sábado, janeiro 21, 2006

Pelado versus Relva! (diário de observador)

Pelado versus relva!
Aqui está uma dicotomia interessante entre 2 terrenos possíveis em jogos de camadas jovens, e que em tantas diferenças ,em termos de jogo, se traduzem.


Pois é amigos, embora em intenso período de exames hoje tive a oportunidade de fazer a observação a um jogo, para acompanhar especificamente um jogador que me foi indicado.

Assim, após uma directa de estudo e um exame bastante desgastante, almocei e pus os pés á estrada…esperava-me um jogo de Juniores.
Como curiosidade, percebi ao entrar no Estádio…que ainda não tinha observado qualquer jogo de Juniores (e apenas me refiro aos juniores) em campo pelado, ou seja, todos os jogos observados deste escalão de formação foram jogados em relva natural e relva sintética.

Hoje em dia, os miúdos dos clubes menos “poderosos”, começam a ter a possibilidade em muitos casos de puder jogar em relvados sintéticos, que lhes permitem “explanar” todas as suas capacidades técnicas, e toda a sua qualidade no “tacto” com a bola.

Jogar na relva pressupõe um Futebol mais organizado, mas fluído. Diria mesmo…jogar na relva pressupõe mais Futebol.

Os jogadores na relva têm a vida “facilitada” pois os desvios de trajectória da bola são muito escassos, o seu controle é mais fácil e preciso…e para quem é dotado de recursos técnicos, pegar na bola e evoluir ofensivamente no terreno com ela, baseado em dribbles, torna-se possível e de fácil execução.
Os passes são menos disparatados, as bolas utilizadas em relva são mais leves…e mais fáceis de “bater” e colocar, e até no passe se sente outra % na “accuracy” do mesmo.

Para mim observador, os jogos são agradáveis de se ver, e os jogadores com bons recursos técnicos são quase automaticamente reconhecidos.


No entanto, nem todos os jogadores (alias a maioria) têm a possibilidade de jogar neste tipo de condições “óptimas” para a prática do Futebol.
A maioria das equipas ditas de “menor dimensão” que são a esmagadora maioria, evoluem em campos pelados, sem grandes condições ..e que acabam por “castrar” de alguma forma os valores individuais e, por outro lado, interferir e “estagnar” a evolução técnica dos jogadores..na sua formação.

É usual ouvirmos atletas “portadores” de bons recursos técnicos dizerem, “se eu jogasse em relva..era uma máquina”, ou então constatarmos a felicidade dos jogadores quando têm a possibilidade de efectuar um jogo na relva.
É sem duvida completamente diferente, e quer em termos individuais quer em termos colectivos é como da “água para o vinho”.

Esta dicotomia…Relvado versus Pelado, é uma realidade..mas eu como observador consciente e sobretudo justo, pois tenho como lema dar uma oportunidade a todos de demonstrarem o seu valoratendendo as limitações que cada qual enfrente, tento criar métodos de avaliação que não prejudiquem os jogadores que evoluem em pelados, em relação aos que jogam constantemente em relvados.

Assim, a tolerância nos maus domínios de bola, “naquela” finta que saiu mal ou até na menor qualidade do Futebol colectivo…é maior.
Sem deixar de ter em conta a real qualidade dos jogadores, vou criando “mecanismos inconscientes” de equilibrar a análise dos jogos em relva e no pelado.

Nem sempre é fácil, e hoje deparei-me com uma situação que deixa bem “á vista” essa dificuldade.
Vi um jogo muito mal jogado, que á primeira vista não teria qualquer valor individual acima da média. No entanto, após observação atenta e utilizando já os mecanismos falados, constatei que 2 jogadores teriam boa qualidade técnica e se a pudessem “Explanar” em relva talvez me pudessem surpreender pela positiva. Decidi então prometer a mim mesmo que irei ver um jogo destes 2 atletas numa oportunidade próxima que eles tenham de jogar em relva, e quem sabe …se não tenho razão e encontrarei 2 atletas referenciáveis.

Para já fica a intenção..só o futuro me puderá, ou não, dar razão……

Sem comentários: