quinta-feira, outubro 06, 2005

Análise e arbitragem dão Sergipano para mangas


Com algum atraso surge aqui o meu comentário ao jogo marítimo – FCP. Em duas partes distintas em termos de domínio, o resultado afigura-se justo no final.

O FCP entrou em campo como contra o Artmédia, mas face à inferioridade numérica no meio campo, aos desacertos nas compensações entre os jogadores e nos passes de bola entre eles, o FCP “andou às aranhas” e a ver o marítimo jogar à bola. Como o treinador constatou, o FCP chegou uma única vez na primeira parte à baliza do marítimo, numa cabeçada de McCarthy, estando este em posição irregular. Ora, para a segunda parte, e pela primeira vez, Adriaanse mudou a sua táctica para equilibrar a equipa e fez entrar um trinco de raiz para segurar o meio campo. Não poderia ter sido melhor, já que resultou em pleno, o FCP equilibrou, segurou e começou a dominar a partir da segunda parte. È sem grande admiração que o FCP marca o primeiro golo, e mais uma vez por parte de um homem que saltou do banco, Lisandro, e nos momentos imediatamente a seguir à entrada de Hugo Almeida. O segundo golo nasce de um contra ataque rapidíssimo em que o FCP consegue por 5 jogadores contra 3 nesta ofensiva. Quando já se julgava terminado o jogo, e em superioridade numérica, o FCP recuou e permitiu que Marcinho fizesse um golo de muito longe. Mais uma vez, pelo que o marítimo produziu na 1ª parte e o FCP na segunda, o resultado aceita-se.


Quanto ao que dará origem aos comentários, posso dizer-vos que comecei a ver o jogo depois do lance polémico em que existe um golo anulado ao marítimo, mas como estava a ouvir pela rádio fiquei com a sensação de que o lance é bem anulado, mas até hoje não vi mais nenhuma repetição do mesmo. Quanto ao pénalti cometido sobre Jorginho, acho que não há dúvida quanto ao toque, havendo para dizer somente que apesar de haver falta, o jogador do marítimo deixa ficar o pé completamente para trás. Na primeira parte ainda, há um lance, mais um, de Manduca, este sem polémica, em que o jogador atira a bola ao poste da baliza de Baía. Resumindo, o FCP se chegasse ao intervalo a perder 3-0 era motivo de espanto, mas também de alguma justiça. A primeira parte do jogo foi o pior momento de futebol que eu vi esta época. Quanto a lances da segunda parte, há dois que me merecem destaque, um pé em riste de McCarthy e a expulsão de Valney. Se no primeiro caso eu tenho a mesma interpretação que o árbitro, ou seja, jogo perigoso passivo por parte do guarda-redes, no segundo eu não percebi ainda as razões da expulsão, mas devido à atitude do jogador e dos companheiros de equipa depois dela, admito que tenha sido por palavras. Ou então foi a maneira de compensar a não expulsão de Mancuso, o rei das faltas desse jogo. A expulsão do Sacripanta está à vista de todos a razão para ela e não merece a mínima contestação. Quanto à sua cuspidela, posso dizer que é inqualificável, e quero dar os parabéns ao Ricardo Costa pela calma e profissionalismo demonstrados, pois eu no seu lugar não sei se me aguentaria em deixar o “marron” sair ileso daquela atitude.

Resumindo, a arbitragem prejudicou o marítimo, mas o resultado acaba por ser escasso para o FCP, pelas ocasiões que criou na segunda parte.

Para terminar, gostaria de deixar aqui um excerto da entrevista do árbitro da partida para todos apreciarem:


- A Imprensa, e em particular o Tribunal d'O JOGO, "decretaram" que deixou uma grande penalidade por marcar contra o FC Porto...
- E a televisão confirmou isso mesmo, que houve de facto um lapso meu dessa natureza.

- E quanto à cuspidela de Sergipano no Ricardo Costa e ao pé em riste de McCarthy sobre o guarda-redes do Marítimo?
- Em relação ao Sergipano, esse lance aconteceu nas minhas costas e a uns 30 metros do local em que eu me encontrava, mas pude mais tarde dar-me conta de que se tratou de uma atitude abaixo de qualquer classificação que, infelizmente, nem eu nem ninguém da minha equipa tivemos oportunidade no momento ver. Pelo que passou em claro. Em relação ao lance do McCarthy, é uma questão de interpretação, isto é, a minha interpretação não foi a que outras pessoas lhe deram, porque entendo que nesse lance o que houve foi jogo perigoso passivo por parte do guarda-redes do Marítimo.

- É curioso, e já agora muito louvável, que fale destes casos com esta frontalidade...
- Sabe, eu não tenho quaisquer problemas em fazê-lo, quando me dou conta de que houve lapsos da minha parte, de que errei. Agora, também é verdade que não vi o jogador do Marítimo - o Sergipano - retractar-se relativamente ao que fez, tal como não vi o seu técnico condená-lo por isso mesmo nem pedir desculpa pelo que disse à equipa de arbitragem, o que de resto esteve na origem da sua expulsão. Quer dizer: neste mundo de profissionais, no fim de contas só o amador do árbitro é que foi capaz de assumir publicamente os erros que cometeu. Mais ninguém.

- Entretanto, deve ter lido as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira, que lhe chamou "madeirense frustado e com pó à sua terra natal". Que me diz a isso?
- Olhe, simplesmente nem comento. “

Quanto ao que o Alberto João Pocilga disse, diz e dirá, eu pergunto: Será que vai ter alguém de se chatear aqui no “contenênte” para pôr esse troglodita tagarela na ordem? Será que pode dizer tudo o que lhe apetece, ou está senil?

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