terça-feira, dezembro 20, 2005

A Vitória da Honra e Dignidade

Este sábado os jogadores do Clube de Futebol “Os Belenenses” tinham algo a defender, muito mais que os 3 pontos em jogo, muito mais que o aproximar da linha de água, muito mais que dar um pontapé na crise de resultados...tinham a defender a sua honra, dignidade e dar uma demonstração aos sócios de carácter e dever, porque com salários em dia pode-se exigir e os sócios tinham uma pesada factura a cobrar.

E foi num ambiente pesado, nervoso e tenso que começou a partida. Os assobios e algumas ofensas começaram mal entraram as equipas em jogo. Não concordo com estas atitudes e penso que para isto mais vale ficar em casa, porque se o clima já é crispado, se os jogadores já não dão uma para a caixa, os apupos em nada contribuem para a melhoria da situação. Mas atenção, ao mesmo tempo não condeno, porque existem ainda muitos Belenenses que presenciaram o verdadeiro Belenenses e sinceramente não sei se é coragem ou suicídio deslocaram-se já com dificuldades da idade para ires ver esta pobre amostra de um passado glorioso.

José Couceiro, finalmente mudou algo após o “jogo” de Setúbal. Teve a coragem necessária de retirar da equipa elementos outrora influentes mas que jogo após jogo passam ao lado do mesmo (casos de Amaral e José Pedro) e colocou em campo de início Sousa e Ahmada, troca directa, portanto, de defesa direito e no caso do francês optou o técnico por meter um verdadeiro extremo (e assim jogar com 2, com Paulo Sérgio do outro lado) em vez de colocar a extremos médios centros. Aliás a equipa pela 1ª vez esta época entrou em campo arrumada tacticamente, apenas com a adaptação do Vasco Faísca a defesa esquerdo. Com Silas recém recuperado de uma lesão (mais uma), o “nosso” puto Rúben Amorim teve mais uma oportunidade e desta vez jogou e encantou. Por tudo isto, grande parte desta vitória endereço ao nosso técnico.

Em relação ao jogo, o começo foi arrepiante, os nervos apoderaram-se dos jogadores e toldava-lhes o pensamento, os passes, as desmarcações, etc. e disso se aproveitou um Paços de Ferreira tranquilo na tabela e num estilo do “deixa ver como param as modas”. E foi neste contexto que o Paços quase chegou ao golo Através de Rui Dolores. Valeu-nos o nosso Imperador!

Pouco depois surgiu (contra a corrente do jogo) o golo de Rolando. Golo este de cabeça, e na sequência de um cruzamento. Coisa rara pelos lados do Restelo nos últimos tempos. Foi um cruzamento milimétrico de Rúben Amorim e uma enorme elevação do central azul. Até ao intervalo registo para um jogo controlado pelos azuis.

No reatar da partida, continuou esse domínio azul, se bem que com o passar dos minutos o espectro do empate não desaparecia, nem das bancadas ansiosas, nem de um relvado que já não se lembrava de 2 golos marcados pelos azuis num só jogo. O Paços foi-se assenhorando do jogo e o Belém começou a jogar em contra ataque. E foi num desses contra ataques que Meyong segurou a bola, abriu na direita aproveitando a subida a propósito de Sousa, e este com um cruzamento perfeito endossou a bola de novo ao nosso matador, que empataria o número de golos com Nuno Gomes, caso o golo (ilegal) na luz não tivesse ocorrido. Com este golo a partida ficou sentenciada e o Belém voltava às vitórias e de novo por 2 golos (após 3 meses de jejum).

Destaques como já referi para José Couceiro, para Rúben Amorim, Sousa e Meyong e para a claque Fúria Azul que brindou os jogadores à entrada com a seguinte frase: Ordenados em dia...Exibições em atraso – Honrem a camisola. Palavras para quê...descreve o sentimento de todos os Belenenses, angustiados, defraudados e enganados até agora nesta época desportiva. Quanto ao público, esteve mais do que é costume, mas são precisas muitas vitórias seguidas para que muita gente volte ao Restelo. E que tal se começarem já por ganhar o jogo desta 4ª em Coimbra?

Abraço

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