Relativamente ao jogo de ontem à noite, a revolução voltou a verificar-se, desta feita com apenas alterações de nomes face ao jogo contra a Naval, fruto das lesões registadas a meio da semana.
Helton continuou na baliza, a defesa manteve-se com uma linha de três jogadores, desta feita com a entrada de Bosingwa para o lugar do lesionado Ricardo Costa, mas a maior mudança foi feita no meio campo, onde Paulo Assunção, como capitão, partilhou o espaço com Raul Meireles, Ibson e Diego, já que Lucho estava na bancada, lesionado. O ataque ficou entregue a Lisandro, Quaresma e Adriano.
Ora bem, tentando fazer uma análise, eu fiquei com a sensação que a ideia deste treinador é boa, pois manter uma linha de 3 defesas incluindo Bosingwa nela, e mesmo assim conseguir dominar a partida sem que o adversário a consiga perturbar minimamente, qual poderia ser a solução? Incluir outro defesa, neste caso central? Penso que o treinador arrisca bastante, mas que não iria jogar somente com dois defesas, por isso até aqui nada a dizer, se bem que preferia ver Sonkaya no lugar de Bosingwa, este último é, na minha opinião, um elemento a prescindir neste plantel. Os problemas começam a surgir no meio campo, com uma indefinição bastante grande nas posições. Quem substituiu Lucho? Alguém substituiu Lucho? O FCP não pode, nem deve actuar com 2 trincos, pois estes atrapalham-se. Já desde há muito tempo que o FCP tem excelentes trincos, mas sempre jogou só com um. Lembro-me que chegámos a jogar com Costinha e Paredes nessa posição, e nenhum deles rendia, tanto assim que o segundo teve de sair. Ontem foi o que se verificou, ainda por cima quando não há uma atribuição ou respeito por outros papéis em campo, destacando-se Ibson naquele meio campo. Diego é um talento, de facto é, mas falta-lhe a experiência para pôr o génio a funcionar em prol da equipa, tem de soltar melhor e mais rápido a bola. Quaresma e Lisandro estão nitidamente em sub-rendimento, e são os únicos a quem eu posso dizer que as tais férias de Natal prejudicaram. Se no primeiro caso o talento por vezes sobrepõe-se, no segundo, o esforço e entregada demonstrados noutros jogos, que até fizeram com que o comparassem a Derlei, esfuma-se em campo. Adriano esteve bastante mais activo do que no primeiro jogo, mas ainda assim o FCP precisa de mais. As alterações trouxeram mais movimentação, mais massacre, onde Ivanildo se destacou, mas quando o talento falha, a pontaria também, não há muito que se possa fazer. O FCP não criou muitas oportunidades claras de golo, é um facto, mas criou as suficientes para fazer pelo menos um golo.
Aquando da revolução feita para o jogo na Naval, eu disse a outros portistas que naquele jogo e no que se avizinhava (Rio Ave), que estas alterações apenas me incomodavam porque a equipa não estava rotinada com o esquema táctico apresentado, porque de resto, acho muito bem que o FCP use de todas as armas para atacar, marcar e vencer equipas que jogam para não perder. Disse também nessa altura que se o fizesse nos outros dois jogos seguintes (Braga e Benfica), o caso seria grave, pois com a organização táctica que o Braga apresenta, o FCP arriscava-se a fazer um resultado igual ao do ano passado. Disse-o na altura e mantenho-o, agora ainda mais, pois um esquema tem de ser personalizado, estruturado e aperfeiçoado mediante o adversário, e se não anda a resultar com equipas fracas, a probabilidade de sucesso contra outras equipas atenua-se ainda mais, pois estas não deixam de sair para o ataque nem descuram as oportunidades para isso.
Resumidamente, o treinador do FCP que se cuide nos próximos jogos, pois os sócios já não vão tolerar mais invenções da sua parte. Relativamente ao jogo de ontem, não se poderia pedir mais ao treinador, mas sim aos jogadores a inspiração necessária para ganhar aquele jogo.
Última palavra para dizer o que penso sobre a presença de Baía no banco: para mim é indiscutível que, para não dizer mais, ele é o melhor guarda-redes do plantel e era ele que devia jogar sempre. Penso também que não é por causa disso que o FCP não ganha ou que fica comprometido qualquer objectivo para esta época. Penso também que se Adriaanse percebesse alguma coisa do clube que representa, a melhor altura para colocar Baía a titular seria o próximo jogo ou até na Luz, que são jogos onde o apelo à motivação dos jogadores e a alguma mística que ainda se mantém, vão ser mais necessários. Helton também não poderia sair melindrado, e por isso a alteração teria de ser feita já com o Braga, para que não passasse a ideia que não está à altura de defender contra o Benfica, muito pelo contrário.
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