segunda-feira, maio 16, 2005

MIA HAMM: O Tributo - PARTE II

Quem olha de perto vê uma mulher com ar duro, quase frio e um olhar de determinação que nunca a abandona durante os 90 minutos da partida. Sempre o mesmo olhar. O mesmo, desde que se estreou pela primeira vez, aos 15 anos. É sobretudo uma mulher concentrada na dinâmica e no espírito do jogo. Um nível de concentração tão elevado, que nunca se quebrou. E apesar dos muitos golos e das muitas assistências, Mia nunca parecia satisfeita no campo. Queria sempre mais. Porque sabia que era capaz de muito mais. “Ela é a combinação de uma incrível sede de vencer e um incrível medo de falhar.”- é o que diz Anson Dorrance, seu antigo treinador dos tempos da Universidade. “No campo não há ninguém mais determinado a ganhar do que Mia”- afinaça. É isso que a define como pessoa. Sobre ela, pesou sempre a pressão de ser o rosto do futebol feminino. É por ela que os fans acorrem em massa aos estádios, é por ela que gritam incessantemente e é dos seus pés que eles esperam ver sair o golo. Mia fez com que as pessoas se interessassem e apoiassem o futebol feminino. Sem a sua popularidade a WUSA, jamais seria uma realidade. Liderando a sua equipa na conquista do titulo de campeãs do Mundo (1991 e 1999) e das duas medalhas olímpicas (1996 e 2004) ela é bem merecedora de todos as distinções que lhe foram atribuídas.
Puseram-na no topo, rotularam-na de “superstar” e no entanto o que ela mais queria era poder jogar á bola e ser a melhor e ganhar tudo o que havia para ganhar, sem dúvida, mas o fardo começou a ser demasiado duro para ela. A sua humildade e sentido de justiça fazem dela uma pessoa admirável. Podia receber um ordenado chorudo mas sempre exigiu receber o mesmo que o resto das suas companheiras.
Aos 32 anos, num dos últimos torneios em que participou, marcou dois golos e fez assistências para outros dois. Dificilmente parecia afectada pela idade ou pelo desgaste físico, pelo contrario, ela mostrou mais criatividade e dinâmica do que quando, nos anos 90, se encontrava na melhor fase.
Mia retirou-se do futebol em Dezembro de 2004 e as discussões sobre quem terá sido a melhor de sempre persistem. Ainda que muitos considerem a sua companheira de equipa, a também retirada Michelle Akers a melhor e o titulo de melhor do Mundo pertença actualmente, á alemã Birgit Prinz, a verdade é que ninguém teve no futebol feminino o impacto que ela teve e ainda tem.
O seu nome completo é Mariel Margaret Hamm, nasceu a 17 de Março de 1972, na Carolina do Norte e é licenciada em Ciência Politica pela Universidade da Carolina do Norte em Maio de 1994. Está casada com Nomar Garciaparra (Boston Red Sox). Em 1997, Foi distinguida pela “People” como uma das mulheres mais bonitas e também como a “Women’s Sports Foundation Athlete of the Year”. Recebeu em 1998, o premio “ESPY Award for Outstanding Female Athlete”.

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