quinta-feira, junho 22, 2006

Grupo D: Portugal Vs México




Cidade: Gelsenkirchen
Estádio: FIFA World Cup Stadium, Gelsenkirchen
Dia: 21 de Junho de 2006
Hora: 15h00m em Portugal
Árbitro: Michel Lubos (Eslováquia)
Árbitros auxiliares: Slysko Roman e Balko Martin (Eslováquia)
Espectadores: 52000

Mais uma página bonita na história do futebol Português se escreveu na tarde do dia 21 de Junho de 2006 em Gelsenkirchen. Pela segunda vez na nossa história estamos na segunda fase de um Campeonato do Mundo, e completamente invictos! Nem a ausência de alguns jogadores essenciais na selecção das Quinas nos impediu de fazer o pleno de vitórias na primeira fase!
Parabéns à selecção, e a todos os responsáveis pelo feito!


Das 15h às 17h o país parou para assistir aos 11 bravos que representavam as cores nacionais no Mundial Alemão, da Assembleia da Republica até ao mais modesto comerciante, todos pararam em frente à TV...
Alguma expectativa no inicio, Costinha, Deco, Ronaldo, Nuno Valente e Pauleta, habituais titulares da selecção ficaram sentados no banco, Scolari apostava na qualidade dos 23 eleitos para resolver o jogo, mesmo sendo o preço a pagar a perda o primeiro lugar.
O jogo começou com os Mexicanos a pressionar, parecia obvio que queriam resolver rapidamente a questão do apuramento, mas quando nada o fazia prever, Simão assiste Maniche para este inaugurar o marcador, e estava dado o pontapé de saída para os 2 jogadores em maior destaque na selecção Portuguesa esta tarde.
O golo aniquilou completamente os Mexicanos, e os Portugueses motivados, tomaram as rédeas do jogo, foi o melhor período do meio campo nacional, Tiago estava em todo o lado, Maniche é a ponte ideal entre a defesa e o ataque, e Petit com a sua entrega habitual ajudou a controlar as operações.
Simão estava endiabrado, e juntamente com um Figo em ligeira quebra de forma, tudo fizeram para assistir da melhor forma um Helder Postiga que nunca estava no local certo, muito apagado nesta oportunidade que lhe foi concedida pelo Sargentão...


Mas o jogo estava longe de estar terminado, e nem com o 2.º golo apontado por Simão Sabrosa através de uma grande penalidade cometida por Rafael Marquez que retirou a bola da cabeça de Meira com o braço, os Mexicanos baixaram os braços.
E aqui os Portugueses certamente pensaram que seria quase impossível sofrer 3 golos deste México, talvez o grande erro da nossa selecção...
O México partiu em busca da felicidade, Fonseca estava em todas as jogadas, nem sempre da melhor forma, mas parecia ser a única referência do ataque Mexicano, e aos 29 minutos viu o esforço recompensado com o golo que fixava o resultado final.
Até ao fim da primeira parte, o México através de bola parada, ou de remates de meia distância teve varias oportunidades (meio confusas é certo) de empatar a partida. Portugal esteve muito mal a defender bolas altas, os avançados Mexicanos constantemente ganhavam lances pelo ar dentro da nossa área, um aspecto a rever...

De regresso do intervalo, só deu México, Portugal desapareceu completamente, e do mal o menos, manteve o resultado, com alguma sorte é certo...
La Volpe decide colocar em campo o “Deco Mexicano”, é um crime Zinha ficar sentado no banco de suplentes...
O goleador, Omar Bravo, falha um penalty meio esquisito cometido por Miguel à entrada da pequena área, e parecia estar escrito que Portugal iria vencer este jogo!
Entretanto surge a noticia do golo Angolano em Leipzig, e os Mexicanos assustam-se, mas nesta altura já o México merecia outro resultado que não a derrota!
Os Mexicanos entram em desespero com a falta de sorte evidente nesta segunda parte, mas o golo Iraniano pareceu acalmar as hostes Latino-Americanas, e até ao fim do jogo assistimos a uma tímida superioridade Mexicana, mas pareciam estar de alguma forma satisfeitos com a presença quase garantida nos oitavos de final.
Na selecção nacional, tempo para poupar o amarelado Miguel, deu o lugar a Paulo Ferreira que confirmou as suas tendências mais defensivas, e pelo lado direito do ataque Mexicano não apareceu grande perigo.
Figo e Postiga deram o lugar a Boa Morte e Nuno Gomes respectivamente, Nuno Gomes ainda teve tempo de falhar uma oportunidade claríssima de golo, mas pelo menos fica o mérito em encontrar o espaço para tal. Já Boa Morte, para não variar na selecção nacional não consegue demonstrar nada daquilo que leva os Ingleses a idolatrarem-no.

Terminada a partida, Portugal inteiro esperava pela Holanda, e os Mexicanos faziam a festa pelo apuramento inesperadamente sofrido.


-Começo electrizante que fazia antever algo bem diferente do que aconteceu na segunda parte.
-3 jogos 3 vitórias para os comandados do Sargentão, objectivo mínimo cumprido com distinção.
-Portugal voltou a vencer sem Deco e desta vez, sem outros 4 titulares... E logo contra o principal rival do grupo!


-Algo de estranho sucedeu, 70% do estádio estava vestido com as cores Mexicanas...
-A segunda parte péssima, salvou-se a procura pelo golo dos Mexicanos


Simão deve ter feito a melhor exibição de sempre ao serviço da selecção nacional, um golo e uma assistência numa exibição a fazer lembrar os melhores tempos de Benfica.
Pena não o vermos a cobrar os livres à entrada da área, apesar de uma época péssima neste aspecto, tinha curiosidade em ver os livres de Simão no Mundial...
Um outro homem merece destaque nesta exibição, é fantástica a forma como Maniche acelera o jogo da selecção, antes de receber já sabe o que vai fazer, está sempre no sitio certo para receber a bola, os passes de meia distância são perfeitos, o golo foi resultado de um movimento a que nos habituou durante a sua fase gloriosa a jogar em Portugal, só falta um daqueles golos à Maniche de meia distância, e nada melhor que a Holanda para repetir o golaço do Euro 2004...

Os 2 principais erros aconteceram nos 2 lances mais importantes do jogo, primeiro na grande penalidade cometida por Rafael Marquez é incompreensível como nem um amarelo mostrou ao Mexicano, mas de qualquer forma está de parabéns por conseguir ver um lance tão rápido e no meio de tanta confusão!
O segundo erro, acontece na minha opinião na grande penalidade a favor do México, quanto à existência ou não, fica ao critério do arbitro, mas dificilmente Miguel evitava tocar na bola com o braço, apesar de quem já jogou futebol perceber bem que naquele gesto de Miguel não existe nada de ingénuo, digo eu...
O principal erro está na minha opinião em não mostrar sequer um amarelo a Miguel, a considerar penalty este lance, está a partir do principio que foi um lance intencional do defesa Português, assim sendo não restava outra solução que não passasse pelo vermelho directo...

Agora vem ai a Holanda, e este clima Pro-Holanda / Contra-Argentina pode ser prejudicial se entrar dentro do balneário, os Holandeses têm uma excelente selecção, e apesar de alguma dependência da velocidade de Robben, quem tem avançados como Nistelrooij tem obrigatoriamente de ser respeitado e temido!

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