O FCP disse adeus às competições da UEFA sem qualquer tipo de chama, sem qualquer tipo de irreverência, completamente apático, desinteressado e sem justificar qualquer tipo de destino diferente do que teve.
Penso que neste jogo, e devido às condições em que ele se realizou, quer do terreno, quer atmosféricas, a equipa talvez pudesse ter tido outro escalonamento. A inclusão de Diego e a continuidade de Quaresma no onze penso que foi um pouco desadequada, já que os jogadores que mais se realçaram por parte do FCP foram os mais trabalhadores e menos os criativos. Contrariamente ao que estava à espera, Lizandro esteve muito apagado, roçando mesmo a indiferença. O seu companheiro Lucho parecia também não querer sujar os calções, deixando desta forma todo o ataque para McCarthy. Da primeira parte há a registar duas ocasiões flagrantes, uma para cada lado. A primeira, em que no seguimento de um livre e de um desvio de cabeça, Pepe fez de defesa central dos eslovacos ao tirar o golo em cima da linha, e a segunda, adveio de um falhanço de Baía num lance perfeitamente controlado à partida.
Chegado o intervalo eis que chega a primeira substituição, a que mais se esperava, pelo menos para mim, já que a sua inclusão de início não se verificou. Sai Diego e entra Hugo Almeida, na esperança de dar mais domínio no ataque, tentando controlar os adversários e trazer mais perigo. Puro engano, e até nem foi por culpa própria, mas sim pela falta de oportunidades, pela falta de ataques e pela ausência de jogadas perigosas. A segunda substituição tirou Quaresma do jogo que até essa altura tinha estado completamente afastado dele, não por culpa própria, mas sim pelas condições do terreno. A certa altura imaginei o Ronaldinho naquele terreno a fazer fintas, e penso que concordarão comigo se disser que nem ele nem ninguém conseguiria fazer a diferença naquelas condições. E é então que surge a 3ª substituição no FCP, para mim a mais incrível…Sai novamente Pedro Emanuel para dar lugar a um adaptado-a-defesa-direito-rápidamente-adaptado-a-defesa-esquerdo. Se percebo que a ideia era fazer subir César Peixoto no terreno para criar desequilíbrios e tentar centrar bolas para os avançados, o que se verificou é que não só o FCP não conseguiu avançar no terreno, como começaram a surgir as melhores oportunidades para o Artmédia ganhar o jogo. O Bosingwa é a maior nódoa no plantel do FCP.
Resumidamente queria dizer que não fiquei chateado com o afastamento do FCP e muito menos por ter empatado este jogo. O que eu fico chateado é com a falta de atitude demonstrada relativamente a este jogo, já que o terreno era o mesmo para as duas equipas e como Adriaanse disse, só os visitados quiseram ganhar. Como digo, a maior frustração não foi obtida neste jogo, mas sim no decurso de toda a fase de grupos, com a derrota fora com o Rangers, com a incrível derrota em casa com os eslovacos, com o deslumbramento de marcar um golo em San Siro nos primeiros minutos para passar, a partir desse momento, a defender a magricela vantagem e com o não menos incrível empate frente ao Rangers no estádio do Dragão.
Poderão estar a dizer que a prestação do FCP foi fraquíssima, ideia que eu não partilho. Baseio-me nas estatísticas, mas essencialmente no que vi. Reafirmo aqui que em 6 jogos disputados o FCP fez por ganhar 4 deles, já que foi claramente superior. Se isto aconteceu é porque foi tudo azar, deverá estar quem lê este texto a pensar, ideia que eu também não quero fazer passar, mas sim a ideia de que o futebol é muitas vezes injusto, é um jogo em que a sorte e o azar podem influenciar os resultados, mas acima de tudo, o futebol precisa de fundamento, de mecanização, de talento, de experiência, coisa que este FCP não apresentou, nem apresenta no campeonato.
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