segunda-feira, setembro 11, 2006

Derby do Centro foi emocionante!!!


Local: Coimbra
Estádio: Estádio Cidade de Coimbra
Assistência: 6000
Árbitro: Artur Soares Dias

Manuel Machado provou do seu próprio veneno.
Entrou confiante a Académica, com atitude e com convicção. Em relação ao primeiro onze, o da jornada passada, saíram Litos por castigo e Pavlovic que saiu mesmo da convocatória dos estudantes que se apresentavam em 4x5x1 perante os sócios.

A Naval apresenta-se em Coimbra com o seu 11 base com 2 homens rapidíssimos e possantes na frente; Lito e Nei que desde cedo deram o alerta à defensiva negra e obrigaram os centrais a jogar na marcação fora das suas zonas típicas.

Apesar do domínio de posse de bola, a Académica não materializava a sua superioridade, e foi mesmo a Naval que criou as melhores ocasiões de golo, com Nei a enviar um remate fabuloso a trave de Pedro Roma.

Aos 28 minutos um livre na direita a castigar falta sobre o super criativo Raul Estevez resulta em golo para a Académica. Lino, o defesa brasileiro faz um remate cruzado rasteiro à procura de um desvio pelos colegas na área mas a bola acaba por entrar sem ninguém tocar na baliza de Taborda, que de resto esteve em noite muito infeliz.

Depois do golo a Académica, motivada, cresceu e assistiu-se a períodos de bom futebol, onde na ala esquerda Hélder Barbosa fazia literalmente o que queria de Mário Sérgio que nunca conseguiu fazer um desarme ao pequeno génio emprestado pelos dragões aos de Coimbra. Também Raul Estevez com a sua criatividade arrancava fortes aplausos da bancada, mas acabou por ‘dar o berro’ muito cedo e arrastou-se duranto o resto do jogo perdendo muitas bolas para os adversários.
O intervalo chegou com o resultado de 1-0 a muito lisonjeiro para a Académica que apesar de dominar não criou ocasiões de golo, ao contrario da Naval parece talhada para jogar em contra-ataque com Lito e Nei na frente. Dois homens, simplesmente mortais. Extremamente rápidos.

A segunda parte não traz alterações nos 11, mas revela uma Naval apostada claramente no contra-ataque. Fajardo sempre pelo flanco direito fez um sem número de sprints encontrando sempre Lito e Nei em posição soberana para marcar. O jogo partiu-se e abriu. Filipe Teixeira e Roberto Brum tentavam pegar no jogo dos estudantes, mas eram as saídas rápidas para o ataque da Naval que faziam estragos. Pedro Roma fazia tudo para adiar o golo Navalista.

Aos 58 minutos o central da Naval, Fernando vê o vermelho directo por travar Gelson que corria isolado para a baliza após excelente passe diagonal de Estevez. Mas foi a jogar com 10 que a Naval apresentou melhor futebol. É tradição em Coimbra que a briosa não vença equipas a jogar com 10. Incrível. Venha de lá esse bruxo!
Em 4 minutos a Naval marca dois golos e passa para a frente numa notável cambalhota no marcador. Primeiro por Lito aos 62, após uma bola perdida por Raul Estevez onde a defesa da briosa simplesmente não existiu, e depois aos 66 por Nei ao segundo poste após bom cruzamento da esquerda onde mais uma vez o central Medeiros ficou mal na fotografia.

A Académica vai atrás do prejuízo e faz entrar Nestor Alvarez e o jovem Miguel Pedro para o ataque, alterações que fragilizaram e muito o meio-campo academista que sem capacidade de retenção de bola via a Naval embalar em contra-ataques rapidíssimos, sempre cheios de perigo.

A Académica com o decair de produção de unidades como Filipe Teixeira e Raul Estevez tinha em Hélder Barbosa em Roberto Brum os jogadores mais inconformados, mas o chuveirinho para a área era sinónimo de entregar a bola ao adversário. Apenas de registar um remate de Nestor de longe à figura de Taborda.

A Naval podia ainda ampliar o marcador, e Rogério Gonçalves faz entrar Carlitos, Tiago Fraga e Saulo para conduzir o ataque navalista. Perante a impotência do meio-campo defensivo da Académica, Manuel Machado lança Paulo Sérgio, que rende Roberto Brum, e se vai colar aos centrais.

A estratégia bem montada de Rogério Gonçalves dá 3 pontos a Naval 1º de Maio que soma uns notáveis 6 pontos em duas partidas. A Académica, que apesar de não jogar mal, teve na defesa o ponto fraco que a Naval usou e abusou para fazer os adeptos da briosa temer novamente o fantasma de um campeonato intranquilo. Apenas um ponto em dois jogos contra equipas do mesmo campeonato.

O Melhor em Campo:
Lito e Nei dividem o prémio! Uma dupla a ter em conta nesta edição da Bwin Liga. Ambos marcaram golos e mais que isso foram sempre um problema que a defesa da briosa nunca soube resolver.
Nota ainda de destaque para Hélder Barbosa, um verdadeiro craque. Genial.

Arbitro:
Esteve, na generalidade muito bem. Acompanhou sempre de muito perto os lances e soube ajuizar bem as incidências de uma partida de nervos dentro e fora do campo. Foi no entanto mal auxiliado pelos assistentes.

Positivo do Jogo:
A emoção e indefinição do resultado.
Os craques, Hélder Barbosa e Raul Estevez (até ter esgotado fisicamente e começado a perder muitas bolas)
O contra-ataque mortífero da Naval.

Negativo do Jogo:
Pouco público nas bancadas.
A exibição e conduta pouco digna de um profissional de futebol como é Taborda, guarda-redes da Naval.
A expulsão de Fernando. Agride na cara Gelson quando este se isolava.

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