sábado, maio 07, 2005

Ripa na Rapaqueca!... Até Sempre Jorge!



Acordei hoje e a primeira notícia que ouvi foi que Jorge Perestrelo sucumbiu na estrada da vida, vítima de um enfarte do miocárdio.
Há pessoas que apesar de não as conhecermos é como se fossem amigas de família. Pessoas que nos entram pelos olhos ou pelos ouvidos, e que nós teimamos em fazer delas parte da nossa família. Jorge Perestrelo sempre foi para mim uma voz familiar, talvez pela fantástica sonoridade dos seus relatos, talvez pela característica de ter vivido nessa Angola onde nasci, e que por esse facto colocava aquele som característico de África.

Se calhar também por saber que eras benfiquista como eu e que por isso vibravas com o mesmo clube que eu. Mas que apesar disso tenhas sido sempre um dos maiores profissionais da rádio portuguesa. Por tudo isto para mim hoje morreu uma pessoa que era praticamente da família. "Ripa na Rapaqueca", "Daí nem que o jacaré tussa", "As bandeiras desfraldadas", "O que é que é isso ò meu", "Futebol sem golos é como muamba sem gindungo". Podia passar aqui muitas linhas a escrever sobre as tuas expressões características, sobre a forma brilhante como relatavas os golos, mas pouco seria para a tua grandeza.


Tinhas a virtude de conseguir colocar um ouvinte como eu a rir das piadas, ou a chorar de emoção de um golo por ti relatado. Acho que essa é o principal elogio que te poderia dar. Como diz hoje em artigo de opinião Luís Sobral "quando era preciso dar tudo, tu eras o melhor. O mais forte, o mais ousado". Eras realmente para mim o melhor.
Deixo aqui apenas o relato do teu último golo entre nós (O golo do Sporting contra o AZ Alkmaar).

E por fim, onde quer que estejas, quero que saibas que o teu som estará sempre entre nós!
Até sempre Jorge!

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