O FCP deslocou-se ao Bessa na condição de campeão e, usufruindo dessa mesma condição, o treinador escalonou a equipa com variadas alterações, dando assim hipótese a alguns jogadores de poderem tornar-se campeões, dando um prémio adicional pelo trabalho desempenhado durante o ano.
As surpresas registaram-se em todos os sectores do terreno, desde logo a titularidade dada a Vítor Baía, a inclusão do turco Sonkaya que andava desaparecido desde o jogo em casa com o Marco, a titularidade àquela que já foi a dupla titular no eixo da defesa – Bruno Alves e Ricardo Costa e, por fim, a inclusão de Marek Cech. À primeira vista poder-se-ia pensar que o treinador iria fazer alinhar um esquema táctico diferente do habitual, mas não, Ricardo Costa surgiu na posição habitualmente confiada a Paulo Assunção, fazendo assim companhia a Ibson e ao jovem Anderson. Na frente, os habituais quatro homens, Ivanildo à esquerda, Alan à direita, Hugo Almeida e Lisandro no centro. O jogo começou muito bem, muito rápido, muito aguerrido e com clara intenção das duas equipas conquistarem os três pontos porque, por um lado e com os ouvidos abertos para o Bonfim o Boavista poderia aceder à Europa e, por outro lado, a oportunidade de alguns jogadores menos utilizados darem mostras do seu valor no plantel da próxima época.
A primeira oportunidade de golo surge logo no primeiro minuto e, arrisco-me a dizer que foi a melhor jogada de todo o encontro pois foi de uma simplicidade incrível, toda ao primeiro toque desde a sua defesa, e só não acabou da melhor maneira porque Hugo Almeida estava em fora de jogo. Logo a seguir, João Pinto isolou-se e frente a Vítor Baía permitiu a este brilhar e evitar o primeiro golo do encontro. Anderson dava mostras de comandar o meio campo e conseguiu imprimir rapidez e alguma beleza ao jogo, puxando pelos seus colegas e dando “água pela barba” aos adversários. Do lado do Boavista, João Pinto e Paulo Jorge eram os elementos mais inconformados e que sempre tentaram rumar contra a maré. O golo do FCP surgiu depois de uma bola ganha por Bruno Alves de cabeça, coloca-a nos pés de Lisandro que dentro da área faz uma maldade aos rins de Ricardo Silva e dispara em "banana" para a baliza de William.
Na segunda parte o jogo esmoreceu e só depois de se saber que o Nacional tinha inaugurado o marcador é que o Boavista acelerou e começou a comandar o jogo, sem no entanto criar claras ocasiões de golo, excepção feita a uma saída de Baía aos pés de Paulo Jorge já perto da pequena área. O golo dos da casa surgiu aos 70 minutos num lance onde o inevitável Paulo Jorge foi mais esclarecido do que Bruno Alves, conseguindo desviar a bola do guarda-redes do FCP. Até final do jogo as ocasiões de golo repartiram-se, acabando o jogo num empate que espelhou de uma forma correcta aquilo que se passou em campo.
Positivo do jogo:
O excelente golo de Lisandro.
A exibição de Anderson e a resposta dos jogadores menos utilizados durante a época por parte do FCP.
A exibição de Paulo Jorge no Boavista.
Negativo do jogo:
A pouca afluência do público.
A excessiva impetuosidade escusada do talentoso Hélder Barbosa.
A excessiva impetuosidade inata de Ricardo Silva.
Nota muito, mas mesmo muito negativa:
A não substituição de Baía por Paulo Ribeiro. É com estas atitudes que o treinador continua a não cativar os seus adeptos, podendo criar neste caso concreto um afastamento entre o jogador e ele, face à falta de atenção e respeito para com o jogador.
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