terça-feira, setembro 05, 2006

Euro 2008 - Grupo A

GRUPO A

Finlândia

Estrela Atacante: Jari Litmanen
Treinador Atacante: Roy Hodgson

A Finlândia é uma das típicas selecções nórdicas que, com o passar do tempo, foi aperfeiçoando os seus jogadores do ponto de vista técnico mas continua a fazer-se valer da força física e da coesão táctica. É treinada pelo último Treinador Atacante da Semana, Roy Hodgson, que tem passagens por alguns clubes e selecções importantes como Inter, Udinese, Blackburn ou Suiça. Jussi Jääskeläinen, companheiro de Vaz Tê no Bolton, é o guarda-redes titular. Sami Hyypiä, conhecido jogador do Livepool comanda a defesa finlandesa. Sami tem 32 anos mas continua ao mais alto nível numa das principais equipas do melhor futebol do Mundo, o inglês. Ao seu lado actuam atletas como Petri Pasanen do Werder Bremen, Ari Hjelm do Djurgårdens IF ou Tihinen do Zurique. Litmanen que, apesar da sua veterânia, é o mais influente médio do futebol finês, é a estrela da equipa. Este grande nome do futebol internacional, outrora referenciado para o Benfica, tem no seu currículo clubes como Ajax (durante largos anos), Barcelona ou Liverpool. Está já na curva descendente da sua carreira e, aos 35 anos, joga na vizinha Suécia ao serviço do Malmo. O jovem russo naturalizado finlandês Alexei Jr. Eremenko do Rostov (Rússia), o experiente médio do Kaiserslauten Mika Nurmela de 34 anos, Riihilahti do Crystal Palace, Väyrynen (sueco, internacionalizado) proveniente do PSV e Teemu Tainio do Tottenham Hotspurs são os companheiros de Litmanen na zona intermediária. Por fim, o avançado Mikael Forssell, que foi finalmente cedido a título definitivo pelo Chelsea de Mourinho ao Birmingham, é o ponta-de-lança mais sonante desta equipa nacional. Este ponta-de-lança tem 25 anos e é já uma certeza no panorama europeu, estando na lista de melhores marcadores da Finlândia no lugar 5 a somente três golos do vice-líder, Ari Hjelm, ex-jogador dos anos 80 e 90. Jonatan Johansson, companheiro do capitão Litmanen no Malmo, Joonas Kolkka do Feyenoord ou Shefki Kuqi do Crystal Palace são outros dos avançados que poderão fazer moça. A Finlândia é uma equipa já algo poderosa, tem alguns bons jogadores que podem eventualmente surpreender e, apesar do favoritismo atribuído aos portugueses, os nórdicos vão lutar para, pelo menos, alcançar o 2º lugar que dá acesso aos play-offs.


Sérvia

Estrela Atacante: Dejan Stanković
Treinador Atacante: Javier Clemente

A Sérvia é uma selecção incógnita. Um país que se desmembrou e dividiu a sua razoável selecção em duas. Agora a Sérvia está dissociada de Montenegro e é possível que o futebol desta selecção se ressinta da falta de alguns montenegrinos. Prometeu muito na fase de apuramento para o Mundial, dificultando a tarefa à Espanha a tal ponto que venceu o grupo 7 e a Espanha teve que ir aos play-offs para marcar presença no Mundial da Alemanha. É mais ou menos isso que a Sérvia pretende fazer, desta vez. As hipóteses são mais escassas mas são essas as aspirações da Sérvia, lutar por um dos dois primeiros postos. É na defesa que, possivelmente, tem o sector mais forte da equipa. Nemanja Vidić, que joga no Manchester United como Cristiano Ronaldo, Milan Stepanov e Dušan Basta, que deram cartas no Euro 2006 de sub-21 em Portugal, jogadores do Trabzonspor e do Crvena Zvezda respectivamente, Mladen Krstajić do Shalke 04 e Milan Dudić, ex-SLBenfica, jogador do Crvena Zvezda são os principais defensores desta formação. Zvonimir Vukić do Shakhtar Donetsk, Miloš Krasić do CSKA, Saša Ilić do Galatasaray, Ognjen Koroman do Portsmouth mas fundamentalmente Dejan Stanković do Inter são as principais referências do meio-campo. Este último é mesmo o melhor jogador da equipa. Stanković tem 27 anos e actua quase sempre como titular tanto na selecção como no clube, Internazionale, actual campeão italiano. Começou no Crvena Zvezda e jogou muitos anos da Lazio antes de se mudar para Milão. No ataque, Kezman é o mais conhecido mas não podemos ignorar Danijel Ljuboja, ex-colega de Pauleta no PSG, que actua agora no Hamburgo e Nikola Žigić do Racing Santander. Resta saber se Javier Clemente, um técnico já com alguns feitos importantes, conseguirá ter tão bons resultados com esta selecção como teve com a do seu país, Espanha, entre 94 e 2000. Este seleccionador já treinou, além da selecção de “nuestros hermanos”, o Atlético de Bilbau, com o qual foi bicampeão espanhol, o Atlético de Madrid, o Espanhol (foi à final da Taça UEFA), a Real Sociedad, o Tenerife, o Bétis e o Marselha.


Bélgica

Estrela Atacante: Vincent Kompany
Treinador Atacante: René Vandereycken

Bélgica, uma selecção tradicionalmente forte mas que nos últimos anos se tem revelado apagada. Um gigante adormecido? Para bem de Portugal, esperemos que não. É uma equipa bastante jovem e por isso tem vontade de se fazer notar, tem atletas ambiciosos e o treinador, René Vandereycken, é um ex-jogador, muito guerreiro. Agora, aos 53 anos, pretende dar continuidade ao bom trabalho que fez como jogador. A Bélgica esteve de fora do Mundial 2006 mas é bom que se reconheça que já não ficavam a ver a fase final de um Mundial em casa desde 1978. Stijn Stijnen é o guarda-redes titular, guardião do Club Brugges. A defesa tem uma média baixa de idades. A última defesa da Bélgica foi composta por Kompany, que se mudou recentemente do Anderlecht para o Hamburgo e tem somente 20 anos; Daniel Van Buyten, do Bayern Munique, este já com 28; Thomas Vermaelen, do Ajax, tem 21 anos e Jelle Van Damme, do Anderlecht, 22 anos. A média de idades é de 22,75 anos. E pode pensar-se que é um quarteto defensivo inexperiente, mas não é. Jovem mas experiente, com valores seguros e que actuam em palcos já muito conceituados, em algumas das melhores equipas da Europa. Timmy Simons do PSV é um dos melhores médios belgas da actualidade a par do mais internacional de sempre na história da selecção belga, Bart Goor do Anderlecht (33 anos). Thomas Buffel do Rangers é outro dos bons centro-campistas da formação “red devil”. Moussa Dembele, do AZ, Stein Huysegems, do Feyenoord, Luigi Pieroni do Auxerre e Kevin Vandenbergh do Genk são as principais referências atacantes da selecção nacional belga. Tirando o Euro 2000 do qual foram anfitriões, a Bélgica não se qualifica para um Europeu há mais de vinte anos. Será desta?

Cazaquistão

Estrela Atacante: Ruslan Baltiyev
Treinador Atacante: Arno Pijpers

O Cazaquistão é uma equipa quase desconhecida e, apesar do trabalho de pesquisa que logicamente tive que efectuar para escrever este texto, é complicado falar sobre ela. Como sabemos, só um milagre levará o antigo país da União Soviética ao Europeu 2008 e as aspirações desta fraca selecção nacional são evitar o último lugar e fazer alguns pontos, tentando ultrapassar algumas equipas como a Arménia, única equipa que derrotaram desde que estão inscritos na UEFA (num torneio amigável e após grandes penalidades), ou o Azerbeijão. Apenas somaram um ponto na qualificação para o ultimo Mundial e a tarefa avizinha-se realmente complexa neste apuramento. Aleksandr Kuchma, defesa, joga no campeonato polaco pelo Ruch Chorzów e Ruslan Baltiyev, médio, actua pelo FC Moscovo. São os únicos futebolistas que disputam outros campeonatos que não o cazaque. Será isso sinónimo de maior qualidade? Talvez, eu não conheço nenhum jogador! Mas Baltiyev é o mais internacional de sempre por isso é certamente uma das estrelas mais cintilantes desta pálida formação. De salientar que dos último 21 convocados a que tive acesso (no site da UEFA diz que foram convocados 26 jogadores para os dois primeiros jogos mas só apresenta 18 nomes), dois jogam fora do país e onze (!) no FC Astana. Poderá valer-lhes o holandês Arno Pijpers que é um treinador com muita experiência nas camadas jovens e já conseguiu alguns resultados interessantes ao serviço da Estónia e do FC Flora (clube estónio) onde foi tricampeão.

Arménia


Estrela Atacante: Arman Karamyan
Treinador Atacante: Henk Wisman

Talvez ligeiramente mais forte do que o Cazaquistão e que o Azerbeijão, mas ainda assim inconsequente, é como se caracteriza esta frágil selecção da Arménia, que na campanha de apuramento para o Mundial 2006 se classificou atrás da Macedónia, vejam bem! No historial constam apenas 5 vitórias e 5 empates, o resto foi tudo derrotas, na curta história deste país no futebol europeu. Tenho apenas com informações de três dos convocados para estes primeiros jogos:o médio Agvan Mkrtchyan, que disputa o campeonato local com as cores do Pyunik; o jovem médio do Ajax, Edgar Manucharyan, que tem somente 19 aninhos mas parece, desde já, o mais mediático, pelo menos a avaliar pelo clube onde actua e joga a avançado e outro avançado, Arman Karamyan, que tem 26 anos e é jogador do Rapid de Bucareste, da Roménia. Assim sendo, presumo que o ataque seja o ponto mais forte desta equipa nacional. O problema vai ser a transição que raramente fará chegar a bola a estes futebolistas. Por último, é necessário falar do técnico holandês Henk Wisman, que irá defrontar seleccionadores compatriotas nos embates frente ao Cazaquistão e Polónia. O seleccionador da Arménia treinou durante 2 décadas equipas de escalão inferior, na Holanda, tendo treinado também o FCVolendam e FC Den Bosch. Agora treina os pentacampeões arménios e a selecção do mesmo país. Sorte terá a Arménia em ficar num dos 5 primeiros lugares!


Portugal

Estrela Atacante: Deco
Treinador Atacante: Luís Felipe Scolari

Portugal apresenta-se neste grupo como a favorita de todas equipas, a mais forte, não fossemos nós ser vice-campeões da Europa e termos chegado às meias-finais no último Mundial. O objectivo lusitano é chegar tão longe como em 2004 e voltar a disputar a final, mas isso são contas mais distantes e o próximo e principal objectivo é alcançar o apuramento para disputar o Euro da Suiça/Áustria. Ricardo é o guardião, indiscutivelmente, havendo algumas alternativas tais como Quim, Paulo Santos, Carlos Fernandes ou Bruno Vale. Na defesa, há Paulo Ferreira e Miguel para a direita com Abel, Luís Filipe e Nélson à espreita, no centro a titularidade deverá ser recuperada por Jorge Andrade assim que possível para fazer companhia a Ricardo Carvalho no eixo. Ricardo Costa, Ricardo Rocha e fundamentalmente Fernando Meira esperam por oportunidades. Na faixa canhota, Nuno Valente e Caneira vão lutar pela titularidade mas Miguelito pode ainda vir a ser chamado. O nosso meio-campo é muito bom. Como médios defensivos há Costinha e Petit. Raul Meireles e Custódio podem vir a ser alternativas válidas. Mais à frente, Maniche, Tiago e até Manuel Fernandes poderão actuar como box-to-box. Como nº10 Deco deverá ser o titular, mas os sportinguistas Carlos Martins e João Moutinho parecem levar vantagem sobre Hugo Viana quando for necessário substitui-lo (como foi o caso do último jogo, frente à Dinamarca). Nas alas as opções são vastas. Com a retirada de Figo fica um lugar em aberto e Quaresma ou Simão deverão fazer companhia a Cristiano Ronaldo como extremos, mas Boa Morte e Nani querem ter voto na matéria. As coisas complicam-se quanto à posição de ponta-de-lança e Nuno Gomes deverá ser quase sempre o titular com Hugo Almeida e Hélder Postiga como únicas opções além do benfiquista já que João Tomás e André Pinto parecem definitivamente afastados da selecção e nenhum jovem tem ainda potencial suficiente para tais fardos. Em suma, Portugal é a candidata-mor a ganhar o Grupo A mas a concorrência prevê-se forte e todos os cuidados são poucos. As estrelas já bem as conhecemos: Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Costinha, Maniche, Deco e Cristiano Ronaldo são os mais famosos jogadores nacionais. O próprio treinador, Luís Felipe Scolari, é uma das estrelas da equipa, por todos os resultados que já alcançou no nosso país.


Azerbeijão

Estrela Atacante: Ilgar Gurbanov
Treinador Atacante: Shakhin Diniyev

A par do Cazaquistão e da Arménia, supõe-se que sejam os bombos da festa deste grupo A. É lógico que estas selecções podem eventualmente surpreender e pontuar frente a Portugal, mas dificilmente isso acontecerá. É importante que não nos iludamos e joguemos ao máximo para não haver desilusões como a que recentemente ocorreu frente ao Liechtenstein em que empatamos a duas bolas.
Do pouco que fiquei a saber desta selecção, devo dizer que o melhor marcador de sempre é o Ilgar Gurbanov, com 39 golos. Este futebolista permanece nos quadros da selecção e foi convocado para as primeiras jornadas, por isso é de prever que seja um dos jogadores mais poderosos desta equipa, provavelmente a estrela. O Azerbeijão apenas conseguiu 2 vitórias em jogos oficiais em toda a sua história na UEFA. Isto em quase 3 dezenas de jogos! É liderada pelo jovem Shakhin Diniyev, que deixou de jogar futebol há pouco tempo e já treinou duas equipas azeri. Tornou-se seleccionador graças a um plano que elaborou para melhorar o futebol no seu país e tentar fazer com que o Azerbeijão se torne uma equipa competitiva daqui a uns anos. A Polónia no apuramento para o Mundial ficou também no grupo dos azeris e goleou-os por 8-0. Ainda assim, a equipa de leste conseguiu três surpreendentes empates frente ao País de Gales, Irlanda do Norte e Áustria. O Azerbeijão não marca um golo há 935 minutos e está à espera desta fase de qualificação para surpreender.


Polónia

Estrela Atacante: Jerzy Dudek
Treinador Atacante: Leo Beenhakker

Leo Beenhakker foi o seleccionador que conseguiu levar Trinidad & Tobago ao Mundial 2006 e… pontuar. Ora, se conseguiu este feito, porque não levar a Polónia ao Europeu? É um treinador muito viajado, conhece bem o futebol de todo o Mundo, não fosse ele já ter treinado em tantos países. Beenhakker já treinou clubes como o Real Madrid ou o Ajax, ambos com bastante sucesso. A Polónia conseguiu qualificar-se para os dois últimos Mundiais mas nos Europeus a história é diferente: há mais de 20 anos que não se qualifica para um Campeonato da Europa. O técnico holandês conta com a experiência e qualidade de alguns polacos para operar mais uma façanha digna de registo, quebrando a história, levando-os aos palcos do Campeonato Europeu. Apresentando a equipa, o guarda-redes principal é o ilustre Jerzy Dudek, antigo guardião titular do Liverpool, mandado para o banco pelo espanhol Reina. Se no clube a titularidade já lhe fugiu, o mesmo não acontece quando veste as cores do seu país e continua ser um dos esteios da Polónia. Na defesa os nomes mais preponderantes são Marcin Baszczyński (Wisla Cracóvia), Jacek Bąk (Al-Rayyan do Qatar), Marcin Baszczynski (Wisla Cracóvia), Mariusz Jop (FC Moscovo) e Michał Żewłakow (Olyimpiacos). Os principais jogadores do meio-campo são Euzebiusz Smolarek (Borússia de Dortmund [o nome não engana, Eusébio!]), Jacek Krzynówek (Wolfsburgo), Arkadiusz Radomski (Áustria de Viena), Jakub Błaszczykowski (Wisla Cracóvia) e Kamil Kosowski (Chievo Verona). O ataque costuma ser entregue a Maciej Żurawski (Celtic), Tomasz Frankowski (Tenerife), Ireneusz Jeleń (Auxerre) e Wojciech Kowalczyk (APOEL).
Nota para dois jogadores provenientes deste país, o médio Przemysław Kaźmierczak do Boavista e o conhecido ponta-de-lança que representou na temporada transacta o Vitória de Guimarães, Saganowski. Ambos são já internacionais e uma chamada à selecção não surpreenderia.
Os pupilos de Beenhakker vão fazer tudo para levar a os polacos a bom porto!

Conclusão Atacante

Em jeito de conclusão, pode dizer-se que Portugal parte para esta campanha de qualificação como a grande candidata ao primeiro lugar. Não só pela qualidade do colectivo e das individualidades que patenteia mas também por tudo o que tem vindo a fazer nos últimos anos, especialmente com o actual técnico no comando. Scolari já levou a nossa equipa nacional à final de um Campeonato Europeu e ao quarto lugar de um Campeonato Mundial. Razões não faltam para que o favoritismo nos seja atribuído. Mas outras selecções procuram o apuramento. Sérvia, Polónia, Bélgica e Finlândia são turmas capazes, com valor, e que muito dificilmente baixarão os braços. A concorrência parece ser forte. A Sérvia foi ao Mundial e tem um bloco forte; a Polónia também foi ao Mundial e procura ir a uma fase final de um Euro, algo que lhe foge há duas décadas; a Bélgica procura renascer das cinzas e a Finlândia fortalece-se cada vez mais – a vitória peremptória frente aos polacos é um bom indicador disso mesmo. Azerbeijão e Cazaquistão são as equipas teoricamente mais fracas e em princípio vão ambas lutar para evitar o primeiro lugar. A Arménia vem logo a seguir. Apesar de ser ligeiramente mais forte, não deverá ficar colocada num lugar acima dos cinco primeiros. Só um lugar dá garantias seguras de apuramento e o segundo pode não ser suficiente. São, no plano teórico, cinco equipas a disputar um ou dois lugares de acesso. Não podemos temer ninguém porque somos mais fortes mas será um erro se subestimarmos algum dos nossos adversários. Começa em breve a campanha de apuramento dos lusitanos e temos que gritar e vibrar pelas nossas cores!

FORÇA PORTUGAL!

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