Justiça em forma de penalties
Assistiu-se hoje a um jogo extremamente disputado no Estádio da Luz entre um Nacional que é como sempre uma equipa irritantemente organizada na sua defensiva e que durante 90 minutos poucas hipóteses deu ao Benfica de inaugurar o marcador.
Na primeira parte o Benfica entrou algo desgarrado na partida, embora com a iniciativa do jogo, visto que o Nacional pouco atacava. Hilário fez uma fífia inacreditável provocando um penalty indiscutível que Simão se encarregou de marcar... e falhar enviando a bola à barra...
No resto da primeira metade o jogo foi morno, embora com predomínio da equipa encarnada, com o Nacional a jogar na expectativa e no erro adversário. Confesso que me irritam equipas que jogam declaradamente assim, e que prefiro equipas que jogam como o fez a União de Leiria no sábado passado, defendendo mas procurando sempre a baliza adversária.
Na segunda metade e durante os primeiros 15 minutos o Benfica tentou pressionar um pouco mais, no entanto pouco conseguiu em termos efectivos. A partir da hora de jogo, o Nacional começou a controlar o meio campo, principalmente devido ao desgaste da equipa encarnada, que abrandou o ritmo, aproximando-se da baliza adversária, mas sem oportunidades de golo. Nos últimos 5/10 minutos a equipa do Nacional, e muito por força da saída por lesão de André Pinto, remeteu-se exclusivamente à sua defensiva, notando-se algum cansaço nos seus atletas. Ainda houve tempo para uma oportunidade de Luisão de cabeça, que atirou pouco por cima da barra.
No prolongamento foi um verdadeiro massacre. Só deu Benfica e foi a única equipa em campo a jogar, acrescida de Hilário. Contei na meia hora de jogo no mínimo umas 6 oportunidades claras de golo, com fantásticas defesas do guarda-redes nacionalista. Sinceramente pensei que o Benfica não vencesse o jogo nas grandes penalidades, uma vez que as coisas pareciam decididamente enfeitiçadas.
Felizmente nas grandes penalidades o Nacional falhou uma e o Benfica conseguiu marcar os 5 pontapés, apurando-se com inteira justiça para os quartos de final da Taça de Portugal.
Nota final para a arbitragem, que foi excelente, apenas com uma dúvida num lance na área do Benfica, em que a bola parece embater no braço de Ricardo Rocha, em queda. Benefício da dúvida para João Ferreira.
Notas positivas:
Léo - Foi o melhor jogador em campo. A defender perfeitamente intransponível. A atacar foi dos elementos que mais dinamizou a equipa nas suas acções ofensivas. Como é que Léo não foi titular frente ao Sporting é um dos mistérios que um dia eu hei-de tentar descobrir...
Hilário - Palavras para quê? Deve-se a ele o Nacional ter chegado às grandes penalidades. Um punhado de grandes defesas que adiaram a decisão da eliminatória.
Manuel Fernandes - Está nitidamente a subir de forma e vai ser muito importante que apareça em grande durante os próximos meses. Tenho fé no miúdo.
Notas negativas:
Postura defensiva - Não posso ser hipócrita e dizer que enalteço a forma brilhante como o Nacional defende. Detesto equipas que pura e simplesmente joguem apenas no erro adversário e não tentem fazer pela vida. Foi o que o Nacional fez hoje.
Fraca assistência - 20 mil pessoas num jogo entre equipas que estão nos lugares cimeiros do campeonato. Naturalmente não há dinheiro para tudo e a Taça de Portugal continua a ser o parente pobre das competições futebolísticas em Portugal.
[NSC]
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Visão nacionalista
Lotaria...
Umas vezes ganha-se, outras perde-se. Que poderemos dizer numa derrota destas? O mesmo que os benfiquistas diriam se a sorte sorrisse ao contrario. Há que aceitar a derrota com fair-play.
Quanto ao jogo, não concordo que o Benfica tenha assim merecido a vitoria (alguns visionarios aqui até falaram que 4-0 nao escandalizaria lolol... não devem ter visto o mesmo jogo que eu) durante os 90 minutos. No prolongamento, aí sim, graças a uma maior frescura fisica e dadas as condicionantes tacticas e fisicas originadas das lesoes do Andre Pinto e do R. Fernandes o Benfica esteve mais proximo da vitoria com Hilario a sobressair.
Durante o jogo do tempo regulamentar as equipas equivaleram-se e o nº de remates com perigo à baliza foram baixos de ambas as partes e em número de cantos foram semelhantes.
O Nacional no seu estilo habitual, muito forte defensivamente e espreitando rapidos contra-ataques e o Benfica com maior posse de bola mas sem criar grande perigo. Alias, a maior oportunidade da primeira parte (o penalty) seria derivada duma asneira de Hilario e não de qualquer ataque dos encarnados.
Na segunda parte o jogo ainda foi mais equilibrado e o Nacional começou a controlar as operações com a entrada de André Pinto que começou a causar embaraços na defensiva benfiquista até que o azar lhe bateu à porta e teve que sair, estragando o xadrez tactico idealizado por Manuel Machado. Depois veio a lotaria cuja sorte acabou por pender para o lado vermelho.
Quanto ao arbitro teve menos mal, mas existem dois lances que me causam duvidas na area encarnada, um agarrão ao Miguelito e um cotovelo do Ricardo Rocha (acho eu). Já sei que ele tem o braço pegado ao corpo, mas o que mais tem havido é penaltys desses marcados noutros jogos (inclusive contra nós).
Este jogo pode trazer mazelas fisicas para o jogo com o leiria, mas este Nacional já provou ser muito forte tanto a nivel fisico e mental.
Gostei da exibição e espirito de sacrificio.
Viva o Nacional! Viva a Madeira.
[Tito Velosa]
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