sábado, dezembro 23, 2006

Clubes Atacantes - Neuchatel Xamax Football Club


NEUCHATEL XAMAX


O clube desta semana é o meu clube favorito da Suiça. Nunca foi um grande clube embora tenha ganho dois campeonatos, esta época e após 33 anos, consecutivos, encontra-se na Segunda Divisão. Já era o meu clube suiço favorito, antes de calhar com o Estrela Amadora na Taça das Taças, mas depois de perder connosco, passei a gostar ainda mais dele.

Em 1916, um grupo de amigos que jogava à bola nos terrenos do Colégio Latino em Neuchâtel, sentiu necessidade de expandir futebolisticamente, assim um dos melhores jogadores da equipa Max Abegglen, de alcunha "Xam" (que é Max invertido), foi o grande impulsionador da ideia e depois de uma reunião conjunta, em 17 Maio, fundaram o FC Xamax, que é a junção da sua alcunha Xam, com o seu primeiro nome, Max.

Um mês depois ganharam o primeiro jogo, por 11-1 contra o FC Columbia em casa destes, uma vez que não tinham tinham terreno proprio.

Durante os anos 20 o clube consegue então ter um espaço proprio, mas perde o seu melhor jogador (e um dos fundadores) Max Abegglen, que se junta ao Lausanne, onde inclusivé chega a jogar pela Selecção Nacional.

Ao longo da decada a situação financeira deteriora-se e o clube perde o terreno que tinha para jogar. Não fora o facto de se ter fundido com o FC Recordham, o clube tinha mesmo de deixar de competir.

Em 1934 consegue subir à Segunda Divisão, onde permanece até ao ano de 1943, altura que por dificuldades financeiras perde de novo o campo de jogos e é obrigado a cessar a sua participação em torneios oficiais.

Foi um interregno de 10 anos, pois em 1953, o empresário Roger Facchinetti, pega no clube com sérias ambições. Começando na Quarta Divisão (que é a Sexta-Divisão) em 1953/54, é imediatamente promovido à Terceira e no ano seguinte à Segunda, marcando um recorde 139 golos marcados contra apenas 9 sofridos (139-9) !!!

Em 1959/60 o clube conseguiu a promoção à Primeira Divisão (Terceira Divisão) e seis anos depois consegue enfim a promoção à Liga Nacional B.

Os problemas a nivel financeiro contudo subsistem, assim como o dos rivais do FC Cantonal, que entretanto mudaram de nome para Neuchâtel-Sport. Posto isto, em 1970, os dois clubes decidem reunir esforços e fundem-se no clube que conhecemos hoje, o Neuchâtel Xamax FC.

Foi então após a fusão que em 1973 o clube subiu à Liga Nacional A, a Divisão mais alta dos escalões futebolisticos na Suiça.

Acabando na 7ª posição, conseguiu contudo chegar à final da Taça da Suiça, perdendo para o FC Sion 2-3.
Os anos seguintes revelam-nos um clube que acaba sempre do meio da tabela para baixo, contudo sem nunca descer.

Em 1981, acaba na mellhor posição de sempre, um 3º lugar que lhe dá inclusivé acesso à Taça UEFA.

Com Gilbert Gress como treinador, o clube surpreende muita gente, eliminando 3 equipas históricas antes de cair aos pés do Hamburgo que foi finalista vencido nesse ano, com 0-0 e 2-3. Assim eliminou por esta ordem: Sparta Praga (Checoslováquia) 4-0 e 2-3, o Malmö FF (Suécia) 1-0 e 1-0, e o Sporting com 1-0 e 0-0

Na época seguinte nova ida à final da Taça da Suiça, para novamente perder, desta feita com o FC Aarau, 0-1.

A época de 1985/86 foi uma das mais emocionantes, começando com a aquisição do internacional alemão Ueli Stielike, que veio do Real Madrid, acabando com a perda do campeonato por apenas 2 pontos face ao Young Boys.

Na Taça UEFA chegaram de novo aos quartos de final eliminando sucessivamente o Sportul Studantesc (Roménia) 3-0 e 4-4, o Lokomotiv Sófia (Bulgária) 0-0 e 1-1, o Dundee United 3-1 e 1-2, caindo aos pés do vencedor desse ano, o Real Madrid. Depois de perderem 0-3 em Espanha, na segunda mão e perante 25,000 espectadores no seu Estádio La Maladière (a cidade de Neuchâtel só tem 30,000 habitantes) ganharam 2-0 e estiveram a poucos minutos de conseguir um terceiro tento que obrigaria a prolongamento e quem sabe, desempate por penaltys.

Mas o clube estava nitidamente em crescendo e o ano seguinte foi de consagração interna. A duas jornadas do fim, e depois de empatar fora contra o Lausane sagrou-se pela primeira vez Campeão Nacional Suiço, para no ano seguinte fazer o Bi-campeonato e último titulo ganho pelo clube.

Pela primeira vez, na Taça dos Campeões Europeus, em estreia calhou com os finlandeses do Kuusysi Lahti e ganhou com 5-0 e 1-2, caindo na eliminatória seguinte aos pés do poderoso Bayern Munique. Depois de uma primeira mão emocionante, em que ganharam em casa por 2-1, chegaram ao minuto 88, do jogo fora, empatados 0-0, mas acabaram derrotados 0-2.

Nos anos seguintes as classificações nunca foram acima do 3º lugar e uma nova derrota na final da Taça da Suiça, em 1990, contra o Grasshopers 1-2 deu-lhes acesso à Taça dos Vencedores das Taças.
Foi então que conheceram, na primeira ronda, o "grande" Estrela Amadora que tinha vencido a Taça de Portugal, frente ao Sp. Farense, com um dos golos da finalíssima a ser apontado, pelo agora treinador do Sporting, Paulo Bento.

Jogando primeiro na Reboleira conseguiu um empate a 1-1, tendo começado a perder com um golo do nigeriano Ricky. A segunda mão correu melhor e encontravam-se a ganhar até ao minuto 83, altura em que Paulo Jorge, o auto-intitulado "Futre da Reboleira" (mas que não passava de mais um gajo cheio de manias e que de Futre tinha muito pouco), a empatar a eliminatoria, levando-a a prolongamento e penaltys. Os dois golos do Xamax foram da autoria de Alain Sutter.

Nos penaltys, depois da defesa de Vital (ex-guarda-redes do Sporting) e da conversão, do canhoto, Dimas (que mais tarde passou pelo Benfica), André Egli resolveu atirar por cima da barra, dando a eliminatória aos Tricolores, por 3-4, em remates da marca de 11 metros.

O clube continua a descer na classificação apesar de na Taça UEFA ter goleado o Celtic com 5-1 em casa, com 4 golos do Egipcio Hossam Hassan, perdendo goleado com o Real Madrid 0-4 no Santiago Bernabéu.
Depois de pelo clube terem passado treinadores como Roy Hodgson ou Ueli Stielike, Gilbert Gress volta ao comando da equipa e perde o campeonato por poucos pontos em 1997, sendo que na UEFA depois de eliminar Estrela Vermelha e Dinamo Kiev, perde pela primeira vez em casa, depois de 28 jogos caseiros nas competições europeias, com o Inter de Ronaldo (0-2).

As finanças do clube caminham para a ruina. É então que se decide pela formação, com sucesso. Após dois anos de bom nível, o clube, começou a jogar para não descer.

Rumores de investidores estrangeiros não passaram disso mesmo e em 2002 com a entrada do antigo jogador Claude Ryf, para treinador, a equipa acaba na 3ª posição a 21 e 22 pontos de Grasshopers e Basileia. Ainda nesse ano perderam a sua Quarta final da Taça da Suiça com o Basileia por 0-6.

A época de 2003/04 acaba com a interdição do antigo Estádio La Maladière, tanto nas competições europeias como na Federação Suiça por não ter as condições minimas exigidas.

Assim o clube muda-se para o Estadio La Charrière, na vizinha cidade de Chaux-de-Fonds, deixando Neuchâtel, e com a garantia que o novo estádio estaria disponível em 2007.

Esse ano acaba com o Xamax a ter de jogar a Liguilha para se manter na Liga Nacional A, vitória por 3-2 (2-0 + 1-2) contra o FC Vaduz da Segunda Divisão, aguenta-os mais um ano.

O ano passado acaba novamente no penúltimo lugar e jogo de novo a Liguilha desta feita contra o FC Sion. Depois de um 0-0 fora, uma escandalosa derrota caseira por 0-3 atira a equipa para a Liga Nacional B, pela primeira vez após 33 anos consecutivos ao mais alto nível.

Blazevic é posto fora do comando da equipa, entrando Gerard Castella, pouco a pouco a equipa que disputará o campeonato da divisão inferior toma forma.

Neste momento e com 13 jornadas realizadas o Xamax encontra-se na 2ª posição a 1 ponto do 1º lugar mas tem o melhor ataque da prova e a 2ª melhor defesa.

Palmarés:

2 vezes Campeão da Suiça: 1987 e 1988

4 vezes Finalista Vencido da Taça da Suiça: 1974, 1985, 1990 e 2003.

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