sábado, junho 10, 2006

Clubes Atacantes - Associação Portuguesa de Desportos


PORTUGUESA


O clube que hoje apresento é uma extensão do nosso pais, gentes e cultura no Brasil.
Clube fundado por emigrantes portugueses e que surgiu da fusão de 5 sociedades também portuguesas. Sediado em São Paulo, é um clube que liga muito às raizes lusitanas, tanto nas cores, no simbolo, no hino ou na mascote, tudo são referências a Portugal e à sua cultura.
A sua maior vedeta foi Djalma Santos campeão do mundo no Chile em 1962.
Sinceramente e apesar de tantas ligações e referências a Portugal não nutro nenhuma simpatia especial pelo clube.


Fundada no dia 14 de Agosto de 1920 a Portuguesa surgia da fusão de cinco sociedades lusitanas já existentes: Luzíadas Futebol Club, Associação 5 de Outubro, Esporte Club Lusitano, Associação Atlética Marquês de Pombal e Portugal Marinhense. A data da fusão dos cinco clubes foi escolhida a dedo. Neste dia, no século XIV, Portugal derrotou a Espanha na Batalha de Aljubarrota, marcando o primeiro passo para ser independente.

Escolher as cores da equipa foi fácil: verde e vermelha, as mesmas de Portugal. O símbolo escolhido para representar a Associação Portuguesa de Esportes, na sua fundação em 14 de agosto de 1920, foi o escudo de Portugal. Em 1923, esse símbolo passou a ser o brasão com a Cruz de Avis, que representava o fim do domínio do Reino de Castela sobre os portugueses com a batalha de Aljubarrota, ocorrida em 14 de agosto de 1385. A Cruz de Avis, simboliza as glórias lusitanas nas Cruzadas, foi por isso adoptada como o novo símbolo do clube.

A primeira sede da Portuguesa foi o Largo de São Francisco, depois a rua XI de Agosto, a XV de Novembro e por fim a Rua São Bento, onde viveu suas maiores glórias.
Iniciou-se com a compra de instalações da Praça de Esportes União Artística Recreativa Cambuci, inaugurada solenemente em 25 de janeiro de 1925, onde, em 1926, iriam ser travadas as primeiras batalhas desportivas. Em 1929 a mudança para São Bento é iniciada com a compra de um terreno na Avenida Tereza Cristina, no bairro do Ipiranga, em 1929.

Com uma equipa de primeira linha conseguiu, já no ano de 1935 seu primeiro título de campeão paulista, facto que se repetiu no ano seguinte. Ainda no ano de 1935, a Lusa venceu o Ordem e Progresso por 11-0, goleada até então recorde em jogos do Campeonato Paulista.

Foi apenas em 1940 que o nome mudou para Associação Portuguesa de Desportos.

Em 1950, a Portuguesa não perdoou o Corinthians e ganhou 7-3., e em 1955, no torneio Rio-São Paulo, a vítima foi o Santos, ainda sem Pelé: 8-0.

Nos registros dos recordes, deste tempo, figuram dois goleadores de renome: José Lázaro Robles (Pinga I) e Enéas Camargo. Pinga I foi maior marcador da história da Lusa, vestindo a camisa rubro-verde durante oito anos (44 a 52), marcou 190 golos: 132 no Campeonato Paulista, 18 no Torneio Rio-São Paulo, 16 em jogos internacionais e 24 em partidas amistosos. Mas, se Pinga I não se cansava de chegar à rede dos adversários, o mesmo acontecia com Enéas, um jogador que foi formado nos juvenis do clube, autor de 180 golos.

Em julho de 1950, conquistou a taça de San Izidro jogando contra grandes adversários na Espanha. Nesta época, novos nomes surgiram na história do seu futebol para jamais serem esquecidos. Entre deles estava Djalma Santos, campeão do mundo em 1962. Neste ano de 1950 ainda, a Portuguesa deu início à conquista da Tri-Fita Azul do futebol brasileiro e entre os anos de 1952 a 1955 conquistou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
A Fita Azul era um troféu entregue pelo jornal A Gazeta Esportiva à equipa brasileira que conquistasse invicto, dez jogos fora do país.

Em 1951, a Portuguesa, que tinha gênios como Djalma Santos e Julinho Botelho, disputou 11 partidas na Europa, vencendo 10 e empatando uma. O auge da excursão foi a vitória por 4-3 sobre o Atlético de Madrid, campeão espanhol, partida que valeu para a Taça San Izidro. Na chegada a São Paulo, a equipa foi recebida como verdadeiros campeões do mundo.

A viagem ficou famosa também pela prisão de três jogadores do clube. O médio Renato, sem saber, comprou dólares falsos no Aeroporto de Lisboa e emprestou algumas notas para Rubens e Djalma Santos. Quando foram às compras eles acabaram presos, acusados de falsificação. Os jogadores só foram soltos após uma exigência das autoridades portuguesas. Tiveram que assinar um documento no qual diziam ter comprado os dólares falsos no Brasil, não em Lisboa.

Uma nova Fita Azul seria conquistada em 1954. Ainda entre os anos de 1952 a 1955 conquistou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa.

Em 1956, a Portuguesa adquiriu o actual espaço do Canindé. Nessa época o Canindé era cercado por grandes lagoas e por isso, o primeiro estádio construído todo em madeira, foi chamado de “Ilha da Madeira”. Na Ilha da Madeira, o time contava com o massagista tri-campeão do mundo (1958, 1962 e 1970) Mário Américo.
Em 1962, o presidente José Bizarro da Nave sentiu a necessidade de dinamizar o clube, passando para a empresa Santa Paula a responsabilidade de comercializar títulos de sócios. O aumento no número de associados contribuiu para a inauguração do parque aquático que acabou dando ao clube um aumento de 1.000 para 18.000 sócios.

Vice-campeã nos anos de 1960, 1964, 1975, 1985 e 1996, não podemos esquecer a grande vitória da equipa que, no ano de 1973, contando com jogadores notáveis, foi campeã invicta da Taça São Paulo e na sequência se sagrou campeã paulista.
A maior goleada da história da Portuguesa aconteceu longe da torcida. Foi na Bolívia, no dia 2 de Fevereiro de 1970 e o adversário foi o Ferroviário de Oruro. A Lusa com a sua reputação de tri-fita azul, acabou por fazer uma média de três golos para cada mil metros de altitude de Oruro. O jogo terminou 12-0.

No ano de 1971 as metas voltavam-se para a construção do actual estádio e do ginásio, já projetados. Em 1972, na gestão do Dr. Oswaldo Teixeira Duarte, reunindo-se esforços de dirigentes e de toda comunidade luso-brasileira de São Paulo, inaugurou-se o majestoso estádio "Independência" que, por decisão do Conselho, passou a ser chamado em 1984 Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte, em homenagem aquele unanimamente reconhecido como o maior presidente da história do Clube.

No dia 9 de janeiro de 1972, foi inaugurado o primeiro anel do Canindé, com capacidade para 10 mil pessoas. O jogo inaugural foi um amigável entre a Portuguesa e o Sport Lisboa e Benfica. A Lusa perdeu por 1-3 e o benfiquista Vítor Baptista foi o autor do primeiro golo no estádio. O jogo não chegou ao fim, suspenso devido às chuvas torrenciais que caíam sobre São Paulo.
Aqui fica a constituição das equipas desse jogo:
Portuguesa: Aguilera, Deodoro, Marinho, Calegari e Fogueira; Lonco e Dirceu (Luís Américo); Ratinho (Xaxá), Cabinho, Basílio e Piau.
Benfica: José Henrique, Da Silva, Messias, Rui Rodrigues e Adolfo; Toni e Vitor; Nené (Artur), Vitor Baptista, Jordão e Simões.
Golos: Vitor Baptista, Jordão, Marinho (penalty) e Simões (penalty)

A iluminação no Canindé foi inaugurada em 11 de Janeiro de 1981, com a realização do Torneio do Refletores, em parceria com o banco Itaú.
O torneio contava com a participação do Corinthians, Fluminense e Sporting.
Na primeira jornada, a Portuguesa venceu o Fluminense nos penaltys 4-3, após empate 1-1 no tempo regulamentar e o Sporting venceu o Corinthians 1-0.
Na final, realizada no dia 15 de Janeiro, a Portuguesa venceu o Sporting 2-0, com golos de Caio e Beca.

No ano de 1996, no Campeonato Brasileiro, a Portuguesa fez uma campanha histórica e heróica. Chegou à última jornada a necessitar de muitos resultados além de uma vitória por goleada... mas tudo isso aconteceu! A Lusa teve a ajuda dos adversários e também fez a sua parte: 4-1 contra o Botafogo e com isso ficou com o oitavo lugar.
Depois disso vieram os chamados "mata-mata". Tiveram de enftrentar nada mais nada menos do que o Cruzeiro, primeiro colocado que até então fazia um campeonato fabuloso. Mas a Portuguesa estragou a festa e ganhou por estrondosos 3-0 no Morumbi, com direito a falta de luz e tudo. Depois em Belo Horizonte, uma derrota por 0-1, que rendeu a vaga para as meias-finais.

Novamente um clube mineiro de Belo Horizonte: o Atlético Mineiro. A Lusa não fez uma boa partida em casa e ganhou por apenas 1-0. No jogo da segunda volta no Mineirão, começaram a perder por 0-1 com direito a comemoração com a tradicional musica portuguesa do fado, dançando o vira, mas o que o “Galo” não esperava era o verdadeiro vira-vira lusitano: virou o jogo para 2-1 e calaram o Mineirão. No final o Atlético conseguiu empatar, mas tarde demais: A Lusa chegou à sua primeira final do Brasileirão.

O adversário da final foi o Grêmio Porto Alegre. E a Lusa até começou bem.
No jogo de ida, no Morumbi, ganharam por 2-0. Mas no jogo de volta o Grêmio fez uma pressão muito forte e conseguiu uma vitória por 0-2 também e como os resultados iguais eram favoráveis aos gaúchos, ficaram com na segunda posição.

Para completar, no Brasileirão de 1998, o São Paulo sofreu um estrondoso 7-2, no Pacaembu.

Em 2002 veio a pior parte da história do clube que fazendo um campeonato muito irregular, sempre na parte intermediária da tabela. Mas justamente na última jornada, foram parar à zona de despromoção e desceram.

Em 2005, o ano começou com a presidência de Manuel da Lupa e o clube totalmente falido, sem dinheiro e sem jogadores.
Foram feitas diversas contratações desconhecidas e a equipa iniciou o Paulistão perdendo por 1-5 com o Santos na Vila Belmiro. Durante o torneio tiveram ainda uma série de derrotas e o fantasma de nova despromoção rondou o Canindé.

Com a chegada de Gallo, derrotaram o Palmeiras no Palestra Itália 2-1 e as esperanças voltaram. Mas com uma inesperada ida do técnico Gallo para o Santos a equipa perdeu novamente no Canindé, desta feita para a Portuguesa Santista. Isso gerou muita revolta nos adeptos. Na sequência houve a contratação do técnico Giba e com isso foi encetada uma reacção que nem os mais optimistas aguardavam. Ganhou ao até então invicto São Paulo (que foi o campeão) por 2-1 com um Pacaembú lotado e de lá pra cá mais 2 vitórias e 1 empate que acalmaram a ”Nação Luistana”.

Isso levantou a moral da equipa que fez um excelente campeonato brasileiro da Serie B – Segunda Divisão. A equipa andou sempre entre os primeiros lugares e classificou-se finalmente para a fase final.

O Canindé voltou a ficar cheio, como desde de 1998 não se via. A torcida emocionou-se e compareceu em máça. No quadrangular final novamente casa cheia e a equipa goleou o Santa Cruz 4-1 e dava ideia que não ia defraudar ninguém. Mas só foi ilusão. Na sequencia foram prejudicados em 2 jogos consecutivos contra o Náutico e o Grêmio e depois vacilaram nos outros três. Isso custou mais um ano na divisão de acesso.


Apuramento este em que estava envolvida a equipa do nosso colega do blog Tarcio Martins, o Santa Cruz, e que acabou por subir juntamente como Grémio.

A Portuguesa possuiu e possui 2 mascotes ao longo da sua história. A primeira mascote foi a Severa, a figura de uma menina com trajes típicos portugueses. A Severa foi mascote até o ano de 1994, tendo sido subsituida pelo Leão do Canindé, que é um homonimo do nome da nossa principal torcida organizada a Leões da Fabulosa. Foi uma mascote criada para mostrar toda a garra, força e astúcia da Lusa e sua torcida.

Palmarés:

3 vezes Campeão do Campeonato Paulista: 1935, 1936, 1973

2 vezes Campeão do Torneio Rio-São Paulo: 1952, 1955

3 vezes vencedor da Fita - Azul: 1951, 1952, 1954

1 vez vencedor Taça San Izidro: 1951

3 vezes vencedor do Campeonato Paulista de Aspirantes: 1972, 1997, 1999

1 vez vencedor do Torneio Início: 1996

2 vezes vencedor da Taça São Paulo de Futebol Júnior: 1991, 2002

1 vez vencedor da Taça Governador do Estado: 1976

1 vez vencedor da Taça São Paulo: 1973

1 vez vencedor do Troféu Vicente Matheus: 1991

1 comentário:

Alexandre disse...

Rodrigo Fábri só jogou ns lusa.