domingo, junho 25, 2006
Oitavos de Final: Alemanha Vs Suécia
A Alemanha foi a primeira equipa a qualificar-se para os quartos de final do Campeonato e diga-se que de forma inequívoca. A Alemanha entrou com o onze habitual, com os dois terrores Podolski e Klose na frente de ataque. A Suécia de forma algo surpreendente começou com Jonson na ala direita. Lars Lagerback pretendeu ter um jogador mais cumpridor tacticamente para evitar dissabores com as subidas de Lahm. Mas a grande surpresa foi o regresso, diga-se que falhado, de Zlatan Ibrahimovic.
Tudo o que Lagerback possa ter pensado para este jogo ruiu por completo bem cedo, muito por culpa dos erros defensivos dos seus jogadores. Aos 4' Podolski colocou os Alemães em vantagem após dois erros defensivos dos Escandinavos. Num primeiro momento Mellberg e Edman como que adormeceram e permitiram que Klose passasse por eles como uma faca quente passa pela manteiga. Isaksson ainda corrigiu o erro, mas voltou a ser traído por novo erro dos seus defesas. Podolski vindo detrás não trouxe acompanhamento e fez tranquilamente a recarga e o golo.
A Suécia respondeu de imediato, mas Larsson foi demasiado lento, permitindo a pressão de um defensor para depois rematar ao lado. Quem não marca sofre e uma vez mais assim foi. Aos 12' Podolski bisou e fez o 2-0. Uma vez mais a defensiva Sueca esteve muito mal. Concedeu muita liberdade a todos os avançados para depois Mellberg e Lucic irem atrás de Klose, deixando Podolski livre. Edman ainda tentou corrigir o erro de Lucic, mas já chegou tarde. A transição ataque/defesa simplesmente não funcionava e a Alemanha dominou por completo. Foi nesta altura que começou o espectáculo Isaksson, que muitas vezes negou o golo aos Alemães. Parecia um jogo Alemanha contra Isaksson. Tudo corria mal aos Suecos e pior ficou aos 35' quando o árbitro Carlos Simon expulsou Lucic(esta expulsão vai ser analisada na parte da arbitragem). Reduzida a dez a Suécia quase marcou quando M. Jonson quase aproveitou um erro de Lehmann.
A Suécia ainda tentou na segunda parte reduzir o marcador, mas não o conseguiu. O momento do jogo aconteceu 53', quando a Suécia dispôs de uma grande penalidade que Larsson desperdiçou. O jogo terminou aqui, pois psicologicamente os Suecos desistiram. A transição defesa/ataque já não funcionava bem e a partir deste momento foi simplesmente obsoleta. Daqui para a frente foi ver os Alemães a tentarem o golo, com Ballack em destaque, mas com Isaksson a evitar a humilhação Sueca. O guarda-redes do Rennes evitou muitos golos e em alguns casos com defesas quase impossíveis.
Foi uma vitória justa da Selecção que acabou por ser feliz e que soube aproveitar bem os erros adversários.
Vou uma vez mais discordar da escolha da Fifa, embora desta vez aceite e compreenda a escolha de Klose. Haveria para além de Klose vários candidatos, como Podolski ou Ballack, mas a minha escolha recai sobre Andreas Isaksson. O guarda-redes Sueco parecia estar a jogar sozinho contra onze alemães, como se de um treino de finalização se tratasse. Evitou a goleada, fazendo defesas de grande nível, algumas delas quase impossíveis, daquelas que ficamos a perguntar como foi possível o guarda-redes ter chegado aquela bola. O seu trabalho começou logo aos quatro minutos quando corrigiu o erro de dois defesas, para depois ser traído por novo erro dos seus colegas e só terminou com o apito do árbitro. Foi ele quem garantiu à Suécia uma despedida do Mundial com alguma dignidade. Uma grande exibição de um dos melhores do mundo.
A equipa de arbitragem foi liderada pelo Brasileiro Carlos Simon. Este árbitro, ao que parece está ou esteve envolvido num escândalo no Brasil já tinha motivado as suspeitas da Itália e do próprio seleccionador Sueco Lars Lagerback na véspera do jogo. Embora a Suécia não tenha perdido exclusivamente por culpa do árbitro, a verdade é que o Brasileiro deu razão às suspeitas de Lagerback. Esta é uma daquelas arbitragens inteligentes, em que o árbitro vai apitando tudo a favor de um dos lados. Ao mínimo contacto e lá se ouvia o apito. O lance da expulsão de Lucic é o ponto alto da sua actuação. Primeiro existe uma falta clara sobre Ljungberg, daquelas que se fosse ao contrário nem hesitaria a apitar, e depois na sequência do lance Lucic e Klose puxam-se mutuamente. Falta do Sueco, pois claro, mas neste caso até nem é errado. O estranho disto tudo é que o árbitro marca falta, chega ao local da infracção e não faz nada, até que pressionado por dois jogadores Alemães resolve chamar Lucic e mostrar-lhe o segundo amarelo. Foi muito estranho para não dizer mais. A arbitragem tendenciosa durou todo o jogo. Outra coisa que não percebo, e não foi apenas neste jogo, é a razão não existirem amarelos nas grandes penalidades. Sinceramente não sei se a lei mudou, mas a verdade é que os jogadores que cometem grandes penalidades não têm visto o respectivo cartão, tal como aconteceu neste jogo com o defesa Alemão. Para o caso de ter sido faccioso, pelo facto de ser um adepto confesso da Suécia, apresento desde já as minhas desculpas, embora me pareça que não tenha sido o caso.
O aproveitar do erro por parte dos Alemães;
- Exibições de Isaksson, klose, Podolski e Ballack.
- Arbitragem;
- Clamorosos erros defensivos Suecos;
- A transmissão televisiva. Não que a televisão tenha culpa, mas foi pena este estádio não ter cobertura. Durante o início do jogo não se via quase nada em grande parte do campo;
- Zlatan Ibrahimovic passou ao lado do Mundial e passou claramente ao lado deste jogo. Estranho foi ter ficado tanto tempo em campo. A qualidade e a classe deste jogador fizeram muita falta à selecção da Suécia.
O Futebol de Ataque inicia a dos oitavos de final uma nova secção nestes comentários aos jogos, dando voz aos adeptos de algumas selecções. Queremos agradecer desde já a colaboração de Carlos Barragan, adepto da Alemanha, que fala assim da sua selecção...
"O futebol é um jogo de 11 contra 11 em que no final a Alemanha ganha sempre", Gary Lineker (Segundo melhor marcador de sempre da Inglaterra). Se bem que ultimamente esta declaração do avançado Lineker está longe de estar correcta, pode ser que a equipa esteja a regressar ao tempo em que não interessava qual o rival. Ganhava sempre. É verdade que até ao momento nesta edição da Copa do mundo os rivais da Alemanha não têm sido dificeís. No entanto, o que se espera de uma potência, como é a Alemanha, é que jogue de forma convincente e seja superior aos seus rivais e isso é o que tem acontecido. Em cada jogo a selecção alemã tem demonstrado ser muito superior aos seus adversários. Em cada partida os domina, pressiona e não dá oportunidades às equipas que defronta. Isto pode fazer pensar que às vezes estamos perante aquela equipa alemã dos anos noventa. Com marcações perfeitas, passes precisos e, sobretudo, com uma superioridade clara sobre os adversários. No próximo sábado, 1 de Julho, é o cenário perfeito para que a Alemanha demonstre esta superiodidade ante outra grande potência do futebol: a Argentina. No próximo sábado a Alemanha poderá demonstrar se ainda está certa a definição do ponta de lança Liniker. Pelo menos poderá demonstrar que está na lista para ser campeão do mundo.
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