segunda-feira, maio 01, 2006

FCP 3 - VSC 1. A consagração e o desespero.


O estádio do Dragão vestiu-se ontem de azul branco para se despedir nesta temporada da liga, albergando 50000 pessoas que não quiseram ficar de fora da festa preparada e programada para os novos campeões. O clima estava fantástico, quer dentro, quer nas imediações do estádio, com milhares e milhares de pessoas que até lá afluíram para consagrar uma temporada que nem sempre foi unânime, serena e que fez com que houvesse partes de indignação, tristeza e descrédito ao que ao FCP diz respeito, quer equipa, equipa técnica e direcção.
As vitórias fazem esquecer a muitos as dificuldades, as divergências e os momentos menos positivos, e como ontem era de vitória que se tratava, a moral e a disposição das pessoas estavam ao rubro.

O jogo começou com o Guimarães a pressionar e a jogar rápido sobre as linhas, conquistando bolas que permitisse chegar rapidamente à baliza defendida por Helton. Para isto o Guimarães fez alinhar três médios defensivos e incluiu a velocidade de Targino nas alas. O FCP entrou algo amorfo no jogo, e curiosamente falhou muitos passes de curta distância. A melhor oportunidade dos visitantes foi um livre a que Helton respondeu com grande elasticidade e que na recarga o muito pouco esclarecido Otacílio não conseguiu corrigir. Para o FCP os cruzamentos de Quaresma não tinham seguimento e quando tinham, este era desfigurado. A primeira parte não ficou condicionada com a expulsão exagerada de Paíto dada a atitude dos visitantes, mas uma hora a jogar com menos um jogador não se pode dizer que seja o mesmo do que jogar de igual para igual. Antes, este jogador tinha visto amarelo por sair da barreira na cobrança de um livre e tinha cometido uma falta bastante dura sobre Jorginho, mas efectivamente, o lance que o coloca fora do jogo poderia ter sido evitado.

Na segunda parte as coisas mudaram um pouco apesar de terem começado igualmente frouxa, e foram precisos 15 minutos para que Lucho lançasse Jorginho que dentro da área foi inequivocamente derrubado por Nilson. O melhor marcador do FCP esta época não deixou créditos por mãos alheias e transformou a penalidade, dando vantagem aos da casa. Esta jogada deveria ter sido anulada por fora de jogo de Jorginho. Pelo contrário, outra desmarcação de Lucho, desta feita para Ibson, foi anulado pela mesma razão, mas desta vez o árbitro equivocou-se. Um penalti ficou por marcar quando Geromel carregou Adriano na área, fazendo com que o FCP não dilatasse a vantagem. Alan também quis desperdiçar uma soberana oportunidade quando seguia isolado para a baliza. Como Alan não marcou, Nilson segurou a bola e aproveitou para lançar o recém entrado Antchuet que, face à passividade gritante de Bosingwa durante todo o jogo, recebeu e rematou para o empate. Baía apenas tinha tocado uma vez na bola e na sequência de um pontapé de baliza, mas nada pode fazer depois de substituir Helton e de ter recebido a grande ovação da noite. Aos 86 minutos McCarthy remata forte, Nilson defende para a frente e Lucho aproveita para tirar a bola do alcance do guarda-redes, colocando o FCP novamente em vantagem. Electrizantes foram este 10 minutos finais, já que logo a seguir e no seguimento de um livre, Antchouet empata novamente o jogo, só que desta feita o árbitro anulou o lance por indicação do seu auxiliar, que se equivocou, pois o jogador visitante estava mesmo em jogo. O resultado final foi lacrado por Adriano, após McCarthy lhe ter “penteado” a bola, aquele ter fugido ao jovem Geromel e ter “fuzilado” Nilson já dentro da área, selando a vitória para o FCP e desesperando os adeptos e jogadores do Guimarães.

Positivo do jogo:

A assistência dentro e fora do campo.
As bancadas vestidas de azul e branco.
O espectáculo antes e depois do jogo.
A ovação a Baía.
Os cânticos a Jorge Costa.
A exibição de Lucho que, apesar de parecer estar há alguns jogos a pensar no mundial, espalha talento, simplicidade e calma dentro de campo.

Negativo do jogo:

A falta de organização do Guimarães e a sua gritante falta de orientação dentro de campo, associado a uma equipa defensiva quando o objectivo era ganhar.
A arbitragem, que teve clara influência no resultado, assinalando infracções quando elas não existiam, e vice-versa.

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