No futebol são muitos os dirigentes desportivos que optam pelo boicote á informação. É o recurso ao chamado “blackout” que condiciona a actividade dos jornalistas e os impede de exercer a sua principal função: a de informar. Os clubes raramente apresentam razões que justifiquem o recurso à mesma e quando o fazem, alegam sempre a constante deturpação das declarações dos seus dirigentes, atletas e corpo técnico por parte dos meios de comunicação social. Quando um clube decreta “blackout” é importante tentar perceber se os atletas e corpo técnico estão de acordo com a medida decretada pelos seus dirigentes, pois não será esta uma forma de os impedir de se manifestarem? Na verdade os “blackouts” na tentativa de pôr termo ao que consideram ser mentiras e calúnias levantadas pelos Media, não são mais do que uma limitaçao flagrante à liberdade de expressão e á liberdade de imprensa e de radiodifusão. Liberdade de expressão que os mesmos reenvidicariam caso sentissem que a comunicaçao social os lesava, ao não permitir que falassem. O que suscita uma outra questão: será que o recurso a este tipo de boicote, não será uma forma sim de salvaguarda, mas de certos interesses (secretos) dos clubes? E que estes vêm na comunicação social um alvo a “abater” e a manter longe da sua jurisdição, optando por criar barreiras que limitem a actividade jornalistica?
É que se um dia os meios de comunicação social optassem por “boicoitar” quem os boicota, muitos responderiam : “- menos mal. Assim não inventam, nem falam do que não sabem”. Será? É que a comunicaçao social com todos os seus defeitos é o meio e o instrumento sem o qual as pessoas não conseguiriam estar em sociedade. O futebol enquanto fenómeno social serve-se dela e precisa dela como veiculo de propaganda. Uma relação que dura desde sempre e que desde sempre se pautou por conflitos que não servem nem os interesses de uns e nem os interesses de outros.
Porque se nao fosse uma questão de interesses...
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