Como havíamos previsto desde o dia do sorteio, o facto de a deslocação a Sevilha coincidir com o Feriado do dia 1 de Dezembro, iria contribuir e muito para uma enorme Invasão de Vitorianos á Capital da Andaluzia, por isso os 2150 bilhetes destinados aos Vitorianos e que muita confusão deram, acabaram por ser poucos, pois mesmo sendo devolvidos 500 dos de € 40,00, em Sevilha muitos foram os que compraram bilhete, além dos que com convite encheram a parte da Bancada Central dos sócios do Sevilha, no global e podem verificar pelas fotos estaríamos entre 3000 a 3500 adeptos, facto que originou cenas caricatas, como meterem na mesma bancada (Gol Sur), onde estava a maioria dos Vitorianos e onde foram feitas as várias Tifos, adeptos com bilhetes de 15 e 40 euros, sendo que no final até impediram á bastonada adeptos com bilhete de entrar para os seus devidos lugares, para quem clama organização, esta foi exemplar, desde permitir aos adeptos Sevilhistas o uso de todo o tipo de Guarda Chuvas, arremesso de petardos, Megafone com Colunas de Som, Caixas e Bombos, coisas que aqui em Portugal eram motivo de proibição de entrada em campo, depois temos a brandura policial espanhola, para quem Português é sinónimo de criminoso e ladrão, tal a facilidade com que alguns, felizmente a minoria levantavam o cacetete e ofereciam porrada. Isto sem falar que no final, qual medida de segurança qual carapuça, saímos todos ao mesmo tempo, o que pasme-se nunca vi em lado nenhum, o que nos valeu o resultado ter sido adverso ás nossas cores, senão nem quero imaginar. Por ultimo a enorme simpatia de todos os Sevilhistas que encontrei, mais a mais do Bétis que nos desejavam boa sorte, contrastou com alguns (Claque BIRIS NORTE) que a despeito de serem em maior numero tentaram roubar uma tarja dos White Angels, mas tiveram azar e apanharam com 5 tugas de cepa dura e tiveram de fugir, mesmo que a policia fizesse vista grossa ao assunto.
Isto foram alguns pequenos quês aparte do futebol que a maioria não está ao corrente e não viu, graças á pouca vergonha dos nossos médias, aliás o gajo da RTP deve estar com as orelhas a arder, depois do que ouviu de mim, mas vamos lá falar de bola.
Saímos de Guimarães em Camioneta pelas 00h00m de Quarta para Quinta Feira, cruzamos Portugal de Norte a Sul, com paragens na Mealhada, Santarém e Olhão, sempre em alegre cavaqueira, com alguma música, cartas, comes e bebes, praticamente sem dormir, chegando a Sevilha pelas 10h00m, lá chegados fomos colocados num parque onde ao longo do dia todos os Vitorianos que viajaram de camioneta e viatura própria, se juntavam e se faziam notar, praticamente toda aquela cintura de quase 2 Kms entre o parque e o estádio pareciam Guimarães, onde quer que se olhasse estava um cachecol preto e branco, aproximava-se a hora do jogo e em cortejo sem escolta policial, nos dirigimos para o estádio, fechando uma estrada, pois os passeios eram reduzidos para tantos adeptos, fazendo um bonito espectáculo que era apreciado por todos, num apoio inequívoco ao VSC, com tarjas, cachecóis.
Chegados ao estádio a espera da camioneta com a equipa, foi outro momento indescritível, com os próprios adeptos da casa, incrédulos com o ruído de Vitória Vitória, mas acima de tudo com o elevado numero.
A entrada para o estádio foi a maior balbúrdia a que assisti, pois não só não foi feita nenhuma revista, como não foram controlados os bilhetes, o que originou a lotação da mesma, pois a polícia enviava todos para o mesmo sítio.
O Sanchez Pizjuan, para quem não conhece é um estádio antigo, daqueles a quem as arcadas debaixo das bancadas, estão em cru, cheios de humidade e pedaços a cair, aliás todo o estádio parecia um estaleiro, o que para um jogo da UEFA, não se entende não ter sido resguardado esse aspecto, os WC são de terceiro mundo e o Bar, enfim chamar bar aquilo é favor.
Colocados no local esperamos lentamente a hora de começar o jogo e fomos marcando posição e afinando as gargantas, pelo que as horas que antecederam o jogo foram de preparativos para as várias Tifos, para colocação de tarjas e organização dos adeptos, para os cânticos e várias demonstrações, chegando vezes sem conta a calar os adeptos do Sevilha, facto que só foi possível após a obtenção do 1º golo logo aos 10 minutos, pois toda a gente acusou esse golo madrugador, mais a mais seguido do 2º que desmoralizou as tropas, mas o 3º golo foi a machadada final, pois coincidiu com uma enorme chuvada e á debandada geral para as arcadas debaixo da bancada, ao contrário do que disseram alguns jornalistas de meia tigela, as pessoas não abandonaram o estádio, pois não lhes eram permitido, mas a verdade é que muitos não só não gostavam da exibição, como devido á longa viagem, frio e chuva, ansiavam pelo términus daquele pesadelo, mas o golo de Benachour (um golão) ainda veio dar um pequeno ânimo para a 2ª parte.
O VSC na 2ª parte deu uma melhor imagem de si próprio, mas sem conseguir levar a água ao seu moinho, pois esta equipa do Sevilha foi demasiado forte, para um Vitória de Guimarães, do pior que vi até hoje, é que se para muitos este resultado fosse previsível, para os 3 milhares de vitorianos que acompanharam a equipa até Sevilha, o que mais os exasperou foi a paupérrima exibição, que estragou sobretudo a viagem de volta, que para nós (Atlético e Anjo Branco), foi penalizada por uma avaria da camioneta que fez com que chegássemos a Guimarães perto das 11h00m de Sexta Feira.
Tirando o jogo do qual me recuso a falar, excepto que a derrota por 3-1, foi lisonjeira para as nossas cores, excepto a exibição de Benachour, apenas digo que esta equipa não merece estes adeptos que fazem quase 2000 Kms em 2 dias e passam perto de 23 horas, como eu passei em viagem.
A esses os meus parabéns e os meus sinceros desejos que brevemente se repita. Eu voltava a fazer tudo de novo.
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