quarta-feira, setembro 06, 2006

Jogador Atacante da Semana: Michael Essien

Nome: Michael Essien
Data de Nascimento: 03/12/1982 (23 anos)
Clube: Chelsea FC
Nº da Camisola: 5
Posição: Médio Defensivo
Altura: 1,80 metros
Peso: 78 kg
Naturalidade: Accra – Gana
Palmarés:

• 2 Campeonatos Franceses
• 1 Campeonato Ingleses
• 1 FA Charity Shield/Comunity Shield

Um poço de força, um pulmão inesgotável, um tanque, uma muralha defensiva. Demasiado duro, por vezes, mas eficaz. Essien é tudo isto, é vigor, é trabalho, é entrega, é jogo colectivo. Actua como box-to-box, médio interior direito ou médio defensivo e parece que o Chelsea não terá muito com que se preocupar quando Makelelé se decidir retirar. Ainda que não tenha a classe do francês, este médio africano poderá muito bem vir a atingir a qualidade do mesmo. Vontade não lhe parece faltar, Essien é um jogador muito humilde, empenhado e com 23 anos já é um dos pilares da zona média dos bicampeões ingleses. Nada mau. Como já disse, Essien é um verdadeiro portento, um jogador fortíssimo fisicamente, apesar de não ser muito alto, é raçudo mas nem por isso pouco técnico. Apesar de não ser um jogador fantasista, nem com muita elegância utiliza muitas vezes os seus razoáveis recursos técnicos para apoiar o ataque. E fá-lo com sucesso. Tacticamente não é perfeito mas já é muito bom e com a sua margem de progressão, o ganês terá tudo para poder evoluir e tornar-se um futebolista ainda mais completo. No fundo, Essien é um jogador muito combativo, demonstra elevados índices de determinação e é também muito rápido. Por vezes o excesso de dureza nas suas entradas revela um pouco de inexperiência e demasiada fome de bola, mas nunca maldade. Penso que a sua capacidade de remate longo é algo a assinalar pois é cada vez mais importante para um médio moderno a sua meia distância. Este futebolista já conseguiu marcar alguns golos graças ao seu tiro potente. Essien é um bom profissional e um atleta leal para com os seus companheiros. É uma das estrelas, a par com Appiah, da selecção do seu país: Gana.

Logicamente que, com 23 anos, Michael Essien não pode ter uma carreira muito longa. É, no entanto, muito interessante. Este ganês nasceu em África em 1982 e desde miúdo que começou a jogar no Liberty Professionals. Foi chamado então pela primeira vez à selecção nacional do Gana no escalão de sub-12. A partir daí o seu nome nunca mais saiu das convocatórias e em 1999 participou no Campeonato Mundial sub-17. Como é lógico, todos os olheiros e caçadores de talentos estão presentes nestas competições e foi o Manchester United o primeiro interessado. O clube inglês pretendia adquirir o passe do adolescente africano e emprestá-lo aos belgas do Antuérpia para o atleta ganhar experiência. No entanto, e talvez ao contrário do que seria de esperar, o médio recusou a proposta e decidiu seguir para o França. Morou no apartamento do seu empresário durante alguns meses e acabou por se transferir para o Bastia onde permaneceu por três temporadas. A vida não foi fácil para o jogador no início, pois teve que “tapar buracos” por toda a defesa, tendo jogado nas duas laterais e mais ainda no eixo. Contudo, devido a algumas lesões de colegas de meio-campo, tomou o lugar de médio defensivo com bastante sucesso. Na sua primeira temporada, com 17 anos, cumpriu 13 jogos. Representou o Gana no Mundial de sub-20 na Argentina em 2001, alcançando brilhantemente os quartos-de-final da prova e foi chamado à selecção principal na Taça das Confederações, no ano de 2002, pela primeira vez, tinha então 19 anos de idade. Entretanto, no Bastia, as coisas tinham melhorado substancialmente. Essien era já uma pedra fundamental na equipa, na segunda época. Os números são indicadores disso mesmo: 24 jogos e 4 golos. Em 2002/03, jogou 29 partidas pelos franceses, alcançou 6 golos. A capacidade goleadora de um jovem médio defensivo, a garantia uma solidez enorme a nível do meio-campo, a energia infindável e o espírito guerreiro conseguido pelo ganês levou a que vários colossos europeus disputassem acesamente a sua contratação. Liverpool, Everton e PSG estavam na corrida, mas acabou por ser o campeão francês, Lyon, a obter o passe do jogador. O aliciante da Liga dos Campeões levou o jogador a preferir o Olympique em vez do Paris Saint-German. Mais de 65 jogos e mais de 10 golos depois, Essien abandonava o clube que o acolheu na Europa, o Bastia, por mais 7,5 milhões de euros. Era a venda mais cara da história do Bastia até então. No Lyon surpreendeu ainda mais. Se as suas exibições no Bastia tinham suscitado interesse e eram fantástica, no Lyon tornaram-se melhores ainda. O dinheiro foi bem gasto, duvido que algum adepto dos pentacampeões discorde disso. No Lyon jogou todos os jogos do campeonato e quase todos os jogos da Liga dos Campeões durante os dois anos que representou o Olympique Lyonnais. Os dirigentes, técnicos, sócios e simpatizantes estavam maravilhados com o talento do jovem africano, que não passou despercebido a nenhum amante do futebol minimamente atento. Especialmente na “montra” Liga dos Campeões, Essien deu nas vistas e revelou todas as suas (várias) capacidades. Mourinho, já desde o tempo do FCPorto, ficou encantado com dois futebolistas do futebol francês: Drogba, que tratou logo de trazer para o Chelsea na sua primeira época, e o próprio Essien, que ingressou nos quadros dos campeões britânicos na temporada 2005/06. A troca de Lyon para Londres parece não ter afectado Michael Essien que continua a deliciar os adeptos do desporto-rei com o seu estilo de jogo característico. Essien deixou em França uma reputação extremamente grande e dois títulos de campeão nacional. Jogou mais de 130 jogos em território gaulês só em jogos da Ligue 1 e marcou quase duas dezenas de golos! Antes de se mudar para Terras de Sua Majestade, Essien foi galardoado com o prémio de melhor jogador do campeonato francês. O poder de Abrahimovic fez com que Essien viesse a representar os “blues”. O futebolista custou 38 milhões aos cofres do clube do magnata russo. Chegou a Inglaterra com a missão de solidificar o bloco defensivo da “equipa mais portuguesa” desta país, que contava somente com Makelelé para a posição de médio defensivo. ‘The Bison’, a sua nova alcunha, não esteve presente na CAN devido a lesão e a selecção do Gana ressentiu-se bastante da sua ausência não tendo inclusivamente passado da primeira fase. No entanto, esta equipa africana deixou excelentes indicações no Mundial 2006 do qual Essien foi uma das estrelas. Mesmo com a lesão, Essien pode disputar 40 partidas pelo clube de Stamford Bridge na temporada passada. Brilhante. Para um jovem de uns meros 23 anos de idade, os 3 campeonatos nacionais que já conquistou e a preponderância alcançada em algumas das mais fortes equipas mundiais perspectivam um futuro extremamente risonho para o ganês. No Campeonato do Mundo, a equipa de Essien eliminou os EUA e a República Checa na fase de grupos, caindo aos pés do Brasil nos oitavos-de-final. O Brasil teve alguma sorte nesse jogo e o 3-0 obtido pelos canarinhos é um falso indicador do equilíbrio do jogo. Essien e Appiah foram as vedetas dos“Estrelas Negras” no excelente Mundial dos africanos. Agora Essien pensa em permanecer na senda do sucesso.

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