terça-feira, março 28, 2006

Académica Vs FC Porto


Numa tranquila tarde de Domingo, realizou-se mais um jogo entre dois históricos Portugueses, Académica e FC Porto.
13. 069 espectadores deslocaram-se ao Municipal de Coimbra para assistir ao jogo, arbitrado por António Costa.

A Académica apresentou-se em Coimbra, numa espécie 4-1-4-1, com Brum como pivot defensivo bem perto dos centrais, e Joeno solto na frente.
De assinalar a titularidade de Dani na baliza da formação de Coimbra.
Do lado do Porto, Adriaanse optou por Helton, apesar da exibição moralizante de Baía frente ao Sporting.
Voltou a apostar no já habitual 3-3-4, com Cech de regresso á defesa e Alan a jogar na extrema direita.



A 1ªa parte teve apenas um sentido, pois a pressão exercida pelo Porto e a timidez da Académica em atacar foi evidente e o resultado ficou bem espelhado nas ocasiões de Lucho e Benni McCarthy (2 xs) que acabaram por falhar golos certos.
Eis que aos 14 minutos Lucho cai no terreno e tem que abandonar o jogo. Temia-se o pior, quer em relação á integridade física do argentino (poderia ficar afastado do Mundial), quer em relação á “LuchoDependência” tão falada pelos adeptos rivais. Adriaanse chamou Jorginho, que finalmente foi utilizado mais perto da sua posição de origem ( e que bem jogou este brasileiro).
Durante a primeira parte destaque ainda para a excelente exibição de Pepe, que foi utilizado na posição mais á direita da defesa, tirando partido da sua velocidade e agilidade para subir pela faixa lateral criando rupturas na defensiva Academista.

A 2ª parte foi um jogo completamente diferente.
A Académica depois de aguentar o “1º round”, sentiu-se mais confiante e começou a esticar mais as suas linhas, na procura de uma surpresa.
Por outro lado, o Porto que vinha de 3 jogos em 10 dias, começava a denotar fadiga, e algumas das suas peças fulcrais pouco apareciam em jogo, o caso mais evidente foi Quaresma que passou completamente ao lado do jogo.
Dos balneários, Pepe vinha com indicações para ocupar a posição central da defesa, como forma de aguentar as “Explosões” de Joeno, passando P Emanuel a jogar mais á direita.

A verdade é que o Porto perdeu agressividade, velocidade e sobretudo lucidez. A equipa acusou e de que maneira o desgaste.
E só Jorginho, o mal amado Jorginho, que tantas vezes foi assobiado, rumava contra a maré e em rasgos individuais abria “brechas” na defensiva Academista.
A Académica começava a actuar no meio campo Portista, e mesmo sem criar grandes lances de perigo, ia obrigado Helton a sair dos postes rápido e convicto de forma a ganhar todas as bolas bombeadas para a área do Porto.
Começava cada vez mais a parecer que o Porto não iria vencer, e era preciso alterar e alterar rápido.

Eis que Adriaanse resolve alterar mais cedo do que é costume, e tira o fatigado Adriano que batalhou muito mas mostrou completa falta de lucidez, e colocou Hugo Almeida.
Com esta substituição, devido ao apertar do relógio, o Holandês pretendeu queimar etapas, apostando em Futebol directo da defesa para o ataque.
E acabou por se revelar uma aposta bem conseguida. A Académica que actuava já sem Zé Castro (lesionou-se ainda na 1ª parte), denotava muita dificuldade para segurar os avançados Portistas e sentia-se no ar…o cheirinho do golo.
Eis que Jorginho em mais um rasgo individual resolve abrir o livro e fazer um passe a rasgar toda a defensiva academista isolando Hugo Almeida (outro mal amado), que em velocidade dominou, olhou e bateu imparável para o fundo das redes. Estava feito o 1-0, e Hugo Almeida 8 minutos depois de entrar tornava-se decisivo. Minutos mais tarde, o mesmo jogador numa cabeçada de grande nível obriga Dani a brilhar.

Já com Ndoye e Luciano em campo, a Académica muito bem organizada na 2ª parte, tenta o tudo por tudo, e Adriaanse atendendo ao cansaço da equipa e sabendo da importância do resultado opta por tirar Benni, e coloca Ricardo Costa apostando numa defesa de 4 apoiada na zona central pelos centrocampistas Raul Meireles e Paulo Assunção.
Até ao fim, o FC Porto fechou todos os caminhos para a baliza, e a Académica apesar de muito tentar não chegou sequer a criar perigo.
O Porto venceu com justiça, e continua em grande forma rumo ao título.



Notas positivas:

- O fairplay. Foi um jogo sem casos e com poucas faltas. Os jogadores tiveram uma atitude exemplar.

-António Costa. Numa altura em que os árbitros são citados pelos piores motivos, António Costa teve uma exibição serena, quase sem se dar por ele. Nota máxima para o arbitro.

-Pepe. Este miúdo Brasileiro, ganha cada vez mais o seu espaço no Futebol Português e denota qualidades capazes de o levar ao topo.

-Banco do FC Porto. Numa altura em que a equipa denotou cansaço e o azar bateu á porta de Lucho, o Porto tirou do banco 2 cartolas, 2 atletas mal amados pelos adeptos azuis e brancos, mas que podem claramente ser úteis á equipa. Fica a sensação clara que Jorginho pode ser o numero 10 que o Porto precisa.


Notas negativas:

-A gestão dos guarda redes por Adriaanse. Baía saiu da baliza depois de um frango na Amadora. No entanto, após lesão de Helton, Baía vinha a protagonizar boas exibições, que culminaram num jogo de glória frente ao Sporting. Será que se justificava o seu afastamento?

-O futebol apresentado. O jogo foi sempre morno, com pouca velocidade.

-Pedro Silva. O jogador academista fez de tudo para “sacar” cartões e faltas. Num jogo tão correcto e leal, dispensava-se um actor.

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