terça-feira, maio 30, 2006

Seleccionador Atacante

Oleg Blokhin
Selecção: Ucrânia (desde Setembro de 2003)
Data de Nascimento: 5 de Novembro de 1952
Naturalidade: Kiev (ex-URSS, actual Ucrânia)
Clubes/Selecções anteriores: Olimpyakos (1990-1993); PAOK (1993-1994); Ionikos (1994-1997).
Títulos: Taça da Grécia (1992); Supertaça da Grécia (1992)


O seleccionador ucraniano é mais conhecido pela sua carreira como jogador do que como técnico. Blokhin foi um dos melhores jogadores de sempre da União Soviética. Esteve 19 temporadas no Dínamo de Kiev, onde pariticipou em 608 jogos e marcou 270 golos. Pela selecção russa disputou 112 jogos e marcou 42 golos. Um dos seus treinadores foi o mítico Lobanovsky. Em 1975 foi considerado o melhor jogador europeu. Foi o melhor marcador russo por cinco vezes. Venceu nove campeonatos, cinco taças da Rússia, duas Taça das Taças e uma Supertaça Europeia.

Após terminar a carreira como jogador, Blokhin teve uma passagem tímida pelo futebol grego como treinador. O único grande feito do técnico foi o inédito apuramento da Ucrânia para o Campeonato do Mundo. A selecção de Blokhin foi, excluindo a Alemanha, a primeira equipa europeia a garantir a presença na competição. O grupo de qualificação não era fácil. Nele constavam a Turquia, a Grécia e a Dinamarca.

Para além da carreira desportiva, Blokhin também abraçou a política. É deputado do parlamento ucraniano, conhecido por Rada. Este facto causou-lhe problemas durante o apuramento para o Mundial. Considerou-se que o seleccionador-deputado não podia exercer os dois cargos. O treinador optou por abandonar o lugar como deputado. No entanto, um tribunal julgou que o seleccionador podia acumular as funções, mas apenas com um salário. Apesar de continuar a pertencer ao parlamento, Blokhin tem-se distanciado dos assuntos políticos.

Jogador talentoso, técnico promissor, político e... polémico. Uma das frases mais conhecidas de Blokhin é: «Quanto mais ucranianos jogarem na Liga nacional, mais exemplos para os jovens. Deixem-nos aprender com um Schevchenko ou com um Blokhin, não com um Zumba Bumba qualquer que tiraram de uma árvore e lhe deram duas bananas e agora joga na Liga Ucraniana». Apesar disto, o seleccionador reconheceu, depois de observar jogos da Taça Africana das Nações, que era um erro subestimar as selecções africanas.

Após garantir a qualficação, Blokhin afirmou que «muitas pessoas disseram que eu estava louco quando prometi levar a Ucrânia à Taça do Mundo, sei que vão gritar novamente, mas acredito que somos capazes de vencê-la». O seleccionador prometeu também que, em caso de vitória, raparia o cabelo. No entanto, durante este mês, o treinador tem-se queixado de falta de tempo para preparar a competição, visto que considera necessário trabalhar dois sistemas de jogo diferentes.

As principais qualidades de Blokhin não são técnicas de treino ou tácticas de jogo. A verdade é que os jogadores ucranianos estão a ser treinados pelo seu ídolo, por um ícone do futebol de Leste. A forte personalidade do seleccionador pode motivar os jogadores a fazerem exibições acima da média. Para além disto, Blokhin é discípulo de Lobanovsky, um dos melhores treinadores de todos os tempos. Contudo, o seleccionador tem pouca experiência como técnico. Blokhin opta por um sistema de jogo semelhante ao da antiga Escola de Leste. Apesar de eficiente, a «rigidez» deste futebol pode não ser suficiente para superar os adversários. A questão que se coloca é: será que em Julho Oleg Blokhin estará com o cabelo rapado?

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