Jogador Atacante da Semana: Gianluca Zambrotta

Nome: Gianluca Zambrotta
Data de Nascimento: 19/02/1977 (29 anos)
Clube: Barcelona
Nº da Camisola: 19
Posição: Defesa/Médio
Altura: 1,81 metros
Peso: 76 kg
Naturalidade: Como – Itália

Zambrotta é um jogador bestial, não só pelas qualidades técnico-tácticas que evidencia mas também pela sua enorme polivalência. O que o distingue dos demais jogadores que jogam em várias posições é que, ao passo que a maioria dos futebolistas é bom em tudo mas não é muito bom em nada, Zambrotta é muito bom em tudo. É um jogador que pode actuar por toda a faixa direita bem como por toda a faixa esquerda, sendo a defesa lateral, a médio interior e até a extremo, se bem que este seja um lugar que poucas vezes ocupa. É frio, calculista, pondera bem o seu jogo e é um jogador com classe. Tem uma excelente qualidade de passe e ainda melhor de cruzamento. É incrível como, quando sobe pelo flanco acima e cruza para a cabeça do avançado, esse lance criar quase sempre perigo. A verdade é que, apesar de actuar muitas vezes como médio, tem características que assentam melhor no lugar de defesa. Joga por vezes na esquerda, mas o facto de ser destro leva a que os seus treinadores o usem preferencialmente na faixa direita.
É tecnicamente muito evoluído, tendo alguma capacidade de finta e 1x1, o que, juntando isso a boa aceleração e velocidade, cria um jogador algo explosivo e capaz de criar desequilíbrios. Mas não é só nas missões ofensivas que o italiano se destaca, pois é também defensivamente muito sólido. É bom no desarme e posiciona-se sempre muito bem, sabendo sempre quando atacar, quando defender, quando se deixar ficar para trás, quando ir ajudar ao meio. Além disso sabe gerir o esforço, se bem que tenha um pulmão praticamente inesgotável. Peca talvez pelo seu pouco jogo aéreo e fraca impulsão, porque de resto é um jogador quase perfeito em todas as vertentes. Polivalência, em Zambrotta, não significa decréscimo de qualidade porque, jogue onde jogar, o recém contratado à Juventus é excelente. Ataca e defende bem, é bom táctica e tecnicamente, rápido, com excelente qualidade de passe e cruzamento e agilidade, velocidade e resistência para dar e vender.

Foi em Como, cidade do norte italiano, que Zambrotta nasceu, há 29 anos e foi também lá que deu os primeiros passos no futebol profissional. O Como Calcio estava na Série B quando Zambrotta entrou nos quadros do clube em 1994, com 17 anos, o jovem Gianluca não teve muitas oportunidades de se mostrar, tendo apenas uma participação. Só quando desceram à Série C1 é que Zambrotta passou a ser uma presença mais assídua nos jogos do Como Calcio. Na época 95/96 jogou 14 jogos e foi na sua terceira época que se tornou fundamental, marcando 4 golos em 33 jogos. O seu valor despertou interesse no Bari, equipa que subir ao principal escalão transalpino e que tratou de ir buscar o italiano. Com 20 anos, o médio polivalente chegava assim à Série A italiana, ainda para mais sendo um jogador importante. Na primeira temporada jogou 27 partidas (apontou 2 golos) e na segunda época vestiu a camisola do Bari por 32 vezes tendo obtido 4 tentos. Foi aqui que Zambrotta começou a ser um futebolista conhecido, no fim da época 98/99, pois a Juventus contratou-o e fez a sua primeira internacionalização pelos AA de Itália, após ser um dos jogadores mais influentes dos sub-21. A partir de então ganhou uma notoriedade extraordinária e tornou-se no ídolo que hoje é, para muitos. A sua versatilidade e polivalência garantiam-lhe quase sempre um lugar no onze da “nazionale” e, no Euro 2000, acabou por ser titular em 4 dos 6 jogos italianos, tendo falhado a final por suspensão (foi expulso na meia-final frente à Holanda). A final do Euro 2000 foi vencida pelos franceses no golo de ouro. Ainda nesse ano foi aos Jogos Olímpicos de Sydney, onde a “squadra azzura” não foi além dos quartos-de-final, onde perdeu com os medalhistas de prata, a Espanha. Ainda assim, ficaram em primeiro na fase de grupos, com 7 pontos. Mudou-se por mais de 15 milhões de euros para Turim para representar a Juventus. Começou por jogar a médio direito, neste seu novo clube, onde desde logo assumiu grande preponderância, mas uma lesão grave que o afastou em 2002/03 acabou por fazer com que o italiano perdesse o lugar para Mauro Camoranesi, passando desde então a actuar na faixa esquerda. 1999/00, a época de estreia de Zambrotta e logo com 32 presenças na Série A. Foi uma boa época, em que a Juventus acabou por terminar em 2º lugar, assim como no ano seguinte. Em 2001/2002 e 2002/2003 a Juve foi campeã e nessas duas temporadas venceu também a SuperTaça de Itália. Em 2003 foi mesmo á final da Liga dos Campeões, que acabou por ser perdida para o AC Milan, que mais tarde disputou os vencedores da Taça UEFA, o FCPorto, na SuperTaça Europeia. Foram estes os dois melhores anos para Zambrotta a nível desportivo, apesar de em 2003 ter sido a época em que fez menos jogos (26 para a Série A), por estar magoado. Participou no Mundial 2002, logicamente, pois nesta altura, era um jogador ainda mais indiscutível no onze “azzuro”. Jogou sempre a médio e ajudou a Itália a superar a fase de grupos, classificando-se no 2º posto e participou no último jogo desse Mundial para a Itália, na derrota frente aos anfitriões, a Coreia.
Em 2003/04 fez 30 jogos pela Juventus a contar para o Campeonato, 7 para a Taça e 5 nas competições europeias. Veio a Portugal disputar o Euro 2004, em que a Itália, mesmo sem ter perdido qualquer jogo, saiu da competição ainda na fase de grupos. Zambrotta foi titular nos 3 jogos da Itália na prova mais importante do futebol europeu a nível de selecções.
Em 2004/05 continuou a jogar médio esquerdo, sempre a grande nível, efectuando 36 jogos na Série A italiana. Fantástico! Em 2005/06, nesta última época, voltou a exibir-se muito bem, foi dos melhores jogadores do campeonato italiano e, apesar do título ter sido retirado à Juve, foi um dos grandes responsáveis pela boa campanha do clube de Turim no campeonato. No Mundial de 2006, recentemente conquistado por ele e pelos seus companheiros, Zambrotta foi o lateral direito da “nazionale” e, a par de Miguel, foi melhor jogador do torneio nessa posição. Fez um Campeonato Mundial verdadeiramente fantástico e a conquista da Taça é um prémio mais que merecido. Não só para ele, como também para toda a formação italiana que foi a melhor.
Transferiu-se neste defeso para o Barcelona, bem como Thuram. O escândalo de corrupção que abalou o futebol italiano (e consequentemente mundial) fez com que muitos jogadores de alto gabarito como Zambrotta decidissem abandonar Turim, pois a Juventus foi alvo da pior pena do “Calciocaos”, sendo inclusivamente descido à Série B. Assim sendo, Zambrotta mudou-se para Espanha onde espera ter tanto sucesso como tem tido até agora, indo certamente lutar com Gio por um lugar na lateral esquerda. Há melhor clube do que o campeão europeu para se jogar? Não, e Gianluca sabe disso!