terça-feira, fevereiro 28, 2006

GOLEANDO:Reportagem Futsal Feminino - PARTE II

O treino prossegue. As atletas dão o máximo. Não podem falhar. A competição é dura e as adversarias também. Atravessam um período satisfatório e apesar de terem arrancado mal no início da competição, esperam ainda conseguir chegar à Final Four – disputada pelo 1º e 2º classificados das duas séries que disputam o campeonato distrital. Os dois vencedores vão então disputar a Taça Nacional.
O jogo de treino revela a tal agressividade de que o “mister” falava. “-Vai, vai, joga!” – grita incessantemente. As que atacam pressionam: “- passa a bola…aqui…passa!”. As que defendem tentam impedir que a bola passe a linha da sua grande área: “- fecha ai…fecha”.

“ Há muita gente em Abrantes que não faz a mínima ideia de que há uma equipa de futsal feminino”

Fátima Brás. 19 anos. Capitã de equipa, não nega a responsabilidade que sobre si recai, sobretudo quando as coisas não estão bem. “ -Dentro do balneário sou eu que mando, tenho que manter a ordem e a disciplina e acima de tudo manter o espírito de equipa, porque se não existir, as coisas não vão resultar.”- explica. Tal como o “mister”, Fátima elogia a direcção: “ - são muito prestáveis” e não disfarçando o seu descontentamento remata: “ - há muita gente em Abrantes que não faz a mínima ideia de que há uma equipa de futsal feminino”. De resto, estas jovens apenas contam com o apoio de familiares e amigos. Dizem sentir-se discriminadas e que Abrantes é uma cidade onde o preconceito e o “machismo” são uma barreira ao desenvolvimento do futebol feminino. “-Vêm com má cara o facto de mulheres praticarem desportos que à partida são de homens” – denunciam.
É das mais jovens atletas do Sporting de Abrantes. Aos 16 anos, Susana para além de defender as redes da sua equipa é a par de Sandra, uma presença regular na selecção Distrital de futsal feminino. Confessa que pertencer à selecção não é fácil porque “a concorrência é bastante grande e os treinos são duros”.
Entretanto a equipa de futsal feminino não baixa os braços. Há uma meta e um objectivo a cumprir. Desde que a equipa surgiu há três anos, conseguiram posicionar-se nos lugares cimeiros da sua competição. É preciso continuar. Por isso, é encontrá-las duas vezes por semana reunidas a fazerem aquilo que mais gostam: jogar futebol!

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