segunda-feira, dezembro 18, 2006

SL Benfica 3-0 Vit. Setúbal

Estádio: Estádio da Luz
Espectadores: 30.767
Árbitro: Elmano Santos

SL Benfica: Quim, Nelson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo, Katsouranis, Karagunis, Nuno Assis e Simão, Kikin Fonseca e Nuno Gomes.
Treinador: Fernando Santos. Jogaram ainda: Manú, Beto e João Coimbra

Vit. Setúbal: Nelson, Janício, Veríssimo, Auri e Nandinho, Madior, Binho e Sandro, Mbamba, Amuneke e Varela.
Treinador: Carlos Cardoso. Jogaram ainda: Lourenço e Julien.

O Benfica somou mais uma vitória em casa, e a par do FC Porto, tem vitórias em todos os jogos caseiros. Os primeiros 45 minutos foram para esquecer...

O Benfica entrou em campo no seu esquema habitual de 4x4x2 com o meio campo em losango. Petit foi baixa de última hora e isso obrigou a que Katsouranis descesse para o lugar do internacional português e favoreceu o compatriota, Karagounis, que manteve a titularidade depois do jogo frente à Naval. Nuno Assis voltou ao onze, assim como Kikin Fonseca teve nova oportunidade de mostrar serviço.
Do lado do Setúbal, Carlos Cardoso trouxe uma táctica que foi baralhando os jogadores mais criativos do Benfica. Madior surge sozinho à frente da defesa e antes dos médios mais defensivos, Sandro e Binho, o que inibiu algumas acções mais ofensivas dos encarnados, e permitiu ao Vitória ser um pouco mais perigoso nos primeiros minutos, altura em que teve oportunidade de marcar por duas ocasiões. Primeiro é Amuneke, que num remate do meio da rua proporciona a Quim defesa apertada, e depois na sequência do canto, Binho apareceu ao primeiro poste a cabecear e Léo, em cima da linha de golo, evita que a bola entre na baliza de Quim, oferecendo o peito à bola. O Benfica saiu para o ataque e numa jogada de combinação, a bola sobrou para Karagounis, que rematou forte e cruzado. Os primeiros minutos deixaram ver que o Benfica foi surpreendido pela entrada do Vit. Setúbal, o que deixou os jogadores um pouco atarantados nos minutos iniciais, à semelhança do que já tinha acontecido na jornada anterior, frente ao Sporting.

Mas logo se viu que a noite afinal não ia ser assim tão difícil. Aos 12 minutos de jogo, Karagounis volta a tentar rematar de longe, mas a bola toca em Veríssimo, Janício não consegue fazer o corte e a bola vai cair no peito de Nuno Gomes, que depois de dominar bem a bola, desvia-a de Nelson com um toque subtil, fazendo o primeiro da noite. Depois de regressar à equipa, após castigo por expulsão frente ao Sporting, o internacional português volta também aos golos, ele que já não marcava desde Outubro.
A partir deste momento o jogo caíu um pouco na monotonia, e arrefeceu os ânimos na fria noite lisboeta. O Benfica, já em vantagem, tentou segurar o resultado, o Setúbal, que corria atrás do prejuizo, foi criando algumas situações de embaraço para defesa benfiquista, mas que foram sendo resolvidas com maior ou menor dificuldade. Á passagem da meia hora, o Benfica voltou a carregar um bocadinho, com Nelson a subir pela direita e a centrar tenso, tendo Auri desviado para canto, mas quase introduzia a bola na sua baliza. Na sequência do canto, Nelson antecipou-se a Ricardo Rocha que se preparava para fazer o golo. O Vitória tentou responder e Mbamba teve uma boa oportunidade aos 36 minutos para igualar o jogo, mas o remate embateu nas pernas de Simão, que fêz trabalho defensivo. No seguimento do lance, o Benfica partiu para o contra-ataque e já na área adversária, Nuno Assis prepara-se para receber a bola, quando Auri, de forma impetuaosa, derruba o centrocampista encarnado, ficando a sensação de ter havido grande penalidade. O árbitro, por perto, nada assinalou. Já perto do intervalo, novamente o Setúbal, desta feita Amuneke, mas o remate do nigeriano, embora perigoso, acabou por sair ao lado da baliza de Quim. O jogo foi para o intervalo, com a vitória do Benfica por 1-0, com o público muito desagradado com a exibição dos encarnados. Kikin Fonseca, que voltou a ter nova oportunidade, não demonstrou nada de mais nestes primeiros 45 minutos.

As equipas surgiram dos balnearios com os mesmos jogadores, mas logo se percebeu que o Benfica jogava de maneira diferente. Fernando Santos alterou o losango para o 4x3x3, encostando Simão à esquerda e Kikin à direita, com Nuno Gomes como elemento mais adiantado no ataque. Logo no início se percebeu que o Setúbal iria ter muitas dificuldades para segurar o Benfica, muito por culpa da acção de Nelson, que começou a subir mais no terreno e a pôr a cabeça em água a Nandinho. Aos 48 minutos de jogo, o Benfica poderia ter chegado ao golo, numa jogada feita por Nelson do lado direiro, a centrar rasteiro para a área, onde apareceu Simão a rematar, mas a bola a sair um nada por cima da baliza de Nelson, que estava completamente batido.
O Benfica continuou a carregar e o Setúbal desapareceu por completo, começando a recuar cada vez mais. Aos 60 minutos, nova incurssão de Nelson pela direita, centrando a bola com conta, peso e medida para a cabeça de Nuno Gomes, que efectuou bem o gesto, mas o joelho de Nelson, que vinha já a efectuar o movimento contrário, evitou o golo do avançado benfiquista.

Mas o golo encarnado não demorou muito a chegar. Apenas três minutos. Boa jogada iniciada por Fonseca, que derivou da direita para o centro, combinou com Nuno Gomes á entrada da área e serviu depois Luisão, que estava em missão atacante. O central tentou rematar á baliza, mas o tiro saiu torto e foi parar aos pés de Simão, que com um remate forte e colocado, fêz o 2-0, tornando-se no melhor marcador do Benfica com 5 golos. Acabavam aqui as aspirações do Setúbal, se é que na segunda parte aspirou a alguma coisa. Logo a seguir ao golo, Carlos Cardoso tentou mudar alguma coisa na equipa e retirou Binho e Janício, colocando em campo Julien e Lourenço, sem no entanto ter conseguido calguma coisa.
O Benfica continuou a carregar e o Setúbal, já todo remetido ao seu meio campo, começou a cometer faltas e a ver os seus jogadores serem amarelados pelo juíz da partida. Primeiro Sandro, por falta sobre Nuno Assis, depois Nandinho por falta sobre Karagounis, tudo no espaço de um minuto.
Aos 70 minutos, nova jogada de perigo, desta feita do lado esquerdo do ataque encarnado, com Léo a subir muito bem e a efectuar um bom cruzamento, aparecendo Kikin, que fugiu bem a marcação e conseguiu cabecear um nada ao lado da baliza de Nelson. Foi a melhor oportunidade para o avançado mexicano, que tarda em mostrar os seus dotes de goleador, mas que deixou bem patente a sua mobilidade e capacidade para aparecer no espaço vazio. Já perto do fim da partida, Manú rendeu o mexicano que foi bastante aplaudido pelo público presente na Luz, o que demonstra que a exibição do mexicano foi boa, mas só na segunda parte. Minutos depois o Benfica faria o terceiro golo. Manú foi desmarcado na direita, rematou forte, mas Nelson opôs-se bem ao lance. A bola voltou a sobrar para Manú que descobriu Nuno Assis sozinho na área e endossou-lhe a bola, com o médio a arrancar um excelente remate de primeira, sem hipóteses para o guardião Nelson, que apenas viu a bola passar. Este foi o primeiro golo de Nuno Assis esta temporada, que festejou efusivamente, tirando a camisola, certamente exteriorizando toda a sua raiva, pelo momento difícil por que está a passar. Esse gesto valeu-lhe o cartão amarelo. Estava consumada a vitória e a goleada.
Já nos descontos, Fernando Santos promoveu a estreia de João Coimbra no campeonato, entrando para o lugar de Nuno Assis, que também foi muito aplaudido pelos adeptos e fêz entrar Beto para o lugar de Katsouranis. Antes, Nuno Gomes poderia ter aumentado a vantagem, mas o potente remate do avançado foi desviado subtilmente por Nelson e bateu com estrondo na trave da baliza sádina.
Poucos minutos depois, o jogo chegou ao fim, com o resultado em 3-0, e mais uma vitória na Luz, a sexta, em outros tantos jogos efectuados na Luz. A par dos dragões, este é o melhor registo de jogos em casa do campeonato, tendo marcado já 16 golos e sofrido apenas 3. O Benfica acerta o calendário na quinta-feira, com o Belenenses. Caso vença será o melhor registo de vitórias em casa das últimas épocas.

O Melhor em Campo

* Simão. O capitão voltou a fazer um grande jogo. Desequilibrou, rematou, fez jogar, e coroou a exibição com um bom golo, daqueles que ele gosta de marcar. Poderia ter marcado outro, logo a abrir o segundo tempo, mas o remate saiu um nadinha por cima da baliza sádina.

* Nelson. Pelo que fÊz na segunda parte, merece este destaque. Foi um dos que mais procurou levar a equipa para a frente, e conseguiu desequilibrar pelo seu flanco. Não marcou, mas esteve perto, numa antecipação ao guarda-redes setubalense, mas a cabeçada saiu por cima da baliza.

O Positivo do jogo.

* A atitude do Benfica na segunda parte. Mais soltos, os encarnados fizeram uma excelente exibição.
* A sexta vitória consecutiva em jogos na Luz. Um campeão deve ganhar todos os jogos em casa. Não pode é perder tantos pontos fora também...
* Kikin Fonseca teve uma exibição agradavel no segundo tempo. Caso se mantenha no onze, poderá provar a curto prazo, o porquê da sua contratação.

O Negativo do Jogo

* Os primeiros 45 minutos do Benfica. Apáticos e frios, como o tempo...
* A pouca afluência de sócios à Luz. É certo que a campanha encarnada no campeonato não tem sido a melhor, mas pelo menos em casa, frente ao Vit. Setúbal pedia-se mais apoio dos benfiquistas...

O Árbitro

Elmano Santos, não esteve muito bem no Sábado à noite. Permitiu muitas entradas duras, como a de Mbamba sobre Léo já no segundo tempo, com a agravante de o avançado setubalense se ter insurgido contra o quarto árbitro. Luisão também justificava a amostragem do cartão amarelo, não pelas dureza das faltas que fêz, mas sim pelo número de faltas que cometeu. No lance em que os benfiquistas reclaman grande penalidade, parece-me que de facto houve falta do central setubalense, portanto na minha opinião ficou uma grande penalidade por marcar.

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