e os seus companheiros tiveram e, como um dos melhores do plantel, acabou por sair para os arqui-rivais de Madrid.



Real Madrid, o ponto alto



Fernando Redondo, como já tive oportunidade de dizer, era seu primo. Assim, com o seu abandono do Santiago Barnabéu, decidiu recomendar Santiago Solari para o substituir. E isso acabou por acontecer: Santiago Solari foi para o antigo clube do seu primo e deparou-se com um clube grandioso, cheio de estrelas e cujas possibilidades de jogar eram mais ou menos reduzidas: falar de Casillas, Roberto Carlos, Hierro, Ivan Campo, Flávio Conceição, Salgado, Karanka, Raúl ou Munitis não é, sequer, falar de meio campistas como Solari. Ao enumerarmos os médios – Rivera, Sávio, McManaman, Figo, Guti, Geremi, Celades, Makelelé – damo-nos conta da grande qualidade que existia na equipa e da forte competição que se gerava para conseguir um lugar no onze inicial. O Real Madrid acabou por ganhar o campeonato em 2000/01, apesar do papel de Solari não ser muito preponderante: 14 jogos e 1 golo no campeonato. Na Liga dos Campeões, ganha pelos “Blancos” na temporada anterior, chegaram às meias-finais e, aí sim, o argentino foi mais influente com uma dezena de jogos e um golo na prova. Na 1ª Fase de Grupos figuraram no grupo A, o mesmo que o do Sporting, foram implacáveis e apenas cederam um empate em Alvalade e uma vitória na Rússia, ao Spartak de Moscovo, tendo ganho os restantes jogos, inclusivamente com o Bayer Leverkusen que ainda não nomeei. Chegados à 2ª Fase de Grupos, Leeds United, Anderlecht e Lazio foram eliminados com relativa facilidade. Nos quartos-de-final, com um 3-5 (3-2 e 0-3) frente aos turcos do Galatasaray, carimbaram o passaporte para as meias-finais, que disputaram com os bávaros do Bayern de Munique, que entretanto venceriam contra o Valência na final. Em 2001/02 as coisas melhoraram muito para Santiago Solari, não só a nível colectivo, com a conquista da sua única Liga dos Campeões, como pessoal, pois passou a jogar muito mais frequentemente. Nesse ano, já com Zidane, não ganharam o campeonato e talvez tenha sido esse o único ponto negativo da época. O terceiro lugar, depois de Valência (1º) e Deportivo (2º), foi o melhor que os “merengues” conseguiram a nível interno que, aliás, foi muito pobre. A nível individual, os 28 jogos neste campeonato foram muito superiores aos 14 do anterior. Contudo, a marca de um único golo manteve-se. Perderam a SuperTaça Europeia para o Galatasaray por 2-1 com um bis de Jardel – um penalty e um golo de ouro. Na Liga dos Campeões, apostados em alcançar a 9ª (!) Liga dos Campeões para o seu palmarés, os “merengues” ficaram em primeiro em ambas as Fases de Grupos: na primeira tendo AS Roma, Lokomotiv de Moscovo e Anderlecht como adversários, na segunda derrotando Liverpool, Galatasaray e a mesma AS Roma. Nos quartos-de-final defrontavam-se as duas últimas equipas vencedoras da Liga dos Campeões: Real Madrid e Bayern Munique. Desta feita, e em jeito de “vingança” de 2000/01, foram os espanhóis que passaram, com um agregado que se fixou em 2-3 (2-1 e 0-2). Nas meias-finais, um derby, Real Madrid contra Barcelona. O Santiago Barnabéu viu o Real a vencer por 2-0 na primeira-mão e, já em Camp Nou, o empate a 1 bola foi o bastante para qualificar o Real Madrid para a final. O Bayer Leverkusen, grande surpresa dessa edição da Liga dos Campeões, perdeu, em Glasgow, a final contra o Real Madrid por 2-1, num jogo em que Solari foi titular. Em 2002/03, Santiago Solari não fez o gosto ao pé em nenhuma competição, o que não deixou de ser surpreendente. No campeonato, a revalidação do título surgiu com naturalidade e com o precioso contributo de 27 jogos de Solari. A nível europeu, a época começou logo com a conquista da SuperTaça Europeia para o PSV Eindhoven, por 3-1. Na Liga dos Campeões, morreram, uma vez mais, na praia, nas meias-finais. Para não variar o Real Madrid ganhou a 1ª Fase de Grupos, com AS Roma, AEK e Genk. Foi uma Fase de Grupos extremamente renhida, com uma única vitória, três empates e duas derrotas mas, no fim, o primeiro lugar. Na 2ª Fase de Grupos, a passagem foi discutida a três, entre o AC Milan (1º), Real Madrid (2º) e Borussia Dortmund (3º) sem a intromissão do Lokomotiv de Moscovo. Nos quartos-de-final, o Manchester United fez os “Blancos” suarem bastante para passarem às meias-finais, pois o 3-1 em Espanha oferecia garantias mas em Old Trafford, os ingleses iam ganhando: 3-4 foi o resultado final. Nas meias-finais, a Juventus, que anda agora na Série B, ganhou por 3-4 no agregado (2-1 e 3-1) e eliminou os madrilenos. Solari marcou presença em 11 jogos desta edição da “Champions”. Chegou 2003/04 e o início do descalabro por essas bandas: 4º lugar e a pior prestação na Liga dos Campeões desde 1999/00, atingindo apenas os quartos-de-final. Ainda assim, os 34 jogos e 5 golos no campeonato indicam o melhor registo individual de toda a sua carreira com a camisola do Real Madrid no campeonato, apesar de terem finalizado em 4º na Liga, com menos 7 pontos do que o campeão Valência. Além disso, marcou dois golos na Liga dos Campeões, em 9 jogos, quando foram eliminados nos quartos-de-final pelo AS Mónaco que viria a ser uma das surpresas da prova (assim como o FCPorto) e, depois de perder 4-2 no Santiago Barnabéu, alcançou, no principado, o 1-3 que os catapultava para a glória europeia. Foi 2004/05 a última época de “Santi” Solari como futebolista do Real Madrid. Ficaram a 4 pontos do Barcelona, na 2ª posição, mas a perda de preponderância na equipa (27 jogos e 3 golos) e a fraca prestação europeia (eliminação nos oitavos-de-final pela Juventus [0-1 e 2-0]), quando conjugados por melhorias salariais, ditaram a mudança para Itália para representar o Inter de Milão.



Nova etapa, Inter de Milão...



Na temporada transacta mudou-se para Milão com perspectivas de grande utilização. Contudo, as hipóteses de jogar escassearam e Solari actuou somente por 12 ocasiões no campeonato, conseguindo 3 golos. Por castigos atribuídos à Juventus e ao AC Milan no âmbito do processo “CalcioCaos”, o Internazionale foi considerado campeão nacional de Itália em 2005/06. Ainda antes desse mesmo campeonato ter inicio, o Internazionale ganhou a SuperTaça Italiana à Juventus por 0-1. Já este ano, o Roma acabou por perder por 4-3 diante do todo-poderoso Inter, que conquistou a segunda SuperTaça consecutiva. Mas a SuperTaça e o campeonato não foram as únicas competições ganhas por esta “dream team”. Também a Taça foi vencida pelos “rossoneri”, que venceram a Roma na final por 2-4 (1-1 e 1-3), depois de eliminar equipas como a Udinese, a Lazio ou Parma. Este ano, a final está à vista pois na primeira-mão venceu por 0-3 a Sampdoria. Caso se concretize a passagem, encontrará o Milan ou a Roma (2-2 é o resultado do primeiro jogo) na final. E por falar neste ano, dificilmente alguém os parará na Série A rumo ao “scudetto”, pois Roma e Palermo parecem débeis perante a tamanha superioridade patenteada pelo Inter. Solari já actuou em 11 jogos (apenas seis como titular, e apenas 3 a jogar os 90 minutos) deste campeonato mas ainda não marcou golos. A nível europeu, as coisas correram relativamente mal ao Inter na época passada, em que encontraram o FCPorto na fase de grupos. Venceram essa fase, e eliminaram o Ajax nos oitavos-de-final, mas talvez tivessem equipa para ir mais além do que os quartos-de-final, onde perderam contra o Villareal com 6 jogos de Solari. Este ano, Solari tem sido pouco utilizado e ainda só actuou em 3 dos 6 jogos já disputados. Desta vez foi o Sporting o representante português no grupo do Inter, que se classificou para os oitavos-de-final na segunda posição, após o Bayern e à frente do Spartak. Daqui a um mês, sensivelmente, disputará a primeira-mão dos oitavos-de-final contra os espanhóis do Valência.



Incrivelmente, um médio desta categoria só possui 7 internacionalizações pelo seu país. Quem for a avaliar o seu potencial pelo número de vezes que vestiu a albiceleste, irá, por certo, enganar-se. Solari, um futebolista cheio de classe e gabarito a todos os níveis tem tido uma carreira cheia de altos e baixos, cheia de inconstância do ponto de vista da frequência de utilização e, como disse no inicio, é o eterno “Suplente de Ouro” que já não vai a tempo de se tornar uma referência de um grande clube. Ainda assim, fica o testemunho a um dos grandes nomes do futebol internacional (e não é exagero afirmá-lo) na última década.



VIDEO DO JOGADOR








QUESTÕES SOBRE O JOGADOR



Será Santiago Solari um dos melhores jogadores da última década, de facto?

O que pensam os atacantes sobre este argentino?

Passou ao lado de uma grande carreira ou teve uma grande carreira?

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