sexta-feira, dezembro 15, 2006

Liga dos Campeões: Sorteio dos Oitavos-de-Final

Realizou-se hoje, dia 15 de Dezembro de 2005, aniversário do nosso querido fundador Nuno Cardoso (os meus parabéns!), o sorteio que ditava a sorte das equipas que ainda estão na Liga dos Campeões.
No pote 1, o dos 1ºs classificados, figuravam potências como o Chelsea (Inglaterra), o Bayern de Munique (Alemanha), o Liverpool (Inglaterra), o Valência (Espanha), o Lyon (França), o Manchester United (Inglaterra), o Arsenal (Inglaterra) e o AC Milan (Itália). De salientar que metade das equipas deste lote provieram de terras de Sua Majestade, Inglaterra e ligas como a espanhola e a italiana, sempre muito bem representadas, contavam somente com um representante, além das ligas alemã e francesa. Num segundo grupo, os 2ºs classificados de cada grupo, Barcelona (Espanha), Internazionale de Milão (Itália), PSV (Holanda), AS Roma (Itália), Real Madrid (Espanha), Celtic Glasgow (Escócia), FC Porto (Portugal) e Lille (França). A fazer companhia aos campeões nacionais de Portugal e únicos sobreviventes portucalenses nesta competição estavam equipas das principais ligas europeias, duas de Itália, duas de Espanha e as tradicionais escolas francesa, escocesa e holandesa também com uma equipa nos oitavos-de-final. Ditasse a sorte o que ditasse, todas as equipas tinham e têm razões para temer quase todas as outras, pois o conjunto de clubes que restam na Liga Milionária é, além de reduzido, de uma categoria espantosa.

“Blues” vs “Dragões”
Este é um jogo de reencontros: Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, José Mourinho e o seu staff reencontram-se com o clube que os tornou “gente” no futebol. Por outro lado, esta é uma eliminatória do “sim ou sopas”, como o último jogo entre ambas as equipas, no Dragão, na Liga dos Campeões de 2004/05, em que o Porto ganhou por 2-1 com golos de Diego e McCarthy. Que jogo!... O favoritismo é claramente atribuído aos ingleses e parece que nos calhou o adversário mais complicado que nos poderia calhar, o principal candidato à vitória. É caso para dizer: “se passarmos este, passamos os outros todos”!

O Futebol Clube do Porto tem sido nos últimos anos, e salvo raras excepções como o ano transacto, o grande representante da bandeira portuguesa lá fora no que ao futebol diz respeito. Os azuis e brancos estavam incluídos no lote de equipas que se posicionaram em 2º no respectivo grupo pois o empate a zero contra o Arsenal no Dragão permitiu apenas a passagem como vice-líderes do grupo G. O Porto, fruto de grande confusão no inicio da época com a entrada de Jesualdo Ferreira, o técnico, para o comando da equipa e de uma adaptação necessariamente demorada, não conseguiu bons resultados iniciais. A competição abriu para os portistas com um 0-0 diante do CSKA de Moscovo, num jogo em que o jogo foi completamente dominado pelos portugueses mas que terminou sem golos devido à incrível e inaceitável ineficácia ofensiva dos da casa. O segundo jogo, primeiro fora, correu ainda pior. Em Londres, o Arsenal não teve grandes dificuldades em bater um Porto frágil e sem coesão por 2-0. Os jogos contra o Hamburgo eram, por isso, decisivos para a passagem ou não, para mais um fracasso europeu ou não. Os dragões golearam no seu estádio um Hamburgo que não tinha pontuado até então por 4-1 num verdadeiro “show de bola”. A exibição e o resultado positivo repetiram-se na Alemanha em que o 1-3 favorável aos lusitanos parecia voltar a fazer sorrir os adeptos. O melhor jogo nesta competição até agora foi na Rússia, contra os campeões locais que, de “ressaca” do título conquistado, perderam o jogo por 0-2. Foi mesmo um jogo fantástico, em que já se notavam todas as estruturas tácticas e posicionais do novo “mister” que parece ter introduzido toda a sua filosofia de jogo no clube. No último jogo, e com o resultado dos pupilos de Gusaev, até a derrota servia. Contudo, para jogar pelo seguro, Porto e Arsenal preferiram não arriscar durante quase todo o jogo e o empate, 0-0, possibilitou a passagem mútua. O Porto terminava como começara, sem golos, mas com a certeza de uma passagem aos oitavos-de-final, objectivo primário em todas as temporadas. A equipa dispensa apresentações mas vou fazê-la na mesma. Hélton é um guarda-redes fabuloso que conseguiu roubar o lugar ao mítico Vítor Baía e que já conseguiu uma chamada à selecção brasileira. Vítor Baía e Paulo Ribeiro os outros guardiães. Na defesa, com Pedro Emanuel lesionado, é o “não-tão-mau-como-diziam” Bruno Alves que faz companhia ao defesa central que está pronto para ser um dos melhores do mundo, Pepe. João Paulo e Ricardo Costa são os centrais suplentes. Bosingwa e Fucile, assim como os menos utilizados Marek Cech e Ezequias, dão garantias de qualidade nas laterais. O meio-campo é, arriscar-me-ia a dizer, dos melhores da Europa. Quem conta com Paulo Assunção, Ibson, Raúl Meireles, Lucho Gonzaléz ou Anderson, conta com uma porção de centro campistas de um gabarito fenomenal. No ataque, o mágico Ricardo Quaresma é senhor de uma das alas e provavelmente o melhor jogador da equipa, do campeonato e um dos melhores da Liga dos Campeões. Há, todavia, outros grandes jogadores: Adriano em recuperação, Postiga de regresso aos golos e às boas exibições, Lisandro Lopéz que é um ponta-de-lança que costuma jogar descaído mas que corre todo o jogo e é importante e Bruno Moraes, um ponta-de-lança que regressou à competição há pouco tempo mas que já revelou talento. Nas alas, Vieirinha é um jovem à espreita que tem o lugar algo tapado pelos mais velhos Alan e Tarik de quem pouco se espera. Referência ainda para Jorginho, Diogo Valente ou Sokota. O FC Porto é, como já se viu, um osso duro de roer, mesmo para um colosso europeu, e não vai facilitar a vida ao Chelsea.O Chelsea apostou forte na conquista desta competição e, depois do sucesso de Mourinho na Liga Inglesa, parece que este ano os britânicos estão definitivamente decididos a apostar na conquista da maior prova europeia. Algumas transferências mediáticas como as de Ashley Cole, Ballack ou Shevchenko são a prova disso mesmo. Interessante ver como uma equipa composta por nomes como Frank Lampard, John Terry, Ricardo Carvalho, Makelelé, Joe Cole, Drogba, Robben ou Essien, além dos já anteriormente referidos, se irá comportar aqui tendo em conta que o campeonato está bem mais difícil de conquistar do que nos últimos dois anos, pois o Manchester United pareceu acordar. O Chelsea ganhou o grupo A com 13 pontos, mais 2 do que os seus “eternos rivais” da “Champions”, os actuais campeões em título, Barcelona. Abriram com um 2-0 em casa frente ao Werder Bremen e foram a Sofia conquistar mais três pontos ganhando por 1-3. O primeiro “jogo grande”, frente ao Barça, terminou com resultado favorável aos londrinos, 1-0 em Stamford Bridge. Em Camp Nou o resultado foi outro, 2-2, mas foi contra os alemães de Bremen que perderam o único jogo até agora, por 1-0. No último jogo derrotaram o Levski Sofia por 2-0.

“Bávaros” vs “Merengues”
Estes dois pesos pesados do futebol europeu, antigos vencedores da prova, vão defrontar-se em dois jogos que se antevêem muito disputados. De um lado os campeões alemães, do outro a equipa dos “Galácticos” que quer mostrar o porquê de ser a equipa com mais Taças dos Campeões Europeus/Ligas dos Campeões conquistadas no plano europeu.O Bayern de Munique, proveniente do grupo B, grupo do Sporting Clube de Portugal, teve uma tarefa relativamente facilitada. Os 4 golos sem resposta impingidos aos russos do Spartak de Moscovo em Munique eram um prenúncio do “passeio” dos bávaros até esta fase. Seguiu-se um 0-2 contra o Inter em Milão e um 0-1 em Alvalade. Eram 9 pontos e uma passagem quase garantida. Na segunda volta tiraram o pé do acelerador e foram empatar com o Sporting sem golos, repetindo a dose contra o Spartak, desta vez com um 2-2. No último jogo, já com a passagem mais que garantida, empatou a uma bola com o Inter no belo estádio de Munique. Os germânicos pretendem ir mais longe e mesmo sendo relativamente “outsiders” devido à perda de poderio de há uns anos a esta parte, o conjunto de estrelas que possui permite voos mais altos. Na defesa, Kahn, Lúcio e Lham são grandes craques e no meio-campo van Bommel, Hargreaves, Deisler ou Schweinsteiger impõe respeito mas é no ataque que cintilam as grandes estrelas, Makaay, Podolski, Pizarro e, porque não, Santa Cruz.O Real Madrid apurou-se facilmente para os oitavos-de-final depois de garantir 11 pontos, menos 3 que o Lyon e mais 6 do que o Steua de Bucareste. O 0-2 inicial contra o Lyon antevia uma campanha sobressaltada para os espanhóis, mas o 5-1 embutido nos ucranianos do Dínamo vieram acalentar as esperanças dos madrilenos. Os merengues voltaram a golear, desta vez os romenos do Steua por 1-4, conseguindo novamente três pontos frente aos da capital da Roménia por 1-0. No Santiago Barnabéu conseguiu um 2-2 contra os pentacampeões franceses, Lyon e o mesmo resultado teve lugar em Kiev, contra o Dínamo local, na semana passada. A equipa é não é apelidada de “Galáctica” em vão: Casillas, Roberto Carlos, Sérgio Ramos, Cannavaro, Cicinho, Helguera, Diarra, Guti, Beckham, Reyes, Cassano, Van Nistelrooj, Robinho, Ronaldo e Raul são uma autêntica constelação futebolística e jogadores suficientemente bons para tornar a colocar nas vitrinas do Real uma Taça de Campeão Europeu.

“Reds” vs “Blaugrana”
Os dois vencedores das duas últimas edições medem forças. De um lado o futebol físico mas cada vez mais espanhol do Liverpool, do outro a pura magia técnica dos catalães que querem seguir em frente rumo à segunda final consecutiva. Dois jogos a não perder!O Liverpool de Rafa Benitez conquistou há dois anos a Liga dos Campeões e a repetição desse feito não passa, para já, de um sonho. Contudo, esta equipa que tem nas suas fileiras Hyypia, Riise, Carragher, Gerrard, Xabi Alonso, Kewell, Fowler, Kuyt, Crouch ou Bellamy tem alguns argumentos para lá chegar. O grupo C tornou-se fácil para os ingleses que entraram com um 0-0 frente ao PSV mas que ganharam os quatro jogos seguintes: 3-2 contra o Galatasaray, 0-1 contra o Bordéus, 3-0 novamente contra os franceses e 2-0 contra o PSV. No último jogo, os turcos do “Gala” conseguiram ganhar por 3-2 num desafio que em que tudo já estava decidido havia muito tempo.O Barcelona, actual detentor do troféu, calhou no grupo do Chelsea, provando que os sorteios fazem tudo para juntar estes dois. Acabou por caber aos ingleses a liderança no grupo e os “blaugrana” contentaram-se com a segunda posição. Os campeões mantêm a estrutura do ano passado e além de três reforços, Zambrotta, Thuram e Gudjohnsen, trataram de olear a maquinaria. Apesar de graves lesões terem assombrado o clube, nomeadamente com as paragens de Messi e Eto´o, a equipa catalã possui alternativas mais do que válidas. Valdés, Oleguer, Puyol, Marquez, Belletti, Zambrotta, Edmilson, Thuram, Van Bronckhorst e Sylvinho são os membros de uma defesa de betão. Do meio-campo para a frente, prontos para fazer a diferença, estão Xavi, Deco, Iniesta, Messi, Motta, Eto´o, Gudjohnsen, Ezquerro, Saviola, Giuly e, claro, aquele que é o maior fantasista do mundo e que foi considerado o melhor jogador do mundo nos últimos dois anos, o inconfundível Ronaldinho Gaúcho. O primeiro jogo foi no Camp Nou e o 5-0 contra o Levski Sofia mereceu críticas muito positivas. Contra o Werder Bremen, 1-1 na Alemanha e 1-0 em Stamford Bridge contra Mourinho & Companhia. O Chelsea era novamente o adversário e o empate foi o resultado final, 2-2 em Espanha. O Levski voltou a perder com o “Barca”, 0-2 e os alemães do Werder Bremen também sofreram dois golos sem resposta na Catalunha.

“Chés” vs “Nerazzurri”
Um duelo muito interessante, este, de duas formações apostadas em “renascer” para a Europa. Será triste ver qualquer um dos dois a despedir-se, mas um terá que abandonar. Só saberemos depois dos próximos dois embates entre estes dois!
O Valência é está fortalecido este ano. As entradas de Morientes, Del Horno e Joaquín que se juntaram a um grupo de fortes craques como Cañizares, Miguel, Ayala, Marchena, Baraja, Vicente, David Villa ou Ângulo e parecem apostados em voltar a jogar uma final que já disputaram num passado recente. Na primeira volta do grupo D limparam tudo: 2-4 contra o Olympiakos, 2-1 contra a Roma e 2-0 contra o Shaktar. Foram os de leste os primeiros a roubar pontos ao Valência, ao empatarem por 2-2 na Ucrânia. Os gregos voltaram a sofrer um desaire, 2-0 e a AS Roma derrotou o Valência num jogo em que o passaporte já estava na mão dos “ché”, por 1-0.

O Inter era, à partida, um dos principais favoritos devido à enorme quantidade e qualidade de jogadores que comprou no último defeso. Desde Grosso e Crespo, passando por Ibrahimovic e Vieira, acabando em Maicon, Maxwell, Dacourt ou Mariano Gonzalez, os italianos queriam, não só deixar de fora dúvidas que restassem quando à supremacia na Série A (Juventus desceu e AC Milan começou com pontos negativos), mas também deixar a sua marca na Liga dos Campeões. Juntando todos estes reforços a artistas como o português Figo, Toldo, Júlio César, Córdoba, Materazzi, Javier Zanetti, Samuel, Coco, Cambiasso, Solari, Stankovic, Recoba, Adriano ou Júlio Cruz, podem criar-se quase duas “dream teams”. Os italianos foram surpreendidos na estreia em Alvalade com 1-0 para a equipa de Paulo Bento, num jogo em que Marco Caneira marcou “o golo da vida dele”. Voltaram a ser derrotados, desta vez em casa, por 0-2 contra o Bayern e a qualificação estava a fugir-lhes. Decididos a conseguir os oitavos-de-final, fizeram uma série de 3 vitórias, tornando-se imparáveis. O Spartak foi a primeira vítima, 2-1. Voltaram a ganhar, na Rússia, por 0-1 e em San Siro vingaram-se dos portugueses de verde que perderam por 1-0. No último jogo, já com a classificação cimeira definida, Bayern e Inter juntaram-se para cumprir calendário e o empate a um assentou bem a ambas as equipas.

“Les Gones” vs “Giallorossi”
O favoritismo é claramente atribuído aos gauleses que querem fazer, de vez, uma excelente campanha, mas não podemos descurar a qualidade de Totti & Companhia, que tudo irão fazer para levar de vencida os penta de França.O Lyon, que muitos subestimam e argumentam dizendo que “todos os anos é o ano do Lyon”, pode fazer engolir sapos. Muitos sapos. É importante não esquecer que os franceses são pentacampeões do seu país e têm sido presença regular nas fases avançadas da Liga dos Campeões. Será que é desta? O Olympique tem uma base sólida, um grupo de jogadores que já se conhecem muito bem e que formam um colectivo temível liderado por Juninho Pernambucano. Coupet, Cris, Kallstrom, Malouda, Bem Harfa, Carew, Fred, Gouvou, Wiltord e o “nosso” Tiago são os principais jogadores deste Lyon apostado em fazer deste ano o ano do Lyonnais. No grupo E, não sofreram golos até ao 5º jogo: 2-0 ao Real Madrid, 0-3 ao Steua de Bucareste, 0-3 ao Dínamo de Kiev e 1-0 à mesma equipa. Contra o Real Madrid empataram a dois e empataram também contra o Steua na última jornada 1-1.A AS Roma, de Itália, entrou a matar, com 4-0 diante do Shaktar Donetsk mas no segundo jogo perderam com o Valência por 2-1. As vitórias voltaram e 0-1 frente ao Olympiakos garantiu 6 pontos na primeira volta. Na segunda volta, na capital italiana, os gregos conseguiram empatar a uma bola. Os romanos voltariam a perder, desta vez contra os campeões da Ucrânia, por 1-0. No último jogo, contra o Valência, 1-0 foi o resultado final, a beneficiar a Roma. Francesco Totti é um grande jogador e um verdadeiro líder de um exército romano muito bem organizado cujas patentes mais altas foram atribuídas a Panucci, Bovo, Chivu, Kuffour, Mexes, David Pizarro, De Rossi, Perrotta, Mancini, Montella, Mido, Nonda e Vucinic.

“Red Devils” vs “Mastiffs”
Este é outro jogo em que o favoritismo pende claramente para um lado. O Manchester United tem a missão e a responsabilidade de ganhar ao LOSC, mas o Lille não irá certamente oferecer a passagem aos ingleses e pretende surpreender, fazer uma “gracinha”.O vencedor do grupo F, o grupo do Benfica, foi o Manchester United. Os “red devils” estão a renascer das cinzas e têm a liderança do campeonato, liderança essa que se amplia a cada jornada. Na Liga dos Campeões as coisas correram igualmente bem. Neste clube estão os “tugas” Carlos Queirós e Cristiano Ronaldo e este último teve um papel fundamental na campanha europeia dos ingleses. O United ganhou 3-2 ao Celtic no primeiro jogo, 0-1 ao Benfica no segundo e 3-0 ao Copenhaga no terceiro. Os dinamarqueses surpreenderam ao vencer por 1-0, na jornada seguinte, e o Celtic conseguiu a mesma proeza em Old Trafford. No mesmo estádio, o Benfica saiu derrotado por 3-1 ainda na semana passada onde conseguiu uma mera passagem à Taça UEFA. Além de Cristiano Ronaldo que se tem afirmado este ano, Van der Saar, Gary Neville, Heinze, Evra, Vidic, Ferdinand, Scholes, Giggs, Carrick, Rooney, Saha, Alan Smith e Solskjaer constituem uma equipa fortificada que vai lutar por uma boa classificação.O Lille, no plano teórico, é a mais fraca das 16 equipas que restam. Não possuem nenhum talento de classe mundial e os avançados Keita e Odemwingie são os atletas mais afamados deste conjunto que vale por isso mesmo, pelo colectivo. Ficaram em 2º lugar do grupo mais fraco, o grupo H, depois do AC Milan. Dois jogos, dois empates, dois pontos, foi o começo dos franceses que empataram 1-1 e 0-0 com o Anderlecht e AC Milan respectivamente. Os primeiros três pontos foram alcançados contra os gregos do AEK numa vitória por 3-1. Os helénicos derrotaram depois o Lille por 1-0. A tarefa não estava fácil e o empate a 2 com os campeões belgas só veio piorar as contas. Contudo, uma vitória inesperada contra os “rossoneri” por 0-2 no estádio italiano carimbou o passe para os oitavos-de-final, isto devido também ao empate do AEK na Bélgica.

“Gunners” vs “Agricultores”
Este é, na minha opinião, um dos duelos menos interessantes. Apesar de ambas as equipas terem feito Ligas dos Campeões soberbas nos últimos dois anos (PSV há dois anos, Arsenal no transacto), a verdade é que não são sérios candidatos à vitória final. Porém, o clube mais francês de Inglaterra terá uma tarefa complicada para bater o bem organizado conjunto dos Países Baixos.

O Arsenal é actualmente vice-campeão europeu e os pupilos de Ársene Wenger estão desejosos de disputar mais uma final. Para chegar até aos oitavos-de-final tiveram que ganhar o grupo H, no qual se incluía a melhor equipa portuguesa de hoje, o FC Porto. Na Alemanha, contra o Hamburgo, ganharam 1-2 e derrotaram também um Porto “em construção” no Emirates Stadium por 2-0. O CSKA ganhou-lhes na Rússia por 1-0 e em casa, o Arsenal não foi além de um empate com os czares. Voltaram a ganhar ao Hamburgo, desta feita por 3-1 e no último jogo frente ao Porto um nulo serviu a ambas as equipas para assegurar a presença nos oitavos-de-final. Lehmann, Sendedros, Gallas, Touré, Lauren, Eboué, Fabregas, Flamini, Rosicky, Hleb, Ljungberg, Gilberto Silva, Júlio Baptista, Adebayor mas principalmente Henry foram uma das melhores equipas em prova.O PSV ficou em segundo no grupo C, atrás do Liverpool. Gomes, Alex, Kromkamp, Reiziger, Salcido, Cocu, Simons, Vayrynen, de Jong, Culina, Cuevas, Kluivert, Farfán, Koné e Tardelli são as principais referências dos holandeses que contam também com o central lusitano, Manuel da Costa. O primeiro jogo foi contra os outros favoritos, Liverpool, e acabou sem golos. No segundo jogo ganharam ao Bordéus por 0-1 e no terceiro derrotaram o Galatasaray por 1-2. No jogo seguinte voltaram a vencer a mesma formação, derrotando os árabes por 2-0. As derrotas por 2-0 e 1-3 contra os “reds” de Inglaterra e os do Sul de França respectivamente não chegaram para afastar a equipa de Eindhoven na Liga Milionária.

“Rossoneri” vs “Hoops”
Um AC Milan fragilizado com a posição no campeonato e um Celtic com muito poucas hipóteses de chegar longe é o que se espera desta batalha. Os italianos são favoritos e a magia de Kaká e Pirlo poderá fazer a diferença, mas o Celtic Park é um estádio difícil para qualquer equipa e os escoceses chegaram aos oitavos-de-final por mérito próprio. Têm, por isso, uma probabilidade de vitória bastante razoável. Que esperar de “Rossoneri” e “Hoops”?

AC Milan, que apesar do “Calciocaos” conseguiu uma presença na “Champions”, não só passou como ganhou o grupo, no caso o H. A verdade é que o plantel e a sorte com os adversários foram os principais factores que levaram os italianos ao sucesso. O Milão tem plantel recheado de talentos dos quais se destaca aquele que considero, a par de Henry, o melhor jogador do mundo, Kaká, mas que possui também fantásticos atletas tais sejam Dida, Cafu, Maldini, Nesta, Costacurta, Gattuso, Seedorf, Pirlo, Serginho, Gilardino, Oliveira ou Inzaghi. Foi o 1º classificado com menos pontos, 10, mas foi 1º. Tudo começou com um 3-0 ao AEK em Itália, que antecedeu um empate a zero diante do Lille no segundo jogo. Seguiu-se um 0-1 diante do Anderlecht e um 4-1 contra a mesma equipa belga. Apesar das derrotas por 1-0 com o AEK e 0-2 com o Lille, o Milan conseguiu ficar no primeiro posto e seguir em frente.Apesar do Celtic ser teoricamente uma das equipas menos fortes ainda em competição, não pode ser menosprezado e é meritório o facto de ter conseguido a qualificação primeiro do que o Manchester United. Os segundos classificados do grupo B, do Benfica, contam com nomes como Nakamura, Jarosik, Gravessen, Alan Thompson, Miller, Beattie, Zurawski e Vennegoor Hesselink para fazer moça. Perderam no primeiro jogo contra o Manchester por 3-2 em Inglaterra mas no primeiro jogo em casa, os “católicos” derrotaram o Copenhaga por 1-0. Ganharam por 3-0 ao Benfica em Glasgow mas na Luz o resultado foi inversamente proporcional com o 3-0 a sorrir aos portugueses. Com alguma sorte, de penalty, venceram o Manchester por 1-0 e, já com a qualificação garantida, perderam com o Copenhaga, estreante na competição, por 3-1 na Dinamarca.

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