Estamos de volta ao silly season...e aqui no Futebol De Ataque viramos as baterias para o Mundial.
De qualquer maneira não podia deixar de vos presentear com a recuperação deste meu post de agosto para que se divirtam tal como eu me diverti ao relê-lo! HEHEHEH
grande abraço.
"Qual o mais forte candidato ao título desta época - e porquê?"
Quem será o próximo campeão? A complexidade da questão é comparável com a competitividade que se vive por esta altura no futebol português. Apesar dos arautos da desgraça quererem empurrar o nosso futebol para a mediocridade e de insistirem que o campeonato se está a nivelar por baixo, os factos parecem querer demonstrar o oposto. Uma Taça UEFA, uma vitória na Liga dos Campeões, uma final do Euro2004, uma final da Taça UEFA... Quer a nível de clubes, quer a nível de selecções estamos a viver uma das melhores fases do nosso futebol, que se reflecte no estado de excitação colectivo dos adeptos e na ansiedade em torno da próxima época.
Na gíria da pesca, o defeso é uma altura em que se suspende o período piscatório para permitir a renovação e crescimento das espécies. Tambem no futebol falamos em defeso, pois tambem é necessário este período de descanso dos atletas e renovação dos clubes para melhor se preparar o 'ataque' à época que se segue. E muita mudança houve nesta fase...
O segredo vem da Flandres.
Porto e Benfica adoptaram uma estratégia comum no que toca à voz de comando, preferindo treinadores Holandeses. Para os 'encarnados', Koeman assenta como uma luva. Mantem-se o esqueleto campeão e a estratégia do futebol de pé para pé sempre à flor da relva e com os olhos postos na baliza, mas deixando algum espaço aos rasgos de génio em jogadas individuais. Koeman é um treinador que gosta de apostar nos jovens, na formação e no ataque. Está a nascer um Benfica mais à Benfica que o Benfica de Trapp. Imperativo continua a ser a contratação de um ponta-de-lança de classe internacional que funcione como a grande referencia no ataque 'encarnado'. Talvez as novidades surjam no que toca à amizade de Koeman e Rijkaard e o avançado que se pretenda venha da Catalunha. Quanto a contratações, Karyaka será uma boa opção para uma posição em que o Benfica foi débil em anos anteriores. A grande nota vai para Beto, um poço de força, um incansável, um guerreiro no meio campo. Beto, Manuel Fernandes e Petit, 3 galos de peso para um poleiro onde só deverá haver espaço para 2. Interessante será tambem ver como Koeman fará a utilização dos jogadores jovens e dos ex-juniores. As bases para revalidação do título são fortes e a equipa, sustentada pelo bom projecto de Luis Filipe Vieira e de Koeman surge com maiores hipoteses e capacidade que em outros anos.
O Homem do 'Punho de Ferro'
De Alkmaar para o Dragão, Co Adriaanse parece ser o homem certo para a missão dos 'azuis e brancos'. De repente o esmagador Porto perdeu tudo aquilo que o torna autêntico: um colectivo sólido, forte, unido, batalhador e acima de tudo, disciplinado... Adriaanse afigura-se, para já, como a escolha certa, mais um 'tiro' em cheio de Pinto da Costa. O Holandês tem demonstrado um método de trabalho muito rigido com vista a uma disciplina imaculada. Parece renascer o ideal dos anos 80 e 90 do 'jogador à Porto', um jogador que se entrega braviamente em cada lance em prol de um ideal, do colectivo e da camisola. Pretende-se um estilo de jogo em equipa, onde as jogadas individuais estão postas de parte. Leo Lima e Leandro do Bonfim já pagaram o preço do metodo de Adriaanse. Quaresma e Diego poderão sentir algumas dificuldades para 'agarrar' um lugar entre os 11 operários de Adriaanse. Os reforços, foram maioritariamente de construção ofensiva: Anderson, Lisandro e Lucho Gonzales vieram acrescentar uma classe e qualidade superiora na equipa do Porto, principalmente Lucho que pudemos ver fazer a imprensa esgotar os adjectivos na Taça das Confederações. A luta pelo título será mais forte que na época passada e acima de tudo será mais sólida. Caso os 'portistas' peguem a liderança de estaca prematuramente será muito dificil retirarem-lha. Mas parece algo desequilibrado o plantel portista. Nuns sectores ha carências e noutros excessos, mas uma coisa é certa, a qualidade é até perder de vista.
Um passo atrás para dar dois em frente?
O Sporting é dos 'grandes' o único que parece ter-se despido de jogadores de qualidade em troca de jogadores medianos. Saíram Pedro Barbosa e Rui Jorge, dois símbolos do clube de Alvalade, cuja experiência e veterania são sempre de extrema ultilidade num plantel. Entram Manoel e Tonel... não querendo por em causa a qualidade dos jogadores, são atletas claramente de clubes de meio da tabela, jogadores vulgares e de qualidade mediana, facilmente substituiveis. Parecem a primeira vista mediocrizar a equipa em vez de a reforçar. Talvez a estratégia de Peseiro passe antes por este tipo de jogadores cheios de vontade de vencer e de lutar para atingir o sucesso. A chave será Liedson, Liedson e Liedson. O segredo continua a ser a capacidade de Peseiro em pôr o Sporting a jogar bem e bonito suportado por um meio-campo de combate e grande produção ofensiva onde a jovem estrela, João Moutinho, vai ganhar ainda mais preponderância na manobra da equipa. Uma equipa onde Varela, Nani e Semedo poderão fazer parte das contas. A chegada 'triunfal' de Deivid parece empurrar Pinilla para mais uma época de obscuridade. A solidez deste Sporting deve-se, e muito, às unidades de meio-campo, onde Custódio e Rochemback podem desde já passar a contar com a concorrência do recem chegado Luis Loureiro. À partida, são os 'leões' os mais fracos contendores ao título 2005/2006.
Sempre a crescer.
Enquanto o Boavista parece mais fraco, embora o comando de Carlos Brito os possa levar mais longe, Belenenses e Guimarâes aparecem, às portas da SuperLiga recheados de bons valores e um plantel forte, com a esperança numa Europa de sonhos. Na Académica, o projecto liderado por Nelo Vingada é claramente de luta pela Europa, mas em Coimbra, UEFA é sigla que não consta no vocabulário de ninguem. Há que ter em conta estes emblemas, pois serão estes, coadjuvados pelos clubes da Madeira que vão baralhar as contas da SuperLiga e torná-la naquilo que todos esperamos: um espetáculo!
A aposta.
Fazendo todos os pesos e medidas é quase impossivél arriscar. Os pequenos vão superar-se em cada jogo contra os candidatos ao título. Os jogos entre os grandes vão ser decisivos e aí a frieza do esquema de Adriaanse poderá desequilibrar as contas do título a favor do Futebol Clube do Porto. Uma coisa é certa; Grande campeonato que aí vem!
Ricardo Martins
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