ESTÁDIO: Varzim SC, na Póvoa de Varzim
ESPECTADORES: 1500
ÁRBITRO: Hélio Santos (Lisboa)
TEMPO: ameno
RELVADO: em bom estado
Há quem diga que no final de 90 minutos de bola, o que realmente importa é o resultado. Na prática é assim mesmo... e mais a mais numa prova como a Taça de Portugal, em que quem perde é irremediavelmente arredado da prova.
Não é, no entanto, menos verdade que uma boa exibição enche o olho, credibiliza o triunfo, dá confiança aos adeptos e ao colectivo.
Esse foi o problema do Varzim: venceu mas não convenceu. E quem viu a turma alvi-negra no arranque da partida, certamente terá ficado convencido que o Leça ia na enxurrada de golos.
Um tento madrugador de Emanuel (a aproveitar uma falha do guardião visitante) foi uma excepção no depauperado sector de concretização poveiro.
O Varzim aproveitou a vantagem para apertar o Leça contra as cordas... mas na hora de atirar a matar, falhou por azelhice (Denilson aos 12 minutos) falhou por azar (Denilson ao poste), falhou... exasperantemente, FALHOU!
E no futebol, lugares comuns nem sempre são verdades lapalisianas... são teses (quase cientificamente) comprovadas. Quem não marca, sofre... ou habilita-se pelo menos. E o Leça fez pela vida. Fez das limitações as forças para embaraçar os pupilos de Horácio e, numa atitude digna de Taça (afinal, a festa do futebol) partiu para cima do Varzim, trocou as voltas à defesa e pôs o marcador a funcionar. Jerónimo, fruto da escolas varzinistas, meteu com conta e peso para Hugo Paiva que, inapelavelmente, fuzilou Barbosa. Surpresa? Só para quem não via aquele jogo... o Leça veio à Póvoa discutir o encontro.
Mas foi com inteira justiça que no segundo tempo, a turma alvi-negra deu a volta por cima. E bastaram 30 minutos.
Couto foi expulso e o Leça passou a jogar com 10. O Varzim tirou partido da vantagem e deu mais um 'soco' na turma matosinhense: Denilson redimiu-se das falhas da etapa primeira e aos 75 minutos cumpriu a missão, levando a bola ao fundo das redes de Nuno. Daí para a frente, o Leça ainda esbracejou, provocando uma ou outra situação embaraçosa ao guarda-redes poveiro Rui Barbosa. Mas o golo não aconteceu.
E dúvidas houvesse quanto à superioridade alvi-negra, Rafael Cadorin dissipou-as: ao cair do pano, o lateral brasileiro aliviou os adeptos poveiros e fez o 3-1 que selou a passagem do Varzim à quarta eliminatória da Taça de Portugal.
+PONTOS POSITIVOS+
Aguerridos. os leceiros queriam fazer a festa da Taça e entraram na Póvoa para discutir o resultado. O estatuto de equipa da III Divisão Nacional não inibiu a turma matosinhense que se apresentou em bom nível. Chegou a embaraçar o Varzim. Mas depois, faltaram as pernas
Superioridade. momentos houve em que o Varzim se deixou encantar pelo perfume do futebol leceiro... umas vezes por desacerto na defesa, outras vezes porque simplesmente não marcava... dando margem ao Leça para se aproximar com perigo. Mas ao fim dos 90 minutos, sublinha-se o balanço positivo que não vale tanto pela exibição mas por uma melhor preparação física que foi, afinal, o grande capital da turma poveira.
Adeptos. o estádio do Varzim registou a moldura humana média habitual. Nota positiva, no entanto, para os adeptos leceiros... incansáveis no apoio à sua equipa.
-PONTOS NEGATIVOS-
Concretização alvi-negra. é absolutamente irritante a inoperância do ataque varzinista. Falha golos atrás de golos... é uma coisa impressionante. Depois queixamo-nos que chegam equipas como Portimonense, Chaves e Olivais e Moscavide (com o devido respeito) e ganham-nos jogos. Pois claro... em alta competição, displicência e incompetência pagam-se caro. Frente ao Leça, vá lá, valeu a inexperiência do guardião Nuno que lá deu umas baldas ao ataque do Varzim.
ARBITRAGEM
Não fosse o lance que deu a expulsão ao leceiro Couto, a arbitragem do lisboeta Hélio Santos teria nota máxima. Assim não: o árbitro cometeu um erro que custou ao Leça a perda de discernimento na partida e desaguou num triunfo mais pesado do que a exibição merecia.
Sem comentários:
Enviar um comentário