domingo, abril 22, 2007

Leões das Ilhas - Águias

Local: Estádio dos Barreiros, no Funchal
Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)
Espectadores: 9 mil

Visão Maritimista:

Triste, triste, triste… tão triste que até é difícil escrever esta crónica.

Num fim tarde, com o sol ainda a bater e com um Estádio bem composto, o Marítimo recebeu no seu reduto um dos grandes de Portugal. O jogo prometia, muito devido à série de resultados negativos que assolavam as duas equipas.

Como se esperava, os encarnados, sem Simão, entraram melhor no jogo, sendo que logo aos dois minutos Micolli isolou-se e atirou a bola ao poste de Marcos. Aos poucos o Marítimo, com Douglas, Marcinho e Gregory, de regresso ao onze, susteve a pressão do adversário e aproxima-se da baliza de Quim, através de remates de Mbessuma e de Wênio.


Aos 20 minutos, Petit toca com a mão dentro e Paulo Baptista nada assinalou.

Até o intervalo, tivemos um domínio benfiquista apesar de o Marítimo ter dado uma boa réplica.

Na segunda parte, Alberto Pazos, incompreensivelmente, coloca Luís Olim no lugar de Wênio. Como tal, Marcinho recuou no terreno e a equipa perdeu ao rigor em termos defensivos. Algo que foi aproveitado pelos dianteiros encarnados, que aos 54 minutos inauguraram o marcador por intermédio de Micolli. Estava feito o primeiro golo da partida.

Os verde-rubros não baixaram os braços e bem se podem queixar da arbitragem, quando Mbessuma, isolado, é carregado à entrada da grande área adversária. Paulo Baptista, novamente, nada vê, numa jogada em que David Luiz deveria ter sido expulso.

O técnico dos madeirenses muda as peças, faz entrar Filipe Oliveira e Kanu, para os lugares de Zé Gomes e Filipe Oliveira, respectivamente. Com isto a equipa ganha continua com pendor atacante, mas soluções, essas, eram poucas …

Ao ir à procura do empate, a equipa maritimista acaba por abrir espaços na defesa, o que foi por Micolli que, após um passe magistral de Rui Costa, aumenta a vantagem benfiquista.

Já pouco havia a fazer por parte dos anfitriões de modo a alterar o rumo dos acontecimentos. No entanto, Douglas, o melhor maritimista, ainda tem nos pés a melhor oportunidade em todo o jogo para bater Quim, só que David Luiz evita males maiores para a sua equipa.

O jogo não acabaria, porém, sem que Paulo Baptista se notabiliza-se como uma das figuras do jogo, ao considerar faltosa uma entrada de Milton do Ó sobre Manu, quando o defesa verde-rubro jogou apenas a bola. Com isto, Katsouranis fixa o resultado final em 0-3, o que acabaria por ser um pouco pesado para os comandados de Alberto Pazos.

Melhor jogador do Marítimo:

Douglas – o jogador mais dinâmico do ataque maritimista. Voluntarioso, como é seu hábito, fez a vida negra a Leo e foi dos seus pés a melhor oportunidade que os verde-rubros tiveram em todo o encontro.

Arbitragem:

Um fim de tarde para esquecer de Paulo Baptista e os seus súbditos. Para além dos lances referidos anteriormente, isto é, a mão de Petit, o perdão do cartão vermelho a David Luiz e o penalty inexistente que no último minuto, ainda há a assinalar um fora de jogo mal tirado a Miccoli e uma falta mal assinalada a castigar uma carga de Nuno Gomes sobre Gregory, quando o dianteiro benfiquista ia isolado para a baliza.

Aspectos positivos:

• Estádio cheio, o que infelizmente só acontece em jogos com os grandes
• Bom espéctaculo

Aspectos negativos:

• Resultado pesado para a equipa do Marítimo
• Má arbitragem
• O Marítimo está constantemente a marcar Pazos
• O facto de o Marítimo ser a pior equipa da segunda volta

Conclusão:

Num jogo em que ninguém discute a justiça da vitória do Benfica, o encontro fica, não obstante, marcado por erros graves de Paulo Baptista, que prejudicaram a equipa verde-rubra.
Mais um jogo sem vencer, algo que infelizmente vem a ser hábito para os lados do Almirante Reis este ano.
Realce-se que o Marítimo esta época não pontuou com os grandes, algo que, recorde-se, só havia acontecido na época 1977/78, ano de estreia dos verde-rubros no escalão maior.

[Miguel Pereira]

Visão Benfiquista:

O Benfica, venceu ontém o Marítimo e quebrou a série de 5 jogos sem vencer. O Marítimo, no entanto, pode queixar-se de alguns erros da arbitragem.

Simão ficou de fora do jogo de ontém, ao sofrer de uma tendinite impedítiva de dar o contributo á equipa. Foi uma maneira de o poupar para o importante jogo do próximo fim de semana, contra o Sporting. Fernando Santos pôde assim apresentar o losango que foi treinado no início de época, quando não se sabia se Simão sairía ou não. O treinador encarnado tinha outros problemas, desde logo alguns atletas á beira da suspensão, caso vissem mais um cartão amarelo, casos de Petit, Léo e Karagounis. Miccoli voltou ao onze e fêz com Nuno Gomes o duo atacante.
Do lado do Marítimo, Pazos, promoveu Marcinho ao onze, algo que não tinha acontecido em Alvalade assim como Gregory e Douglas, relegando assim para o banco, Alex, Filípe Oliveira e Luís Olim.
O Benfica podería ter entrado logo a vencer, caso Miccoli não tivesse acertado mais uma vez no poste da baliza de Marcos, depois de ganhar sobre os centrais insulares. Alias, apesar de um início de jogo lento de ambos os conjuntos, o Benfica chegou mais vezes perto da baliza de Marcos que o contrário durante os primeiros minutos. O primeiro remate do Marítimo aocnteceu só ao minuto 7 por intermedio de Wênio, após perda de bola perto da grande área. O Benfica teve nova oportunidade de golo ao minuto 11, quando Rui Costa bateu uma falta, por entrada dura de Wênio sobre Léo, e Anderson não chegou por pouco á bola. Os primeiros quinze minutos foram de algum domínio benfiquista, tendo Nuno Gomes o golo nos pés pouco depois, quando Miccoli, bem desmarcado, ganhou a linha e centrou atrasado. O avançado português atirou para as nuvens. O Benfica teve sempre o controle da partida, atacando preferencialmente pelo lado direito, com Nelson muito activo, mas a não conseguir centrar em condições. O Marítimo rebateu esta pressão inícial, tapando precisamente esse corredor, onde Evaldo não dava conta do recado, fazendo lá cair Olberdam, segurando assim o lateral encarnado. Os insulares, que até ao momento tinham apostado no contra ataque, com lancamentos rápidos para Mbesuma e Douglas, tentando aproveitar a velocidade destes, começaram a pressionar mais o Benfica e criaram algumas situações de embaraço para a defesa encarnada, príncipalmente aos 25 e 27 minutos. Na primeira, uma boa troca de bola entre os jogadores do Marítimo, com a conivência da defesa encarnada, deu a Mbesuma a oportunidade de remate, mas este saíu á figura de Quim. Aos 27 minutos, na sequência de um canto da direita do ataque insular, Gregory quase consegue desviar uma bola que acabou por se perder, tendo passado á frente da baliza de Quim, esperando um desvio. Neste período de pressão maritimista, foram muitos os cantos ganhos pelo ataque insular, aproveitando alguma incipiência da defesa benfiquista que tudo permitia. Alias, foi nessa fase, que o Marítimo reclamou uma grande penalidade, por suposta mão na área de Petit. Pelas imagens televisivas, dá a impressão que os jogadores do Marítimo têm razão nos protestos. No entanto, foi o Benfica a retomar o pendor atacante dos primeiros minutos, e Rui Costa apareceu em jogo em duas ocasiões onde podería ter marcado, primeiro depois de uma assistência de Miccoli, com o maestro a rematar de primeira para defesa de Marcos, a segunda já perto do intervalo, com Rui Costa a rasgar a defesa maritimista e a rematar um nada ao loado do poste da baliza de Marcos. Até ao intervalo , mais dois remates perígosos do Benfica, com Nuno Gomes e Karagounis a atirarem ao lado. O Benfica acabou a primeira parte a pressionar o Marítimo e podería mesmo ter chegado ao golo. Do lado dos insulares, tudo foi feito para contrariar a supremacia encarnada, mas sem o terem conseguido na plenitude, podendo no entanto queixar-se de uma grande penalidade não assinalada, que podería mudar o rumo dos acontecimentos.

No segundo tempo, Alberto Pazos deixou Wênio nos balnearios e fez entrar Luís Olim. O Marítimo teve uma boa ocasião logo a abrir, com Douglas a fugir a Léo, que não teve pernas para o segurar, conseguindo centrar para Lipatin, mas a defesa do Benfica resolveu quando o uruguaio se preparava para atirar. O Benfica voltou ao comando das operações, e Nuno Gomes teve mais duas oportunidades de golo, mas em ambas atirou para Marcos segurar.
O golo dos encarnados surge ao minuto 55. Jogada de entendimento entre o meio campo encarnado, com Rui Costa a deixar em Katsouranis e este a rasgar a defesa do Marítimo com um passe por entre dois jogadores a apanhar Miccoli, que em velocidade bateu a defesa e rematou cruzado e na passada sem hipoteses para Marcos. Estava feito o 0-1, que punha alguma justiça no marcador. O Marítimo tentou reagir, mas o melhor que conseguiu nesta fase, foi um remate de Marcinho dois minutos depois do golo, mas Quim segurou sem problemas. O Benfica voltou a dispôr de uma ocasião para marcar, com Petit a atirar de fora da área sem hipoteses para Marcos, que apenas seguiu a bola com os olhos, tendo esta saido a rasar o poste da sua baliza.
No minuto seguinte, aos 65, o Marítimo volta a ter razões de queixa de Paulo Baptista. Mbesuma vai fugir a David Luiz e o central agarra o avançado do Marítimo com este a cair dentro da área. Falta indiscutível que o árbitro não assinalou, mas a marcar sería fora da área e tería que dar o cartão vermelho ao central brasileiro. Momentos depois, voltou a fazer o mesmo, mas desta feita com Lipatin, sem o árbitro nada assinalar. Entretanto, Alberto Pazos mexe novamente no onze, substituindo José Gomes e Mbesuma, por Filipe Oliveira e Kanu, metendo assim mais homens na frente de ataque, com Filípe Oliveira a fazer toda a ala esquerda. Fernando Santos respondeu, tirando Nuno Gomes e fazendo entrar Dérlei, inibindo assim as subidas do jogador cedido pelo Chelsea ao Marítimo, anulando assim as pretensões do treinador espanhol. Os insulares tentaram nesta fase, chegar ao empate, mas os remates não levavam a melhor direcção.
E como quem não marca acaba sempre por sofrer, o Benfica chega ao segundo golo. Lancamento longo para Miccoli, com a defesa do Marítimo a cortar, mas Rui Costa, que ganhou a segunda bola, serviu logo de primeira o italiano, que não enjeitou a hipotese, e fez o 0-2 á saida de Marcos. O pequeno bombardeiro assume papel fundamental na equipa e acaba por fazer o seu 7 golo na prova, tornando-se o segundo melhor marcador dos encarnados, atrás de Simão. Confirma também que a Madeira é a sua ilha de eleição, fazendo 4 dos cinco golos do Benfica nos confrontos com Marítimo e Nacional. O Marítimo percebeu que ia somar o sétimo jogo sem vencer para a Bwin Liga e o melhor que conseguiu foi uma tentatíva de chapeu de Douglas a Quim, mas a defesa encarnada resolveu. Fernando Santos ainda teve tempo de fazer entrar Manú e João Coimbra, e sería o extremo a protagonizar novo lance polémico, já nos descontos, desta feita na área do Marítimo. Conseguiu ganhar a bola e fugir ao defesa que o marcava e já dentro da área, Milton do Ó tem lance arriscado, com um corte em carrinho. O jogador do Marítimo joga apenas a bola, não evitando o contacto. Paulo Baptista assinala grande penalidade, que Katsouranis converteu, com o guardião ainda a tocar na bola. O jogo chegou ao fim momentos depois, com o Benfica a quebrar a série de cinco jogos sem vencer, três para o campeonato e dois para a UEFA, e o Marítimo a aumentar para sete os jogos sem vencer no campeonato, com cinco derrotas e dois empates. A vitória é justa, embora tenham havido erros da arbitragem, que favoreceram os encarnados. Assim o plantel pôde dedicar os três pontos a Eusebio, que esteve internado no hospital, não podendo assistir ao encontro.

O Melhor em Campo

Marcou dois golos, mas não só. Assistiu duas vezes Nuno Gomes e uma vêz Rui Costa, mas estes não aproveitaram. No seu regresso ao onze, Miccoli revelou-se fundamental, num jogo onde o Benfica estava proíbido de perder qualquer ponto. A nível pessoal, o pequeno bombardeiro confirma também, o estatuto da Madeira de ilha talismã. Dos sete golos apontados no campeonato, quatro foram aqui.

Do lado do Marítimo gostava de realçar a exibição de Douglas. É muito rápido e deixou Léo sempre em segundo plano. Teve duas oportunidades de golo, mas não conseguiu marcar. Por ele, o Marítimo não tinha perdido.

Aspectos positivos:

• O regresso ás vitórias do Benfica, quebrando assim uma série de cinco jogos sem vencer.

• Pela segunda vez na liga, Simão não actuou e o Benfica venceu. Sínal de que há equipa sem o capitão.

• Com esta vitória, o Benfica mantém a pressão sobre o Sporting, adversário da próxima jornada. Era importante não perder pontos, até porque o Benfica recupera assim o segundo posto, ainda que á condição.

• Dos jogadores em perígo de exclusão, nenhum viu o cartão amarelo, podendo assim defrontar o Sporting.

Aspectos negativos:

• O futebol do Benfica sem Simão não tem criatividade e fica ainda mais lento.

• A arbitragem de Paulo Baptista, em claro prejuizo do Marítimo.

Arbitragem

Mau. Mau de mais. Paulo Baptista foi uma nulidade em campo. Foi frequente vê-lo a apitar o que não devía e a não apitar o que devía. Esteve mal na lei da vantagem. Será que sabe o que isso é? É que não a aplicou em nenhum lance para as duas equipas, favorecendo sempre o infractor. Muito longe dos lances, não viu dois agarrões de David Luiz a Mbesuma e Lipatin, quando estes caminhavam para a área de Quim. Em qualquer dos lances se justificava a marcação de um lívre directo, pois as faltas foram fora da área, embora os jogadores caíssem sempre dentro dela, e o respectico cartão vermelho ao central. Mal posicionado, não viu uma grande penalidade para o Marítimo, na primeira parte por mão na bola de Petit, e viu uma inexistente por suposta falta de Milton do Ó sobre Manú, já nos descontos. Pelo menos, esteve bem na amostragem de dois cartões amarelos no primeiro tempo, um para cada lado, a púnir entradas duras de Wênio e Anderson, mas voltou a estar mal no amarelo amostrado a Kanu, pois aqui justificava-se o vermelho. Quim já tinha a bola no seu poder, quando o avançado insular vai lá com o pé ostensivamente

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