quinta-feira, junho 15, 2006

Grupo A: Alemanha - Polónia




Equipas: Alemanha vs Polónia
Mundial: Alemanha 2006
Cidade: Dortmund
Estádio: Westfalenstadion
Dia: 14 de Junho de 2006
Hora: 20h00m em Portugal
Árbitro: Medina Cantalejo (Espanha)
Árbitros auxiliares: Victoriano Giraldez Carrasco e Medina Hernandez (Espanha)
Espectadores: 65000

Alemanha:
Jens Lehmann; Arne Friedrich; Bastian Schweinsteiger; Torsten Frings; Miroslav Klose; Michael Ballack (Cap.); Philipp Lahm; Per Mertesacker; Bernd Schneider; Lucas Podolski; Cristoph Metzelder.
Polónia:
Artur Boruc; Marcin Baszczynski; Jacek Bak (Cap.); Radoslaw Sobolewski; Jacek Krzynowek; Macieij Zurawski; Michal Zewlakow; Ebi Smolarek; Arkadiusz Radomski; Bartosz Bosacki; Ireneusz Jelen.

À partida para o primeiro jogo da segunda jornada no grupo A, a Alemanha esperava uma vitória perante o seu público, assumindo todo o favoritismo no grupo e tentando garantir desde logo a presença na fase seguinte da competição. Por seu lado, a Polónia esperava pontuar para ainda manter o alento da passagem, sabendo que uma derrota deixava a equipa praticamente fora deste mundial. Curiosamente, o técnico Pawel Janas assumiu que iria tentar empatar a partida, mesmo sabendo que esse resultado, em caso de vitória do Equador frente à Costa Rica o atiraria de imediato para fora. Enfim, são opções.
Relativamente ao jogo, diria que assistimos a uma ocupação alemã em terreno polaco. A Alemanha desde logo assumiu o jogo, pressionando e construindo e delineando a sua táctica, sem nada de espectacular, como sempre, mas com uma objectividade fulminante e hereditária do seu sistema de jogo. A resistência polaca apareceu a partir dos 25 minutos, depois de os visitados terem desperdiçado duas claras oportunidades de golo.
Aliás, adiantando já o que se passou mais à frente, penso que os remorsos e a sua provável saudade do seu país natal pôde fazer com que Miroslav Klose fosse tão perdulário na finalização. Coincidências?
A partir dos 25 minutos, como referia, a equipa polaca equilibrou os acontecimentos, quer em posse de bola, quer em domínio territorial, passando a ser a equipa que inverteu os papeis da pressão, do ataque organizado e do chegar rapidamente com a bola controlada à área adversária. Nesta altura a Polónia contrariava as declarações do seu técnico, dando ideia de assumir o jogo e de o querer ganhar, efectivamente. A Alemanha, por esta altura, era uma equipa sem criatividade, mas a espaços conseguia chegar perto da baliza adversária e até a assustar, impondo o seu respeito. Este aparente domínio polaco durou apenas 10 minutos, até à altura que a Alemanha assumiu as despesas do jogo, chegando muitas vezes perto da baliza, criando muitas oportunidades, mas nenhuma delas iminentes. Aos 42 minutos a Alemanha já tinha 53% de posse de bola, traduzindo neste número o domínio que tinha vindo a exercer. A ocasião de golo mais perigosa chegou em descontos, num cruzamento de Lahm para Podolski, passando a bola a rasar o poste. Intervalo.



Na segunda parte a Polónia tentou dar alguma réplica no início, mas cedo se viu que não tinha capacidade para tal, ainda para mais quando a Alemanha não deu qualquer facilidade para que isso acontecesse. As rápidas recuperações de bola e a muita pressão exercida no meio campo, fez com que o ataque alemão fosse extremamente variado, com lançamentos em profundidade ou lateralizações e cruzamento para a área. O golo passou a estar iminente em quase todas as jogadas do ataque alemão e, não fosse a resistência do guarda-redes Boruk ou o grande desacerto de Klose, e o resultado poderia ter sido histórico. A segunda parte, e principalmente a partir dos 10 minutos, assistimos a um massacre alemão, ficando incrédulo por o resultado ainda estar em branco. Muito mais ficou acentuada a diferença entre as duas equipas com a entrada de Odonkor e Neuville, substituindo Friedrich e Podolski, trazendo muito mais velocidade ao seu ataque. Logo a seguir, a expulsão de Sobolewski acabou com os intentos polacos. Os ataques multiplicavam-se e o resultado permanecia igual, para desespero dos alemães e de quem via a injustiça do resultado, mas o futebol também é isto.
Finalmente, outra vez em período de descontos, mais uma jogada pelo lado direito do ataque alemão, onde intervieram os dois jogadores saídos do banco, em que Odonkor cruza para Neuville aparecer e empurrar para a baliza, fazendo o golo da vitória, entre dois defesas polacos. Vitória muito sofrida, mas justíssima da Alemanha, que aguardará pelo desfecho do Equador-Costa Rica, para fazer as suas contas, que cada vez estão mais fáceis e favoráveis.


O árbitro espanhol esteve, no cômputo geral bem. Apenas um reparo a fazer ao seu auxiliar que errou por duas vezes em dois foras de jogo, um para cada lado, mas também decidiu bem outros lances mais duvidosos. A decisão mais polémica foi aquando da expulsão a Sobolewski, que na minha opinião é exagerada. A falta existe na realidade, mas o excesso de zelo levou-o a expulsar e a acabar com o jogo. Não teve interferência no resultado, já que o domínio da Alemanha tinha sido igual quando jogavam 11 contra 11.


A FIFA escolheu como melhor jogador do encontro Philipp Lahm, que fez um excelente jogo, sendo capaz de, noutro esquema táctico, conseguir fazer todo o corredor esquerdo da equipa, com grande velocidade e com grande técnica.
Para mim, a escolha recai sobre Odonkor, pela única razão que a partir da sua entrada aos 64 minutos, os lances de perigo, os cruzamentos perigosos para a área forma recorrentes. Para além disso foi um lutador e fez um grande cruzamento para o golo de Neuville.


O meio campo e ataque da Alemanha, que defendeu sempre muito longe da sua área, facilitando o papel dos defesas e estando mais tempo com posse de bola perto da área adversária. A pressão exercida pelos jogadores alemães e a variedade nas soluções atacantes, sufocando os adversários.


A exibição da Polónia. É já o segundo jogo neste mundial, mostrando ser uma equipa banalíssima, mal preparada e desajustada, sem jogadores de verdadeira qualidade, tirando um ou outro exemplo, sem encarar o mundial como ele deve ser, para ganhar e para brilhar.

Os confrontos entre adeptos das duas equipas nas ruas de Dortmund. É sabido da grande rivalidade entre as duas nações, do grande nacionalismo de ambas as partes, mas nada justifica a violência nem a organização de confrontos.

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