Em primeiro lugar a versão Nacionalista:
Podemos resumir o jogo ocorrido na Choupana com duas sentenças: "demasiado Porto, pouco Nacional".
A primeira parte do Nacional foi do pior que já vi desta equipa este ano. Se bem que até que defensivamente não comprometesse, ofensivamente foi uma nulidade. Naturalmente que existe muito mérito da forma como o Porto jogou, mas o Nacional nunca se encaixou no jogo na primeira parte, em grande parte porque desta vez Miguelito e Emerson nunca puderam subir de forma ofensiva as laterais por causa de Jorginho e Quaresma. Isso retirou poder de ataque ao Nacional. Disso se aproveitaram os dragões para dominarem e criarem algum aparato junto à área do Nacional.
Acho que Manuel Machado errou um pouco na forma como abordou o jogo, já que foi dada muita liberdade a Lucho, que liberto pelo apoio de P.Assunção, fez correr o jogo dos portistas com fluidez. Era ele que devia ser estancado e não Diego.
Na segunda parte, os madeirenses equilibraram mais, embora o Porto continuasse a criar algum perigo de tempos a tempos. Nessa altura já demos um ar da nossa graça, se bem que insuficiente para dar a volta aos acontecimentos. Já perto do fim, Chilikov desperdiçou a maior oportunidade dos alvi-negros...que daria um empate que ate se aceitaria, embora a haver vencedor , este deveria ser o Porto já que os madeirenses, infelizmente, não fizeram muito por isso.
Penso e espero que este será apenas um acidente de percurso.
Teríamos que perder algum dia, e contra o Porto nem é uma derrota assim tão surpreendente. A meta primária dos 40 pontos está para ser alcançada e esta semana os jogadores até ja podem reagir com vontade e determinação , com o jogo da Taça contra o Imortal. Força Nacional!!!
[Tito Velosa]
Agora a versão dos azuis e brancos:
A história do jogo conta-se em poucas palavras. Um FCP à procura do golo de maneira incessante e, quando o conseguiu abrandou o ritmo, fez rodar alguns jogadores e segurou o resultado.
A estruturação da equipa para esta partida era uma incógnita para mim, já que com seis mudanças para o jogo frente ao Inter e obtido daí um resultado positivo, a incerteza da continuidade de alguns elementos para o jogo de ontem foi por mim posta em causa. Pois bem, Adriaanse voltou, na minha opinião, a não inventar. A equipa escalonada por mim não seria a mesma que a do técnico holandês, mas desta vez já se aproximava, como se aproximou quarta-feira.
Como já referi na resenha histórica, só houve uma equipa interessada em ganhar, o FCP. Posso estar a cometer alguma falha, mas para além de uns cruzamentos e uns cantos conquistados pelo Nacional, este só rematou à baliza na cobrança de uma falta inventada, pois era ao contrário, cobrada por Miguelito. Aliás, este remate nem foi à baliza, já que bateu na barreira. Pelo contrário, os remates do FCP foram inúmeros, onde se destacam dois de Lucho González, três de Quaresma e dois de Hugo Almeida. Infelizmente, o FCP ataca muito, domina, remata muito mas os golos tardam sempre em aparecer, o que leva a uma situação de ansiedade e falta de discernimento. As estatísticas no final da primeira parte são bem evidentes do que descrevi: 62% de posse de bola, 23 ataques e 14 remates.
Chegada a 2ª parte, continuou mais do mesmo, e a história só mudou quando o FCP chegou ao golo. Se por um lado a vantagem era mais do que justa e até escassa, por outro o espectáculo perdeu com isso, já que os visitantes se acomodaram e passaram a jogar em contenção, lançando algumas vezes o contra-ataque. Não quer isto dizer que o Nacional passou a dominar, já que as suas jogadas eram perfeitamente anuladas e inconsequentes. A partir do golo o jogo tornou-se morno, e nem as alterações efectuadas no FCP com vista a refrescar unicamente o ataque, trouxeram alguma coisa de novo. Um remate de McCarthy que ainda toca na barra, um remate a sair perto da baliza por parte de Diego e uma jogada de Alan pelo flanco direito foram um ar da graça do FCP da primeira parte. Como já sabemos que quem não marca arrisca-se a sofrer, já muito perto do apito final o Nacional dispôs de uma de duas ocasiões flagrantes para empatar o encontro. Felizmente para o FCP o avançado falhou, o que permitiu trazer a vitória de uma campo difícil onde, por exemplo, o Sporting tinha perdido, impor a primeira derrota do campeonato ao Nacional, ascender ao 2º lugar da liga e motivar, rodar e cimentar ainda mais os jogadores da equipa do Porto.
O momento do jogo é indubitavelmente o golo, ou melhor, a jogada do golo. Uma recuperação de bola para lançar o contra-ataque, McCarthy segura ainda no meio campo portista, tira um adversário do caminho, com o pé esquerdo põe a bola no peito de Quaresma que a “mata” com a maior simplicidade do mundo, cruzando na perfeição (com o efeito que permite que a bola se vá afastando sempre do guarda-redes, para a zona entre a pequena área e a marca de pénalti e com a altura certa) para aparecer Hugo Almeida com a sua altura e poder de elevação, pronto a escolher o sítio onde colocar a bola. Eu acho que a bola ficou tão atordoada com a jogada, que andou a bater em tudo o que era ferro antes de entrar na baliza. Dentro dela, descansou…
Estava no café a ver o jogo, e depois do regozijo do golo eu referenciei aos meus amigos que ele tinha sido igual ao magicado por estes artistas aquando no último jogo da selecção Sub-21 (embora aí o Quaresma tenha sido bem mais rude com o defesa, fazendo dele “gato-sapato”) o que foi ressalvado pelo treinador do FCP no final do encontro, pelo que concluo: Sr. Adriaanse, pelos vistos andámos a ver os mesmos jogos, e parece que agora o Sr. reviu os jogos do FCP e o que falhou até agora, o que é muito importante. Apesar de achar que esta equipa está muito mais próxima daquilo que julgo necessário para o FCP e para não pedir mais, peço-lhe só duas coisinhas: dê descanso ao Jorginho, que está a precisar, e reze para que acabe o Ramadão para fazer sair o Bosingwa.
Última nota para a entrada de Marek Cech na equipa principal, que apesar de ser muito cedo para tirar conclusões, parece-me que não me enganarei muito ao dizer que já temos defesa-esquerdo. De notar que como prenda de baptismo foi marcar o Figo, e ele desembrulhou-a, disse que gostou muito, mas que era melhor ele mudar para a esquerda do ataque porque ali não passava, como não passou.
[João]
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