domingo, novembro 19, 2006
Canarinhos x Berço da Nação
Estádio: António Coimbra da Mota, Estoril
Assistência: cerca de 600 pessoas
Árbitro: Carlos Xistra
Mais suado do que jogado, poderia ser o resumo do jogo desta manhã entre o Estoril e o Vitória. Em campo encontraram-se duas equipas com fôlego, vontade de lutar mas sem grandes atributos técnicos para mostrar aos (poucos) assistentes.
O Vitória voltou a entrar bem no jogo, tentando cedo se tornar o único dominador do primeiro tempo, mas rapidamente deixou escapar essa vontade e o Estoril terminou os primeiros 45 minutos de jogo na mó de cima.
Apesar de ter criado algumas oportunidades para inaugurar o marcador (a mais flagrante protagonizada por Targino, que não conseguiu segurar a bola, depois de uma brilhante assistência de Henrique), as investidas à baliza estorilista não aconteceram com a frequência desejada e pelo contário, o Estoril atacava mais vezes permitindo no entanto a Nuno Santos intervir sempre em bom plano.
Resumindo, foi uma primeira parte sem muita história e o intervalo pedia-se para rever estratégias.
Com a chegada da segunda parte, o cenário alterou-se completamente e o Vitória tornou-se dono e senhor do jogo. Entrada fulgurante dos homens de Guimarães na segunda metade da partida, criando logo nos minutos iniciais duas flagrantes oportunidades de golo: primeiro por Ghilas que na sequência de um canto executado por Brasília fez a bola embater no poste e de seguida pelo mesmo Brasília que depois de grande arrancada remata cruzado com a bola a rasar o poste estorilista.
Por esta altura era o Vitória quem comandava os destinos da partida. Assim foi até aproximadamente 20 minutos do segundo tempo, altura em que o Estoril conseguiu acalmar as suas tropas e tentar igualar o fulgor ofensivo do Vitória.
Apesar de as oportunidades irem surgindo para ambos os lados, e embora o futebol não estivesse a ser jogado a grande nível, só aos 82 minutos o marcador foi alterado. E para o lado errado! Ou pelo menos para o lado que menos tinha feito até aí para merecer o golo. Na sequência de um pontapé de canto, Sergio Brás marca para o Estoril, com as culpas a serem distribuídas entre Nuno Santos e Geromel. Foi um autêntico balde de água fria, para uma equipa que apesar de tudo estava a deixar tudo o que tinha no relvado.
Mesmo assim, os homens da Cidade-Berço não desistiram de lutar e quando muitos já não acreditavam ser possível pelo menos o empate, ao minuto 93 Danilo cabeceia nas alturas para o golo do empate. Prémio justo para os homens que se esforçaram do primeiro ao último minuto da partida, mas com sabor amargo de qualquer maneira este empate frente aos "canarinhos". O futebol praticado pelas duas equipas, não foi de encher o olho, e isso começa a ser deveras preocupante para os exigentes adeptos minhotos, mas pela luta e coração demonstrados pelos seus jogadores, fica a sensação de que mereciam algo mais do que este pontinho. Norton de Matos, tem razões mais do que suficientes para querer reforçar todos os sectores da sua equipa. E isso ficou bem visivel hoje.
MELHOR JOGADOR
Hélder Cabral #55. Não é um tecnicista. Não. Não é um jogador extraordinário. Não. Mas hoje lutou por ele e por todos. Deu tudo de si, que afinal é só o que se pede. Não sendo brilhante, honrou o símbolo que carrega, e isso é tantas vezes importante. É o jogador de Norton de Matos com mais minutos nas pernas, e apesar de todas as críticas que se ouvem na bancada em relação a ele, para mim, hoje merece muito esta homenagem.
ARBITRAGEM
Muito rigoroso em termos disciplinares (nomeadamente na expulsão do jogador estorilista e num amarelo mostrado a Henrique ainda na primeira parte), em termos técnicos esteve bem em praticamente todas as decisões.
PONTOS POSITIVOS
- Entrega dos jogadores vitorianos. Não ganha jogos, não substitui a qualidade, mas pelo menos mostra alguma vontade de se superarem a si próprios. Faltanto os atributos técnicos, esta é a melhor via para tentar ganhar jogos. Mas começa a não ser suficiente, e Norton de Matos apercebeu-se disso quando os adeptos à muito o tinham feito.
- Não tem propriamente a ver com o jogo, mas a mim tocou-me como vitoriana. A presença de Ivan Djurdjevic e Romeu no estádio do Estoril. A fazer lembrar os tempos em que a raça se aliava à qualidade.
PONTOS NEGATIVOS
- Norton de Matos começa a perceber que as alternativas que tem não são suficientes. A qualidade de alguns jogadores não abunda e renovações no plantel pedem-se para ONTEM! Para depois não ser tarde de mais.
- Esta equipa precisa de um líder. E mais não digo.
- O pouco público presente no estádio do Estoril. Se é de estranhar a pouca adesão das gentes de Guimarães mas até se pode encontrar a justificação de o jogo ter sido de manhã e a muitos km's da Cidade-Berço, em relação aos adeptos estorilistas a história já é outra. É triste um jogo com duas equipas históricas do futebol português se tornar tão pouco atractiva.
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