O último jogo deste ano da nossa liga começou muito bem, muito rápido, com os jogadores a mostrarem muito querer e dedicação, a quererem no fundo mostrar que merecem o período de férias que se avizinha. Quando o jogo assim começou eu pensei que iríamos assistir a um excelente espectáculo de futebol, pois estavam em campo duas equipas que são muito similares, passo a explicar: Este Guimarães é uma equipa muito rápida, muito atlética e muito vocacionada para o ataque e onde o sector mais desarticulado será mesmo o da defesa, características que se fizerem notar pelas piores razões no FCP e no início da temporada, e que, gradualmente tem vindo a ser melhorado, conforme se tem visto e comprovado pelos resultados. Dos poucos jogos que vi do Guimarães, gostei quase sempre da equipa e ainda hoje me surpreendo como é que ocupam aquele lugar na classificação. Pois bem, voltando ao jogo, os 15 primeiros minutos foram espectaculares, com ataques de ambos os lados, as equipas a chegarem rapidamente à baliza do adversário, mas sem criar claras ocasiões de golo.
Quando o jogo parecia começar a abrandar, para que as equipas se guiassem pelo seu estilo de jogo e não pela impetuosidade, eis que surge aos 22 minutos aquele que de certeza iria ser o momento do jogo, o golo de Quaresma. Que golo! Que leveza, que simplicidade, que arte inata. Como disse o autor: “as coisas mais belas são as mais simples” e com toda a razão. A ganhar por 1-0 o FCP não deixou de atacar, mas deixou-se pressionar mais atrás pelo Guimarães, que a partir desse momento acicatou o jogo, mantendo-o num nível elevado até ao intervalo.
No recomeço da segunda parte o marcador do golo do FCP foi substituído pelo que viria a ser o marcador do outro golo do FCP, Jorginho. Quaresma merecia ter saído com o jogo a decorrer para a ovação àquele que, como já alguém escreveu, é o melhor jogador português nos dias que correm. De realçar que o FCP com esta substituição perdeu genialidade, virtuosismo, mas a velocidade e o querer mantiveram-se, pois Jorginho entrou transformado daquilo que tem vindo a demonstrar nos últimos jogos.
O jogo perdeu-se em termo de qualidade quando Vítor Pontes decidiu arriscar com as substituições, partindo de certa forma a equipa e os seus sectores. O FCP soube aproveitar-se disso já que por 2 ou 3 vezes foram as ocasiões em que o guarda-redes vimaranense se viu com avançados portistas pela frente. Com a marcação do 2º golo, nitidamente o jogo acabou, mas não foi por isso que as equipas deixaram de tentar marcar, apenas com outro ânimo e outro discernimento o continuaram a fazer.
Queria realçar no Guimarães o indubitável talento de Benachour e Saganowski, não compreendendo porém que a entrada de Targino tenha sido feita tão tarde. No FCP queria dizer que César Peixoto continua a destoar nesta equipa, onde cada vez mais os centrais mostram a segurança necessária, onde Paulo Assunção praticamente não perde um lance em qualquer um que dispute, onde Diego começa a “pegar de estaca” (muitos já o queriam “empandeirar” para o Brasil), e onde Lucho, Lisandro e principalmente Quaresma começam a destacar-se entre todos os outros.
Não queria deixar passar em claro a atitude das claques, que fazem envergonhar quem vê o espectáculo futebol, mas, devido à época que atravessamos, não queria deixar de reiterar que o jogo de ontem e principalmente o momento do golo do Quaresma fazem-me continuar a gostar de futebol, a ir ao estádio e a influenciar o meu quotidiano.
Aproveito para desejar a todos os participantes do blog um feliz Natal, repleto de bons valores.
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