O FC Porto começava a época ainda com o fantasma da época passada a pairar no Dragão.
Depois de uma época onde o banco portista “conheceu” 3 treinadores diferentes, Pinto da Costa decidiu chamar Adriaanse, um conhecido disciplinador, para reformular todo o Futebol do Porto.
O Porto começou a Liga num bom nível com 4 vitórias e um empate em Braga, terreno tradicionalmente complicado.
No entanto, é na Madeira que começou a instabilidade no reino do Dragão, um empate a 2, seguido de um derrota caseira frente ao Benfica (a 1ª em 10 anos), aliado á decisão do técnico de afastar nomes como Jorge Costa, criaram alguma instabilidade na equipa, e o treinador começou ,a espaços, a ser contestado.
No entanto, nova fase positiva em termos internos seguiu-se, numa altura em que se percebia que finalmente Adriaanse teria escolhido mentalmente o seu onze e o seu sistema de jogo, um 4-3-3 onde Paulo Assunção equilibrava a equipa em termos defensivos, como pivot defensivo.
O Porto chegava a Dezembro em 1º, parecia ter um sistema de jogo bem definido e um onze bem cimentado.
No entanto, os adeptos continuavam de certa forma descontentes, pois na Liga dos Campeões as coisas não corriam bem e o eterno capitão Jorge Costa tinha mesmo guia de marcha para fora do Dragão.
Tudo piorou já no ano de 2006, após uma vitória frente ao Boavista, a equipa de Adriaanse tropeçou na Reboleira, perdendo com o Estrela, onde Baía foi mal batido num dos golos.
Eram 3 pontos perdidos, que no entanto, não faziam prever a revolução que se processou de seguida.
Adriaanse, afasta o “sagrado” Baía da titularidade chamando Helton, e depois de testar num amigável o 3-3-4, implanta-o como sistema táctico do FC Porto (contando já com Adriano).
A verdade é que o sistema tardou em convencer, e depois de uma vitória sofrida frente á Naval, seguiu-se um empate em Vila do Conde.
Este empate despoletou um dos casos mais graves que se assistiram na “toca do Dragão” nos últimos anos.
Numa “esperinha”, Adriaanse foi vítima de vandalismo e de ameaças físicas, o que criou enorme instabilidade no clube e deu início a um divórcio entre Direcção e claque, algo nunca antes visto.
Poucos acreditaram que Adriaanse iria aguentar a pressão e manter-se, e poucos esperariam que Pinto da Costa mantivesse o técnico, mas a verdade é que num acto de liderança e de confiança, Pinto da Costa resolveu “eliminar” os apoios ás claques e dar um voto de total confiança em Adriaanse.
Seguiu-se o jogo caseiro frente ao Braga em que o Porto de certa forma convenceu, muito embora tenha empatado.
Seguiram-se 2 vitórias, e um acréscimo de confiança até ao jogo na Luz.
Para o Benfica a vitória era muito importante, para o Porto poderia significar um passo decisivo na rota do título, mas a verdade é que mais uma vez o Porto saiu derrotado e Baía, de regresso á baliza por lesão de Helton, saiu mal na fotografia.
A liga estava ao rubro, mas é a partir do jogo da Luz que o Porto finalmente se destaca e se galvaniza definitivamente para conquistar a liga.
Seguiram-se 9 vitórias seguidas, 27 preciosos pontos.
Destes 27 destacam-se 3 pontos decisivos que decidiram o título.
O Porto já havia batido o Sporting na taça, num emotivo jogo decidido em penalties, onde Baía foi figura de destaque.
No entanto, na Liga Sporting e Porto jogavam para o título separados por escassos pontos.
Adriaanse revelou nesse jogo maior conhecimento pela Liga Portuguesa e maior respeito pelos adversários, abdicando dos 4 avançados, incluindo mais um médio no onze. O Porto venceu por 1-0, com um golo de Jorginho, golo esse que selava quase em definitivo o campeonato.
O Porto sagrava-se matematicamente campeão em Penafiel, e na última jornada frente ao Boavista decidiu dar espaço aos mais novos, razão que explica,em parte, o empate então registado.
Champions League
A Champions foi a grande desilusão da época Portista. Num grupo acessível (Inter, Rangers, Artmedia), o Porto não se conseguiu apurar, registando uma “humilhante” derrota em casa frente ao Artmedia.
Infortúnio, falta de cautelas defensivas, inexperiência dos jogadores, todos estes itens são escassos para justificar esta desilusão de uma equipa que tinha habituado uma nação e toda uma Europa, a noites de glória nas competições Europeias.
Taça
O Porto venceu mais uma taça.
Venceu numa final antecipada o Sporting e depois na final passeou a sua classe frente a um Setúbal demasiado “manso” para discutir o “caneco”.
Mais 1 vez foi Adriano a decidir.
Pontos Positivos
- A forma como a direcção Portista defendeu o treinador até ás ultimas consequências.
- A juventude do plantel, que faz os adeptos portistas sonharem com mais noites de glória.
- A valorização de activos, pois certos jogadores pareciam destinados ao fracasso no Dragão e foram “revitalizados” de forma a serem neste momento peças chave.
- Pepe, P Assuncao, Quaresma e Lucho. 4 nomes fundamentais no sucesso do Porto. Pepe passou de “questionável” a grande promessa, P Assunção trouxe todo o equilíbrio defensivo que o Porto necessitava, Quaresma renasceu para as grandes noites, e Lucho confirmou toda a fantástica qualidade que possui.
-Dobradinha. É sempre de assinalar a conquista dos 2 troféus de maior peso no Futebol Português
-Adriaanse, foi muito contestado, teve decisões polémicas e difíceis de digerir, mas a verdade é que mantendo-se fiel aos seus ideais venceu e convenceu.
-Disciplina e coesão do balneário. Acabaram por completo os problemas de indisciplina da equipa e sente-se uma enorme coesão no balneário, bem espelhado no exemplo de Baía e Helton, 2 grandes amigos..que lutam por 1 lugar, algo bem diferente do que se passa noutros clubes.
-O render de Baía. Quando Baía partiu para Barcelona, pairou sobre o clube azul e branco o fantasma Baía, e foram vários os guarda redes que sucederam a Baía e falharam. Actualmente os adeptos temiam o mesmo, e mesmo com Baía ainda em grandes condições para continuar na baliza Portista, Helton dá todas as garantias de uma baliza segura nos anos vindouros do FC Porto.
-A chegada de um jovem talento ao clube. Anderson promete…..
-Adriano chegou, viu e venceu. O seu futebol nem sempre convence, mas os seus golos, principalmente os decisivos, foram um dos aspectos chave que levaram o Porto a mais 1 época de domínio e glória.
Pontos Negativos
-SAD. A SAD portista tem tido decisões algo estranhas e no mínimo interesseiras.
-Fracasso europeu. É um facto e criou grande instabilidade no clube. Em termos financeiros teve também consequências nefastas.
-Adeus de Jorge Costa. Por tudo o que deu ao clube é sempre triste ver partir um símbolo.
-SuperDragões. A claque Portista envergonha todo e qualquer adepto do clube. Comportamentos bárbaros e inexplicáveis marcaram todo um ano desportivo, por parte desta claque. O ataque físico ao treinador foi a gota de água…
-Sonkaya e Bruno Alves. Torna-se difícil explicar as razões que levaram aos responsáveis do Porto, manterem estes 2 jogadores nas suas fileiras.
-Diego nunca chegou a mostrar em Portugal todo o potencial que lhe era reconhecido no Brasil.
O Porto é campeão Nacional e conquista mais uma taça de Portugal.
Mais 1 época de glória da Nação azul e branca.
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