Os "Mais da Semana", estão de volta e desta vez com novidades. Para Equipa da Semana, escolhi o Vitória de Setúbal, pelo facto de se ter qualificado para a final da Taça de Portugal, pela segunda época consecutiva, mas também porque das quatro equipas que disputaram essas meias finais, foi a única que apresentou frescura fisica apesar dos 120 minutos e conseguiu golear, para Treinador da Semana, escolhi Adriaanse, pela sua perseverança e personalidade, vincadas nas suas escolhas e por último, como Jogador da Semana escolhi Vítor Baía, pois depois de ser intitulado de herói, por Pinto da Costa, voltou ao banco de suplentes, quanto a mim injustamente...
Equipa da Semana
Vitória Futebol Clube (Vitória de Setúbal)
Um pouco de história...
Na época anterior o Vitória queria consolidar-se como equipa de I Liga. Entre 00/01 e 04/05, a equipa sadina, andou num sobe e desce típico de uma equipa que não é considerada grande.Em 04/05, o Vitória começou por ser treinado por José Couceiro. À 8ª jornada, a equipa ocupava um surpreendente 1º lugar, em igualdade pontual com o Benfica e no primeiro terço de campeonato, não tinha abandonado os primeiros lugares da tabela, ocupando à 11ª jornada o 3º lugar apenas a 2 pontos do líder FC Porto. A partir dessa jornada, uma série de maus resultados atirou com a equipa para a sua posição habitual, o meio da tabela. Nessa fase, o Vitória, em sete jogos, compreendidos entre a 11ª e a 17ª jornada, só conseguiu uma vitória, diante do Marítimo, um empate, frente a U. Leiria e cinco derrotas. José Couceiro esteve ao leme da equipa, até a 19ª jornada, frente ao Sporting, equipa que não conseguiu vencer o Setúbal nos jogos realizados entre as duas equipas. Uma derrota no Bonfim, por 2-0 e um empate em Alvalade, a uma bola, seria o pecúlio da equipa de José Peseiro. Depois desse jogo em Alvalde, Couceiro saiu para o FC Porto, como prémio pelo excelente desempenho alcançado com uma equipa que vinha da II Liga e com graves problemas financeiros e inclusivé, salarios em atraso. Para o seu lugar entrou José Rachão, uma aposta algo surpreendente de Chumbita Nunes, que vinha do Torreense. Assim que entrou, Rachão esteve sete jogos sem conhecer o sabor da vitória, totalizando 4 empates e 3 derrotas, que puseram em causa, a permanência na I Liga e o proprio treinador, mas 3 empates e 3 vitórias, nas últimas 8 jornadas de campeonato, que garantiram a permanência e uma excelente campanha na Taça de Portugal, que culminou com a vitória no Jamor sobre o Benfica, limparam a imagem do treinador, sem que no entanto lhe tenha sido permitido continuar esta época.
Esta época....
Para esta época, o homem que Chumbita escolheu para treinar o clube, foi Norton de Matos. Uma escolha realista do presidente do clube, pois com este treinador, com profundos conhecimentos de jovens valores, o Vitória poderia apostar nessa vertente, para tentar lançar valores no nosso campeonato e tentar sanear financeiramente o clube, que cada vez mais estava mergulhado numa crise sem precedentes. Norton de Matos correspondeu e surgiram no clube jogadores de inquestionável valor, como José Fonte, Janicio, Adalto, Dembelé, Tchomogo, entre outros, que deram um perfume diferente ao futebol do Vitória. Mas também sairam jogadores bastante influentes no onze setubalense, alguns deles sem a devida compensação, o que deixou às claras a má gestão de Chumbita e do seu staff. Jogadores como Meyong, Jorginho, Sandro, Hugo Alcantara ou Manuel José, sairam do clube por valores irrisórios e no caso de Meyong, a custo zero.O Vitória, viu-se envolvido numa competição que nunca disputou antes. A supertaça Candido de Oliveira. A sua primeira participação, saldou-se com uma derrota, frente ao Campeão Nacional, Benfica, mas deixou antever que seria uma equipa dificil de bater. E a Sampdoria, adversário do Setúbal, na Taça UEFA, confirmou isso mesmo. Um empate no Bonfim a uma bola e uma vitória por 1-0 em Italia, deixava os sadinos fora da competição, mas com a cabeça erguida. Soube-se depois, que nesta altura, mais ou menos entre Setembro/Outubro, que os jogadores não recebiam o salário desde Agosto. No Campeonato, um empate a abrir e uma derrota na 2ª jornada, deixaram antever o pior, mas até a 15ª jornada, altura em que Norton de Matos se demitiu da sua função, o Vitória alcançou 8 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, tendo marcado apenas 11 golos, mas sofrido apenas 5 o que lhe valeu o título de emlhor defesa da europa durante algum tempo. Mas devido a grave crise financeira e aos ordenados em atraso, entretanto divulgados pelo proprio treinador, o seu trabalho foi sendo minado, e após a primeira rescisão de contrato de um jogador do Setúbal, no caso, Dembelé, Norton de Matos abandonou o comando técnico, tendo ainda orientado a equipa na Madeira, frente ao Marítimo. Para o seu lugar, surgiu Hélio Sousa, homem da casa, que apenas vestiu a camisola do Vitória de Setúbal. Coube a Hélio, dirigir a equipa na recepção ao Benfica, que culminou com a derrota sádina por 0-1, mas apenas nos instantes finais da partida.Com a saida de jogadores influentes, como Moretto, Fonte Tchomogo, Dembelé, aliada a lesão grave sofrida por Fábio Hempel, goleador da equipa, o conjunto perdeu alguma qualidade, que os reforços por emprestimo, vindos do Benfica, Carlitos e Hélio Roque, e do Sporting, Varela, supriram de alguma forma. Para substituir Moretto, veio Rubinho, um completo desconhecido, que foi héroi na meia final da Taça, defendendo duas grandes penalidades, e classificando o Vitória para a final da Taça, e ao mesmo tempo para aTaça UEFA.Até a data, o Vitória efectuou, 13 jogos para o campeonato, tendo conseguido 4 vitórias, 1 empate e 8 derrotas, precisamente o oposto daquilo que foi alcançado com Norton de Matos, e em termos de golos, temos um score desfavorável de 13-22. O Vitória de Norton de Matos, chegou a ocupar o 3º lugar, enquanto que o Vitória de Hélio, ocupa um calmo 7º lugar, observando a luta pela permanência, com alguma tranquilidade. O motivo que me levou a escolher o Vitória, prende-se com o facto de se ter classificado para a final da Taça de Portugal, pelo segundo ano consecutivo, assim como, ter garantido um lugar na Taça UEFA, também pelo segundo ano consecutivo, e o facto de ter entrado de uma forma demolidora, no jogo do fim de semana, frente à Naval, o que lhe permitiu estar a vencer por 3-0 à meia hora de jogo, fazendo relembrar o Vitória de outros tempos....
Treinador da Semana
Co Adriaanse
É fácil, o porquê de Adriaanse ser o Treinador da Semana. Porque classificou o FC Porto para a final da Taça de Portugal, atingindo assim, a sua primeira final e podendo conquistar o seu primeiro título como treinador de futebol, porque ganhou o seu primeiro classico, embora nas grandes penalidades, depois de duas derrotas com o Benfica e um empate com o Sporting, porque ganhou em Coimbra e esta mais perto de chegar ao título de Campeão Nacional, mas sobretudo e é este o meu motivo principal, a sua convicção e confiança, nas escolhas que faz.Adriaanse é conhecido graças ao trabalho desenvolvido na melhor escola de formação de jogadores do mundo: As escolas do Ajax. Depois disso treinou o Willem II, o Ajax, embora sem sucesso e tendo sido substituido por Ronald Koeman, e mais recentemente o AZ Alkmaar, transformando o clube numa espécie de Boavista da Holanda, com sucessivas intromisões na luta pelo título. O ponto alto desta equipa, foi na Taça UEFA da época passada, onde atingiu as meias-finais, caindo aos pés do Sporting, na última jogada do encontro realizado na Holanda. Adriaanse foi contratado por ser um disciplinador, precisamente o que esta equipa do FC Porto precisava, pois havia jogadores, que passaram quase metade da época 04/05 castigados. E logo no estágio realizado na Holanda, pudemos observar o poder de disciplinador deste treinador, com o caso Léo Lima, que levou à dispensa do jogador contratado ao Marítimo meio ano antes. Mas não foi só com Léo Lima. Mais recentemente Helder Postiga, também foi afastado por motivos disciplinares, depois de se ter desentendido num treino com o treinador, por causa das poucas oportunidades concedidas por este, em ano de mundial. Esse desentendimento, originou o emprestimo do jogador ao St. Etienne de França. Conhecido como formador, o certo é que a equipa apresenta uma juventude, que por vezes chega a ser excessiva e causadora de maus resultados que puseram em causa alguns dos objectivos, nomeadamente a Liga dos Campeões. Para isso, afastou Jorge Costa, emblematico jogador dos dragões, conseguindo aquilo que Del Neri e Fernandez, procuraram sem sucesso. Implantou um esquema arrojado, um 3x3x4, inovador e nunca antes visto em Portugal, o que à partida indiciava golos atrás de golos. Só que isso não se verificou e no início, o FC Porto teve exibições deploráveis, com vitórias sofriveis, a empates comprometedores.Um dos pontos negros de Adriaanse, prende-se com a eliminação prematura da Liga dos Campeões. A derrota frente ao Artmedia Bratislava, no Dragão, depois de estar a vencer por 2-0, e o empate em Bratislava, sentênciaram a participação dos dragões na competição, num grupo que até era acessivel.Outro dos pontos negros, é o facto de ainda não ter conseguido vencer nenhum classico. perdeu os dois jogos com o Benfica, sem ter conseguido marcar nenhum golo e empatou com o Sporting, para o campeonato. O Já referido da Taça de Portugal, foi conseguido apenas nas grandes penalidades, o que não conta neste registo.O pior momento de Adriaanse em Portugal, foi a tentativa de agressão de que foi alvo, por parte de membros dos Super Dragões, após um empate em Vila do Conde, com o Rio Ave. Mas apartir deste momento, Adriaanse, passou a ser intocável no FC Porto. Não se demitiu, embora huvesse rumores que apontaram nesse sentido, e continuou a apostar no mesmo esquema de 3x3x4. Ainda conseguiu fazer mais uma mudança de vulto no onze azul e branco, dando a titularidade a Helton em detrimento de Baía, mesmo após a meia-final da taça, onde foi considerado héroi, por Pinto da Costa e onde o guarda-redes rubricou grande exibição, culminada com a defesa da grande penalidade, que valeu a passagem a final.É por este motivo que considero Adriaanse, Treinador da Semana. Com esta convicção e confiança nas suas apostas, revela uma maturidade e personalidade muito forte, o que é muito importante num treinador duma equipa como o FC Porto.
Jogador da Semana
Vítor Baía
Vítor Baía é um ícone do FC Porto e da Selecção Nacional. É o jogador mais titulado do mundo, tendo alcançado 27 títulos, divididos entre Espanha, Portugal e claro, nas competições europeias. Neste campo, na época de 03/04, entrou no restrito grupo de jogadores que conseguiu vencer as três Taças Europeias: Liga dos Campeões, Taça das Taças e Taça UEFA.Esteve sempre no FC Porto, excepto em três temporadas seguidas, que esteve ao serviço do Barcelona, como corolário de uma excelente exibição no Euro 96. Desde cedo ocupou a baliza azul e branca, mais precisamente a10 de Janeiro de 1989, num jogo frente ao Vitória de Guimarães, tendo substituido o emblematico Mlynarczyk, que na altura lesionou-se num treino, e nunca mais abandonou a titularidade. Estreou-se pela selecção em Dezembro de 1990, num jogo frente aos Estados Unidos e também não mais abandonou a baliza da selecção, tendo participado nas fases finais do Euro 96, Euro 2000 e Mundial de 2002. A participação no Euro 96 valeu-lhe o contrato milionario com o Barcelona, fruto das grandes exibições conseguidas. Pela selecção, por volta do Euro 2000, Baía tornou-se no jogador mais internacional de Portugal, com 71 internacionalizações, ultrapassando o colega de equipa João Pinto. Mas logo de seguida uma grave lesão num joelho, contraida ainda nos tempos de Barcelona, afastam-no de todos os jogos da fase de qualificação do Mundial de 2002, fazendo com que perca ao mesmo tempo o estatuto de mais internacional. Mesmo não tendo efectuado nenhum jogo, foi convocado para a fase final da competição, tendo efectuado os três jogos de Portugal na competição. E seria a última grande competição a nível de selecções. Depois dessa triste campanha, Luiz Felipe Scolari, Campeão do Mundo pelo Brasil, foi contratado para treinar a selecção. E surpresa das surpresas, Baía deixaria de ser convocado, sem razão aparente, em detrimento de Ricardo. Nunca mais vestiu a camisola das quinas, nem no Euro 2004, realizado em Portugal. Actualmente com 35 anos, Baía é dono de um recorde, que data de 1992, altura em que esteve 1192 minutos sem sofrer um golo, ultrapassando assim o de Bento, que era de 1079. Baía foi batido po Paulo Bento, jogador do Guimarães na altura, e através de uma grande penalidade. No fim Paulo Bento diria, que para o jogo ficar empatado a um golo, mais valia ter ficado 0-0.A nível de clubes Baía, foi considerado jogador do ano em 1990, e várias vezes melhor guarda-redes da europa.Últimamente tem estado em foco, pois desde o ínicio da segunda volta, Adriaanse remeteu Baía para o banco, em detrimento de Helton. Uma falha no jogo com o Estrela da Amadora, que precipitou a derrota portista, custou-lhe o lugar à beira do jogo 400 na I Divisão. Esse jogo seria frente ao Benfica, pois Helton lesionara-se dias antes do classico, mas até nesse jogo, que deveria ser de festa, Baía voltou a falhar, dando uma fífia de todo o tamanho, no lance do golo benfiquista, mas numa atitude de grande profissionalismo e qualidade humana, no fim da partida assumiu as suas responsabilidades. Mais recentemente, no jogo da Taça de Portugal, frente ao Sporting, que ditou a passagem dos dragões à final, Baía foi héroi, nas palvras de Pinto da Costa, depois de ter realizado uma excelente partida, recheada de grandes defesa, mesmo ao seu nível, coroada com a defesa de uma grande penalidade apontada por João Moutinho, que permitiu então, a passagem à final. No jogo seguinte, frente à Académica, toda a gente esperava por Baía, mas Adriaanse, bem ao seu estilo, fez de Helton titular, para surpresa geral.É por estes motivos que considero Baía, jogador da semana. Já não bastava ser injustiçado na selecção, tinha também de o ser no seu clube de sempre. Como compensação, talvêz, Adriaanse já garantiu que baía defenderá na final da Taça, frente ao Vit. Setúbal.Mas fica a questão: E para o campeonato?
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